Explicava eu a um
profissional o meu pensamento quando confrontado com um espaço e ter que lhe
colocar e trabalhar luz para fotografar.
Para além das ambiências,
e para além do que nesse espaço aconteça, a primeira coisa em que penso é “de
onde vem a luz?”
Pode ser imaginado
um candeeiro, uma janela, uma porta, qualquer coisa. Mas defino esse eixo
principal, essa origem primordial.
Tudo o resto que
possa usar, de coisa nenhuma a muita coisa, servirá apenas para controlar
contrastes, modelar sombras e permitir que esteja visível o é que suposto
ver-se.
Indo um pouco mais
longe, e se nada impuser o contrário, gosto de imaginar que a luz vem do lado
de lá. Faz sentido, por exemplo, se se pensar que, ao entrar-se numa divisão de
uma casa, por exemplo, ficamos de frente para a janela. E que precisaremos de
acender uma luz se o interior for escuro, mas sempre com níveis menores que os
do sol.
Claro que há inúmeras
outras situações em que isto não se aplica e em que fazê-lo só por fazer é um
erro ou resulta em menos bom.
Mas este é o meu
primeiro raciocínio.
Ouvi como resposta
qualquer coisa como:
“Oh pah! Mas isso é
uma abordagem mesmo clássica. Muito clássica mesmo!”
Apesar de nada ter
respondido, tive alguma pena dele.
Em parte alguma
consta que o clássico é errado.
Em parte alguma
consta que só o moderno e a novidade tem valor.
E onde quer que
isso possa constar é coisa que não quero conhecer.
Que o que importa,
do meu ponto de vista, não é o classicismo ou a modernidade!
O que me importa é
que aquilo que faço satisfaça a minha necessidade criativa, eventualmente que
quem o vê goste e que o meu próprio investimento na inovação me satisfaça.
E eu gosto de usar
a luz, em situações naturais ou simulando o serem naturais, de acordo com o que
os meus olhos da cara e da alma vêem.
Mas talvez eu seja
míope e tenha uma alma pequena.
By me
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