sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Nem a sonhar!



Eu sei que Setembro ainda não acabou.
No entanto, no café da minha rua já se vendem “Sonhos de Natal”.
Fico na dúvida:
Será uma campanha de marketing, tentando apanhar os clientes pelo estômago?
Será uma questão de diversificar os produtos para aumentar a facturação, que estamos em tempos de crise?
Será que já só aqui resta vender os sonhos (que não de Natal) que tudo o resto já foi?
Não, não comi nenhum! Sonhos em dia de calor, tal como castanhas, até parece mal, caramba!

Texto e imagem: by me

Dia de festa na minha rua



Um destes dias quis chamar a banda dos bombeiros e largar foguetes por terem libertado para os peões uns 5 metros quadrados de passeio com uns pilaretes.
Não tive sorte nenhuma!
Hoje quis chamar o presidente da câmara e as equipas de reportagem televisiva e também não tive sorte nenhuma.
É que o meu prédio está construído num morro e a minha rua sobe-o de um lado e desce-o do outro. Por brincadeira, há quem chame a este morro o “monte dos vendavais”, que todos os dias do ano aqui faz vento, com maior ou menor intensidade. Aliás, dias há em que saio de casa com o chapéu na mão e só o ponho em chegando lá abaixo. Quando não vou o tempo todo a correr atrás dele.
Pois hoje, em saindo de casa para o cafezinho matinal, foi assim que vi subir o fumo do meu cigarro. Mesmo à porta do meu prédio.
E se isto não for motivo para entidades oficiais e reportagens em hora nobre, não sei o que será.

Texto e imagem: by me

Raisparta a competitividade


Ex-Drogaria e loja de ferragens


Ex-Imobiliária

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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Qual borboleta nocturna, fiquei apanhado por este candeeiro



By me

Insultos



Tenham lá paciência, mas…
Ter um carrito destes parado à porta do meu prédio é ou não um insulto?
Um insulto aos salários que auferem (ou não) os que residem neste bairro dormitório suburbano ou um insulto à veracidade das declarações de rendimentos.
Eu não o conduziria, mas que é um insulto, lá isso é!

By me

A gente a querer uma coisa...



Condenava eu a pena de prisão perpétua aquele que inventou, bem como todos aqueles que comercializam, estes frasquinhos de ervas aromáticas!
Porquê????
Porque o facto de vir com dois tipos de aberturas, uma mais fina, outra mais grossa, parece ser prático mas, no dia-a-dia, na cozinha, quando se quer abrir só uma delas abrimos, invariavelmente, a outra.
E não me venham com aquela coisa das leis de Murphy. Botem lá só uma tampa ou, em querendo ter os dois tipos de abertura, diferenciem notoriamente qual é qual.
E só mesmo quem nunca esteve a fazer temperos é que não entende!

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Desapertados



Em havendo dúvidas, aqui fica um testemunho: o Outono chegou!
Não tanto por uma questão climatérica, que até está perfeitamente estival, mas antes porque se estão a preparar as coisas para o Inverno que aí vem, para a canalha miúda inclusive.
E isso passa, muito naturalmente, pelos sapatos que já não servem no pé, mesmo que estejam em muito bom estado.
Pergunto-me se alguma vez estes atacadores voltarão a ser apertados.

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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Um rabisco photográphico



E depois é assim!
Num dia pouco ou nada produtivo, já de noite e a pensar que nada de útil se fez sob a luz do sol, olha-se para um objecto e diz-se:
“Olha, nem que seja isto, alguma coisa produzirei.”
E saiu-me isto.

By me

Dia de festa



Chamei a fanfarra dos bombeiros, mas disseram-me que, devido às contenções orçamentais, só actuam em dias feriados ou festividades religiosas.
Contactei fábricas de pirotecnia, mas foi-me dito que, face às temperaturas actuais, estavam interditados de lançar fogos de artifício excepto em eventos patrocinados pelas autoridades e com a presença de bombeiros.
Acabei por ir fazer a festa sozinho, no balcão do tasco da rua, celebrando o aumento em 5 metros quadrados a área disponível para peões.
Que este triangulo era, até ontem, ocupado selvaticamente por automóveis, que aqui dormiam. E, por incrível que pareça, chegaram a estar aqui, com duas rodas em cima e duas em baixo, dois carros e com uma roda só em cima, outros dois. O que servia para estreitar em muito as faixas de rodagem e, como é evidente, reduzir em igualmente muito a visibilidade.
Resta-me saber, conhecendo como conheço alguns residentes por estes lados, quanto tempo estarão estes pilaretes erguidos.
Mas entretanto, e se a noite de hoje for como a de ontem, levo uma cadeirinha de lona e vou inaugurar o espaço. Mesmo sem banda nem foguetes!

Texto e imagem: by me

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Sobre um livro



Estou em crer que já aqui falei dele.
Trata-se de um livro que me foi emprestado quando quis começar mais a sério na fotografia. Na altura, devorei-o como a um bolo e, garanto, soube-me a pouco, que queria eu mais daquilo.
O dono do livro nunca mo quis vender, oferecer, emprestadar-mo, deixar-me roubá-lo, sempre quis – e bem – ficar com ele. O tempo passou, este meu mestre morreu e perdi o rasto ao livro.
Há algum tempo, de conversa com uma livreira (que de muito gostar de livros, acabou por falir e fechar portas, para grande pena de todos os seus clientes e amigos) falei-lhe nele e ela disse que o iria procurar. Trata-se de um livro editado em 1973, nos EUA, e nunca re-editada. O seu nome? “Photographic Seeing”, escrito por Andreas Feininger.
Uns meses depois da conversa, recebo um E-Mail, informando-me que o livro existia em segunda mão, que custava 30€, se eu estava ainda interessado e se podia mandá-lo vir dos EUA Claro que estava e só faltou mesmo sair de casa a correr para beijar a livreira.
Em o recebendo, li-o de fio a pavio, de novo, e fiquei com uma sensação esquisita:
Ou bem que quando o li, há mais de 30 anos, me influenciou de tal forma que ainda hoje penso como ele, ou bem que, ao correr dos tempos, fui afinando a minha própria forma de ver e pensar a fotografia e gostaria de eu mesmo o ter escrito. Isto, apesar das diferenças óbvias das técnicas e das modas de imagem.
Mas coisas há que acabam por ser intemporais e este livro está recheado disso mesmo.

Aqui vos deixo o início de um dos capítulos. Atente-se na simplicidade da linguagem mas, ao mesmo tempo, na eficácia do que aqui é descrito.
Quanto à imagem, desculpem qualquer coisinha, mas é minha. Que prima, talvez, por ser exactamente o oposto do que o autor escreve.

“Photogenic and Unphotogenic Subject Qualities and Techniques
Nobody denies that the means and methods of modern photography permit a photographer to depict any subject in the form of a recognizable and even faithful rendition. However, as any critical photographer knows from his own experience, a "faithful" rendition is not necessarily the same as a good picture. Faithfulness in photography is a quality which, of course, is indispensable in scientific, documentary, educational, medical, judicial, catalog, etc., photography, but insufficient as far as the creative photographer is concerned because it neither includes nor guarantees such picture qualities as meaning, impact, eye-appeal, stimulation, or graphically exciting rendition - the qualities which make a photograph "good," perhaps even great.
In their striving for "good" photographs, perceptive photographers have noticed that certain kinds of subjects consistently make better pictures than others and that this peculiarity has virtually nothing to do with the eye-appeal of the subject. For example, a wide-open view from a famous vantage point-miles and miles of mountains and valleys, blue sky and drifting summer clouds, hot sunshine and cooling breeze-may be a breathtaking and unforgettable experience, but as sure as anything will make a miserable picture. Why? Because the subject is too big to be squeezed successfully into the small confines of an average-sized picture (it possibly would have been all right in photomural size); because it contains too much detail which, in the unavoidable reduction, becomes so small as to be virtually invisible; because it does not contain a focal point or center of interest - a specific motif, a nucleus around which the rest of the picture can be organized in the form of a satisfactory composition; because its overall contrast is too low, resulting in a flat, monotonous impression; because it contains an overabundance of weak colors and not enough strong ones and therefore produces a wishy-washy effect; because it is totally devoid of scale and consequently appears no larger than the projection screen or the paper on which it is printed instead of evoking that overwhelming feeling of immensity which prompted the photographer to make the shot in the first place. That's why.”

Linguagem gestual



Faz-me (-te) um favor:
Da próxima vez que tiveres o azar de te cruzares com um governante, actual ou não, faz-lhe um destes.
Maior, bem maior, se te apetecer e tiveres coragem!

By me

Sete cartas




“IV

Meu caro Amigo:
Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.

A réplica, como você já está vendo, também é fácil; se o meu desejo é sempre de que se não conformem, se quero neles a mesma força que existe ou desejaria que existisse em mim, sou tão inquisitorial como qualquer outro. Todo o mestre (deixe-me pôr o caso como que impessoalmente e sem de modo algum me pretender mestre), todo o mestre quer seus discípulos iguais a ele, mesmo quando parece dar-lhes a maior liberdade. Dirá o Luís que seria talvez o modelo de mestre o que, por exemplo, não sendo do tipo conformado os reconhecesse e quisesse a todos, de qualquer tipo que eles fossem; agora ponho eu objecções: querer tudo, tudo aceitar, mas de dentro, sinceramente, não apenas em palavras ou em atitudes de superfície é não ser nem conformado nem o contrário. Não é não ser nada: é ser tudo, como Deus. Claro está que Deus é o grande mestre: chove sobre o justo e o injusto. Mas nos mestres da terra, se os não alargarmos às proporções divinas, isto é, se os não fazemos desaparecer, há sempre uma semente de tirania. Se sou mestre, não posso fugir à fatalidade.

