Foi coisa que
nunca aprendi: a língua Alemã. E tenho pena.
Porque, e ao que
sei, a língua alemã permite a construção de neologismos, palavras novas a
partir da conjugação de outras já existentes, criando com isso termos que
melhor exprimam aquilo que se quer dizer.
Claro que, e ao
que sei também, isso resulta ou pode resultar em palavras compridas, mesmo
compridas, que aos não conhecedores poderá estranhar. Não aos nativos ou bem
falantes.
Este sistema linguístico
tem uma consequência curiosa: em parte por sua causa os que falam esta língua têm
um pensamento elaborado, conseguindo mesmo conceber a partir daí novos
conceitos. E, por isso mesmo, existem tantos filósofos nativos desta língua.
E eu gostaria de
saber ler os seus trabalhos originais. Não as traduções, em que se perde sempre
algo, mas pensamentos elaborados tal como foram concebidos, sem intermediários,
por bons que sejam.
Nunca o poderei
fazer, infelizmente.
Mas mesmo na nossa
língua, o português, encontramos autores ou discursos que concebem novos termos
a partir de outros já existentes, com conceitos novos ou inovadores. Bom
exemplo disso é Mia Couto.
Hoje tropecei num
termo novo que, estranhamente, foi usado no nosso parlamento. Delicioso o termo
e o conceito, que não sei se mesmo os falantes da língua alemã se lembrariam de
tal:
“Privataria”,
mistura de piratas e privatizações.
Palmas à autora!
.
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