sábado, 9 de maio de 2015

Raisparta o barulho!



A poluição sonora é, mesmo que não nos apercebamos, muito pior que a visual.
Podemos fechar os olhos, desviar o olhar um pouco ou muito, mas não podemos deixar de ouvir, venha de onde vier.
A menos que, claro, tapemos os ouvidos com as mãos, o que implica pararmos o que estivermos a fazer.
É exactamente por isso que me incomodam as transmissões de jogos de bola em locais públicos, como cafés e restaurantes. Pelo menos na sua maioria.
Sendo verdade que não gosto de bola, posso sempre sentar-me ou encostar-me de tal forma que as imagens não me firam o olhar.
Já o mesmo não posso dizer se o som estiver ligado. E, as mais das vezes, em estando ligado está bastante alto. Não posso não ouvir aquilo e aquilo incomoda-me.
Por isso mesmo, em havendo jogo importante de futebol e se eu tiver que frequentar um desses locais, procuro um que não o esteja a transmitir. Não é fácil, como bem sei por experiência própria, mas acabo por encontrar.
Mas, e tal como o futebol, algo há que me incomoda do mesmo modo. Muito menos frequente hoje que em tempos, felizmente. As telenovelas.
As histórias relatadas são “da treta”, a qualidade de imagem, sendo básica, é tão igual a si mesma que chateia, a representação é tão linear que parece estarmos a assistir a uma corrida de caracóis e, acima de tudo, entendo a novela televisiva como um triste substituto de vidas frustradas, servindo de panaceia às questões materiais, familiares ou laborais.
Não dispendo um minuto a ver esse tipo de trabalho televisivo. Mas também não quero ter que o ouvir, que é tão mau ouvido como visto.
Infelizmente, há quem faça questão de ver e ouvir em locais públicos, considerando que o aparelho de TV está numa ponta e quem vê percorre toda a sala.
Se entro num local onde tal acontece, saio de imediato, procurando alternativa.
Mais complicado, no entanto, se não tenho alternativa: a cantina ou o local de trabalho, estou em casa de terceiros, alguém liga o aparelho quando já lá estou…
As mais das vezes, nestes casos, tento ser diplomata e encontrar uma solução acústica que satisfaça as partes: quem quer ouvir e quem não quer.

Em não conseguindo, piro-me tão depressa quanto posso, não deixando de exprimir o que sinto. Nem sempre com linguagem recomendável em escolas ou jardins de infância.

By me 

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