Continuo a achar
que o país é gerido por entidades privadas!
Poderão não ter
como objectivo o “lucro” económico, mas são entidades privadas.
O acesso à
Assembleia da República, onde são feitas as leis e fiscalizada a acção
governativa, é limitado a partidos políticos.
Os cidadãos votam
em partidos e nas respectivas listas de candidatos aos cargos.
As listas de
candidatos ao cargo são definidas pelos partidos políticos e respectivas direcções,
quer nacionais quer locais.
E as listas dos
partidos dos partidos são compostas por membros dos partidos ou por quem a eles
se submeta.
Mas só tem acessos
a integrar as listas ou mesmo o partido quem por ele for aceite. Só se é membro
de um partido se o partido aceitar. Acesso reservado, como aquela placa que dantes
existia em alguns estabelecimentos comerciais.
Por outras
palavras, só tem possibilidade de redigir e fazer aprovar leis ou fiscalizar a
acção governativa quem for aceite numa organização cujo acesso é condicionado.
O cidadão comum,
que não for aceite num partido, não pode decidir do que acontece no país e das
suas normas e leis, excepto aceitar o que for decidido por grupos cujo acesso é
condicionado. Entidades privadas.
E as entidades
privadas, porque o são, relacionam-se com o que lhe é externo como entendem, justificando
ou não e sua actividade se e quando decidirem.
O conceito de
democracia representativa partidária é a antítese da liberdade individual, uma
forma suave e ilusória de governação corporativa e de interesses privados.
Infelizmente, não
vejo no sistema vigente (tanto nas instituições implantadas como nas
emergentes) vontade de alterar o rumo. Bem pelo contrário.
Pese embora o que
vai sendo alardeado pelas novas organizações, o corporativismo político está
bem e recomenda-se, com minúsculas lutas intestinas que têm por objectivo muito
pouco mais que a mudança de protagonistas, não de argumento.
E enquanto não for
mudado o argumento…
By me
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