Algures nos meus
arquivos constam fotografias lá feitas, nos primórdios de aquela pequena terra
ser pólo de atracção turística. Juvenil ou não.
O que não consta
dos arquivos fotográficos, mas que está indelevelmente gravado na minha memória,
é esta pequena historinha.
Acordei cedo
naquele dia. E decidi ir acompanhar o despertar da manhã seguindo pela estrada
que segue pelo alto da falésia, até à praia dos pescadores. No ombro, uma Linhoff
Tecnika 70, com uma Schneider Xenar 100mm f/3,5 e carregador 120.
Em lá chegando,
fui-me deixando ficar, sem me intrometer, por perto de um grupo de pescador
que, no meio da areia e rochas, tinham dispostos os cabazes com o peixe recém apanhado.
A poucos metros dos barquitos encalhados na areia.
Estavam de
conversa, amena a galhofeira, junto com o guarda-fiscal, alguns compradores e
um outro, o leiloeiro.
Até que se ouve um
tuc-tuc de um motor e um barquito surge na curva da enseada rochosa e atraca,
saltando os dois pescadores com os cabazes.
Juntaram-se estes
aos que já estavam em terra e começou a lota, ali mesmo.
Naquela praia,
naquele tempo, com aquela gente, a lota só começava depois de todos terem
chegado, não importava a que horas.
A Igualdade e a
Fraternidade, ali, eram irmãs gémeas da Liberdade.
Não, não tenho
fotografias da histórinha. Há coisas que se sobrepõem à fotografia.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário