Aquele homem viu
um anúncio na montra de uma lavandaria recém inaugurada perto de sua casa:
“Limpamos fatos em
24 horas”
Satisfeito com a
celeridade e ser pertinho de casa, foi lá entregar um fato que tinha uma nódoa
feia, fruto de uma farra onde tinha estado.
No dia seguinte, à
tardinha, foi por ele e disseram-lhe que não estava pronto, só dois dias
depois.
“Como assim?”,
exclamou. “Pois não dizem que o fazem em vinte e quatro horas?”
“Claro que sim!”,
ouviu de volta. “Vinte e quatro horas de trabalho, mas nós só trabalhamos oito
por dia.”
Foi desta piada,
velha de sei lá quando, que me lembrei ontem, enquanto esperava por uma
autocarro na Praça Duque de Saldanha, em Lisboa.
A estátua que dá o
nome à praça está envolta nestes tapumes simpáticos há uns tempos. Não sei
precisar quantos. E contém, para além do anúncio ao mecenas da obra,
fotografias daquilo que se não vê. Que a fotografia também serve para isso.
Na base, a indicação
do que está a acontecer – um restauro – e da respectiva duração – 100 dias.
Claro que não contém
a data do início da obra. Será pois difícil saber-se com rigor se a promessa
temporal será ou não cumprida.
Mas, mais que
isso, não nos diz se o prazo refere dias de trabalho. Que, feitas as contas a
oito horas por dia, feriados, férias e fins de semana, corresponderão a quase
ano meio de calendário.
Nem quis eu fazer
contas a quanto corresponderá se a jornada passar de oito para sete horas.
Nota adicional: a
estátua tem pouco mais de cem anos, por aquilo que pude saber. E dos edifícios
que a rodeavam aquando da sua inauguração apenas restam três, ao que sei. O que
não sei é por quanto mais tempo.
Nota adicional
fotográfica:
Conheço este local
e estas circunstâncias há já uns tempinhos e a horas mais diversas: manhãzinha,
tardinha e noite. Pois foi esta a hora – a meio do dia - que me atraiu, pela
luz e respectivas sombras no local.
By me
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