Havia uma senhora, noutros tempos e noutras
vivências, com uma muito forte conotação politico-partidária, que quando me via
na sua secretaria com alguma das minhas reclamações, sugestões ou discursos
mais inflamados, tinha uma frase sacro-santa:
“Lá está o professor JC com o seu
feitiozinho soviético”.
Nunca lho levei a mal. Era difícil levar a
mal alguma coisa daquela senhora, até porque raramente fazia algo por mal.
E, se outro motivo não houvesse, ela tinha
razão. Eu tenho um feitiozinho soviético.
Soviético, Malaio, Hondurenho, Zairense, Tuga,
o que lhe quiserem chamar.
Agora uma coisa eu garanto:
Quando me chamam para engrossar fileiras e
eu vou e acabo por ouvir e sentir um “nós e vocês”, é garantido que surge um
terceiro grupo: os que estão fora.
E se não tiver mais ninguém, eu serei o
presidente, o secretário geral, o presidente da assembleia-geral e farei quórum
sozinho nas reuniões plenárias.
A dona Alice tinha razão: tenho um
feitiozinho soviético!
By me
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