Simplesmente, a tirania do contra agrada-me mais do que a tirania do seguir. Oponha-se sempre que possa. Dar-lhe-ei o conselho de se opor, mesmo quando lhe parece que eu tenho razão? Não me parece mau como exercício. Mas as melhores ginásticas deformam se são um vício ao contrário. Não andar pouco, não andar muito. Toda a vida bem vivida, harmoniosamente vivida, vivida sem faltas, sem manchas, com felicidade, com serenidade, é uma vida medíocre. Tudo o que passe do medíocre tem em si o excesso e o erro.

Feche, pois, os ouvidos ao que lhe ensino, se alguma coisa lhe ensino; faça a viagem por sua conta e risco, você mesmo ao leme; se tivermos naufrágio, far-lhe-emos uma Elegia marítima: duas páginas de versos todos cheios do ritmo das vagas e desse estranho soluçar do vento nos altos mastros dos navios.”

in: “Sete cartas a um jovem filosofo”, de Agostinho da Silva
Imagem: by me

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dejà vu



A minha primeira intervenção pública sobre a matéria foi há quase trinta anos e foi uma “barraca”!
Gravava eu uma peça de teatro, em estúdio, e quiseram que fizesse um conjunto de planos variados sobre um quadro. Não recordo nem o quadro e muito menos o autor (ele que me perdoe). Recordo, antes sim, que me recusei a fazê-lo!
Argumentei com a veemência da juventude e a certeza da razão que não deveria ser truncada a obra de um artista, neste caso um quadro. Não se estava a fazer um trabalho de crítica ou análise sobre a obra ou o autor mas tão só a aproveitar o trabalho intelectual de outrem com fins que nunca sonhados por quem o tinha feito e, ainda por cima, a destruir esse mesmo trabalho ao fragmentá-lo.
A discussão foi feia, tanto com quem realizava o trabalho televisivo como com os colegas seniores que comigo constituam a equipa de câmaras.
Mas não arredei pé nem cedi um milímetro que fosse! Eu não o faria. Eu não iria destruir um trabalho criativo, mesmo que para fazer um outro.
Acabei por ser afastado daquela gravação, substituído por outro operador que não tinha os meus escrúpulos e, durante uns tempos, estive “de castigo”, arredado dos trabalhos que davam gozo fazer e remetido para as emissões, chatas e monótonas.
Mas dormi tranquilo naquela noite e em todas as que se lhe seguiram. Da mesma forma que não aceito que trunquem, fraccionem, destruam aquilo que eu mesmo crio, não serei eu que o farei às obras de outros.

Os anos foram passando, eu envelhecendo e ganhando experiência (alguma, pelo menos) mas neste aspecto continuo tão seguro quanto o estava então. E, ao longo de todo este tempo, muitas têm sido as conversa, mais tranquilas ou mais acesas, com repórteres de imagem e jornalistas. Tentando convencê-los que num trabalho em que se informa da existência de uma exposição ou equivalente, em que não há, por parte de quem o faz, uma atitude crítica ou analítica mas tão só de divulgação, o respeito pelo trabalho autoral deve ser primordial. Inventem-se soluções estéticas ou técnicas que o respeitem, gaste-se mais tempo com dada imagem ou reportagem mas, por favor, respeite-se o autor e a sua criatividade.

Dificilmente, hoje, voltarei a ser confrontado profissionalmente com uma situação análoga. Cada vez menos se usa de tempos de antena para mostrar eventos culturais e menos ainda em estúdio, que eu não ando em reportagem. Mas se a situação se repetir, será um dejà vu com quase 30 anos!

Texto e imagem: by me

70 anos de intervalo



Em 1940 surgiu o termo “Blitz”. Agora usa-se o termo “Euro”!
Bem mais lento no seu efeito, o Euro faz o mesmo: mina a economia e o ânimo dos adversários, conduzindo-os a uma situação de fraqueza moral e material.
Na prática, acaba por vir a dar no mesmo: a imposição das vontades germanófilas sobre o restante velho continente.
Sendo que lhe falta o bigodinho e a franja para o lado, aprendeu bem ela a lição: no lugar de rapidez, bombas e baionetas, usa a calma, o Euro e as dívidas.
E não haverá Aliados nem dia D que dêem a volta à coisa, que a minagem vem de dentro e, aparentemente, todos vão agradecendo o trabalhinho de sapa.

