Em tempos idos era
assim:
Só se via roupa
pendurada à janela à segunda ou terça-feira. Nunca aos Domingos.
O motivo é mais ou
menos simples: Domingo era dia de festa semanal, o dia da família, o dia de
missa, o dia em que se não trabalhava, o dia de usar roupa “domingueira”, a
melhor que se tinha.
Mas aos outros
dias, o homem saía para trabalhar, as crianças saiam para a escola e ficava a
mulher em casa, cuidando das suas lides, incluindo a lavagem de roupa. Que a
mulher queria-se em casa, com os trapos e as panelas.
Mudaram os tempos
e mudaram os hábitos.
A mulher agora
trabalha, dias úteis ou inúteis como o homem, domingos incluídos. A roupa, e as
demais tarefas caseiras, fazem-se quando é possível, depois do horário de
trabalho, ou mesmo ao Domingo, dia de folga laboral se o for, mas só por conta
de outrem, que a casa não tem nem patrão nem horários.
A roupa à janela é
assim visível, nos bairros típicos ou nos dormitórios suburbanos, a qualquer dia
ou hora.
Mas os tempos
continuam a mudar e, com eles, os hábitos.
O desemprego, que
atinge quase todas as classes sociais e que é bem notório nos dormitórios, faz
regressar velhos costumes. E, com eles, o guardar o Domingo para as cerimónias
religiosas, clubístiscas, familiares ou outras. E a mulher, a mais atingida
pelo desemprego, regressou ao lavar a roupa à segunda-feira, tentando que o
Domingo, se for folga do homem, seja mais ameno no que toca a tarefas domésticas.
Há quem diga que a
História funciona em ciclos, repetindo-se. Seria bom que só se repetissem os hábitos
escolhidos e não os impostos!
By me
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