Em tempos tive o privilégio
de conhecer um mestre. Mestre Luís Benjamim, que comandava uma traineira –
Praia Morena - nos mares do Algarve.
Tive diversos episódios
vividos com ele e a sua companha, e outros que soube por ouvir contar. Uns
bonitos de morrer, outros de arrepiar cabelos.
Mas de uma coisa
eu tenho a certeza: ele gostava mesmo do que fazia.
A ponto de dizer, à
boca cheia, que gostaria de morrer ali mesmo, agarrado à roda do leme.
A vida tem destas
coisas e ele falhou por um metro, se tanto: a sincope cardíaca atingi-o quando
estava a olhar o sonar, um nico a bombordo da roda. Fulminante, ao que sei.
Gostava eu que me
acontecesse algo de semelhante: ir com uma câmara nas mãos.
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