Para os que não sabem,
e admito que muitos sejam, hoje é dia de festejo.
Aliás, é dia de
festejo no mundo inteiro. E é celebrado há muitos milhares de anos.
Trata-se do equinócio
da Primavera, o dia em que a duração do dia é igual à da noite.
O momento da
transição, na trajectória da Terra em redor do Sol, aconteceu pelas cinco e
pouco da manhã, ainda a noite imperava por cá.
Tenho que
confessar que, de todos os feitos da Humanidade, saberem os pré-históricos destes
dias e acharem-nos suficientemente importante para lhes erguerem monumentos
megalíticos é do que mais me impressiona.
Numa sociedade em
que os registo escrito era minimalista, se algum, em que a esperança de vida
era reduzida, em que o conhecimento era transmitido por via oral, em que o
movimento do universo era apenas constatável e não previsível, em que nada
garantia que nos equinócios ou nos solstícios o céu estivesse descoberto para a
constatação, saberem eles que isto acontecia e marcarem-no como datas
importantes, é obra.
Tem-se discutido
sobre quais os feriados a serem celebrados e quais os que podem cair no
esquecimento. Mandasse eu alguma coisa e os solstícios e os equinócios seriam
feriados oficiais, com direito a celebrações públicas à vida e ao universo.
Afinal, estes
eventos são tão antigos quanto o sistema solar, transversais a todas as
culturas e religiões, e continuarão a acontecer muito depois de o Homem ter
sido esquecido na memória do tempo.
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