domingo, 31 de maio de 2015

Em trânsito para algures



Num profundo desagrado com o actual estado e rumo da sociedade portuguesa, deixei de parte a minha posição política de activista autónomo, que vai intervindo quando, onde e se o entende, para procurar um grupo de gente realmente interessada em fazer mudanças.
Mudanças na organização e modelo de sociedade, em que a solidariedade e a igualdade não sejam palavras vãs.
Não tenho encontrado.
Os grupos e organizações já existentes, com capacidade de fazer algo, são o que conhecemos, com os resultados que temos sentido.
Os grupos e organizações emergentes, onde tenho vindo a espreitar e tentar contribuir, não procuram mudança ou inversão de rumo mas tão só o conservar uma sociedade burguesa, eivada de classes bem diferenciadas, em que o melhor comentário que se ouve perante alguém que busca alimento nos caixotes do lixo é “Coitado! Teve azar na vida.”
Sobram os chamados “grupos solidários”, cujo objectivo primário, não confesso, é fazer da solidariedade o seu próprio ganha-pão.

Não consigo perceber se sou eu que levo o passo trocado, se são todos os outros. Mas que não acertamos o passo, lá isso não!

Resta-me regressar à minha posição de atirador furtivo, intervindo se, quando, como e onde entendo, esquecendo que a maioria dos que me cerca se preocupa bem mais com o seu umbigo proeminente que com qualquer outra coisa.

By me 

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