Num profundo desagrado com o actual estado
e rumo da sociedade portuguesa, deixei de parte a minha posição política de activista
autónomo, que vai intervindo quando, onde e se o entende, para procurar um
grupo de gente realmente interessada em fazer mudanças.
Mudanças na organização e modelo de
sociedade, em que a solidariedade e a igualdade não sejam palavras vãs.
Não tenho encontrado.
Os grupos e organizações já existentes, com
capacidade de fazer algo, são o que conhecemos, com os resultados que temos
sentido.
Os grupos e organizações emergentes, onde
tenho vindo a espreitar e tentar contribuir, não procuram mudança ou inversão
de rumo mas tão só o conservar uma sociedade burguesa, eivada de classes bem
diferenciadas, em que o melhor comentário que se ouve perante alguém que busca
alimento nos caixotes do lixo é “Coitado! Teve azar na vida.”
Sobram os chamados “grupos solidários”,
cujo objectivo primário, não confesso, é fazer da solidariedade o seu próprio
ganha-pão.
Não consigo perceber se sou eu que levo o
passo trocado, se são todos os outros. Mas que não acertamos o passo, lá isso não!
Resta-me regressar à minha posição de atirador
furtivo, intervindo se, quando, como e onde entendo, esquecendo que a maioria
dos que me cerca se preocupa bem mais com o seu umbigo proeminente que com
qualquer outra coisa.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário