É uma daquelas
manias que temos: que marcamos no calendário dias especiais e teremos que agir
em conformidade.
Seja por questões
políticas, seja por questões religiosos, seja porque alguém naquele dia levou a
primeira de muitas palmadas da vida. Marcamos o dia e teremos que o celebrar,
agindo em conformidade.
Pese embora aquilo
que sou ser também fruto da sociedade e cultura em que me insiro, as mais das
vezes tento não me preocupar muito com as datas. Reajo em função daquilo que é
feito nessas datas para o celebrar e não à data propriamente dita. Ou, se tenho
outras prioridades, o calendário perde de todo a sua importância.
Foi o caso desta
fotografia.
Gosto de
fotografar a Lua e o ambiente na Terra com ela no céu. Não o tenho por coisa fácil,
já que os contrastes de luz são violentos, a questão das escalas também e as
perspectivas nem sempre são fáceis de definir com antecipação. Ou eu não tenho
paciência para os ir investigar.
Este era o dia de
véspera de Lua-Cheia. Tenho-o como sendo o melhor para fazer o que gosto: ela
sobe no horizonte ainda antes de o sol se pôr, em oposição de quadrante, o que
me permite ainda ter alguma luz solar no solo para que este seja perceptível e
a Lua já lá em cima.
A opção foi um
conhecido miradoiro em Lisboa, mais ou menos virado para Leste e, apesar de ser
a noite que era e de estar frio, as condições atmosféricas estavam simpáticas e
fui.
O resultado foi
este, que não era o que queria: o ponto de subida da Lua estava tapado pelo
casario e tive que esperar um bom bocado até que alguma coisa de jeito fosse
fotografável.
Interessante,
enquanto esperava, foi o ver que o local, apesar de conhecido e bastante
frequentado, estava quase deserto. Fazia sentido, considerando a data. Apenas
dois casais de namorados, adolescentes, faziam aquilo que os casais de namorados
fazem em noites límpidas ou quase e com a Lua lá em cima. A minha presença não
foi o que eles mais gostaram, mas o que eu fazia, junto com o meu visual, lá
acabou por quebrar o gelo e estivemos ainda um nico à conversa. Com umas fotos
que lhes fiz nos entretantos, que nos idos de 2007 não eram tão comum assim os
dispositivos para as malditas selfies, e que lhes enviei depois.
A data? Uma
véspera de Natal, que fez com que ficássemos de olho nos céus, na vã esperança
de conseguir ver um outro barbudo num trenó puxado por renas. Não o vimos.
Nota técnica adicional:
Esta foi uma das minhas primeiras brincadeiras nocturnas com a minha primeira
DSLR, uma Pentax K100d, que muitos consideram já obsoleta mas que ainda está
ali p’ras curvas.
By me
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