Enquanto a título do DN é: “Merkel sugere perda de soberania para incumpridores”, o Público afirma: “Merkel sugere perda de soberania para quem não cumprir critérios de estabilidade”.



Texto e imagem: by me

Iconógrafo



Não mais sou fotógrafo!
Doravante considero-me, e assim gostarei de ser tratado, como iconógrafo, um fazedor de ícones.
Porquê esta mudança? Substancialmente devido às discussões que proliferam em tudo quanto é lado sobre se determinada imagem é ou não fotografia. As confusões sobre este tema são tantas que decidi colocar-me à margem delas.

Para todos os efeitos, as imagens são ícones.
Produzidas por meios foto-mecânico-quimico-eléctronicos, são o substituto de uma realidade, imagens representativas, ícones daquilo visto ou sentido pelo seu autor e como tal interpretado pelos que as vêem.
A alguns destes ícones é dada a categoria de fidedigno, por serem fiéis aos acontecimentos descritos. Fidedignos?!
Como pode uma imagem ou ícone ser fidedigno se apenas mostra duas de quatro dimensões?
Como pode ser cópia da realidade se deixa de fora quatro dos cinco sentidos?
Como pode ser fiel representação de um acontecimento se os bordos do seu enquadramento são como guilhotinas afiadas truncando do todo o visível apenas uma parte?

Por fotografia encontro num dicionário esta definição:
“do Gr. Phôs, photós, luz + graph, r de graphein, desenhar
s. f. arte de fixar numa chapa sensível, por meio da luz, a imagem dos objectos;
fig. Cópia fiel; retrato”

Eu ponho em causa quase tudo o que aqui se afirma, no que ao meu trabalho concerne:
- Não sabendo eu o que é uma “fotografia artística”, como já aqui o afirmei, não posso dizer que o que faço seja “arte”;
- Não uso chapas! Já as usei, nos tempos em que trabalhava com grandes formatos (saudades, caramba!). Agora uso película e flexível, em rolos ou, e é o que mais disso se aproxima, suportes digitais, em que o CCD se poderá comparar a uma chapa, mas não mais que isso;
- Cópia fiel não o é! Eventualmente uma fotocópia sê-lo-á, mas não aquilo que faço com a minha câmara.
O único aspecto com o qual concordo é a definição de “retrato”.
Efectivamente aquilo que faço (e entendo que todos os que usam câmaras fotográficas fazem) são retratos daquilo que vêem. Imagens subjectivas e interpretativas daquilo que vêem, sentem, pensam sobre o que está em frente da sua objectiva.

E depois do acto fotográfico, da captura da luz (essa efémera), é tudo trabalhado, subvertido, adulterado. Quer seja com químicos, com electrões, com a nobre prata ou os menos nobres corantes. Embutidos ou projectados sobre papel ou pedaços fosfóricos excitados por electrões.
Seja qual for a técnica usada, não são nunca, por nunca o serem, cópias fiéis da realidade mas tão só a minha interpretação dela. Da minha actividade resultam ícones do que vi, senti ou pensei!

E se até agora me intitulei de “fotógrafo” foi porque, tendo que haver um termo que definisse o que fazia, este era consensual: fotografia!
Mas, nos tempos que correm, são tantos os que a põem em causa, que argumentam se um dado trabalho será ou não fotografia, se esta ou aquela imagem é ou não arte fotográfica, que decidi deixar-me à margem de semelhantes discussões.
Aquilo que faço com a minha câmara, químicos e computador são ícones dos meus sentimentos.
E eu sou um iconógrafo!


Texto e imagem: by me

Just for the fun



With a pocket camera

By me

domingo, 25 de setembro de 2011

Cantos domésticos



Há sempre um canto em que, por muito desarrumado que pareça, as coisas estão sempre à mão!

By me

A caneca



Há dias assim: por muito apetitosa que esteja a luz, por agradável que esteja o clima, por muitos quilómetros que palmilhemos… os nossos olhos vagueiam e prendem-se em coisa nenhuma. Nada parece ser suficientemente apelativo que justifique fazer uma fotografia que seja.
Foi a pensar nisso que me sentei para jantar. E continuava a pensar nisso quando me puseram à frente a caneca de cerveja.
Depois de a provar, olhei para ela e pensei: “Nem que seja isto, hei-de levar para casa um boneco!”
Feita que foi, preparava-me eu para a tratar no portátil e pergunta-me o empregado, homem de trintas bem medidos, e que já me atendeu uma boa dúzia de vezes:
“E em quanto é que fica um Toshiba desses?” E apontava para o meu mini PC.
Lá lhe disse em quanto orça e, de caminho, perguntei-lhe para que o queria, que sendo muito versátil, ainda assim tem limitações.
“Ah, é para o normal: a net, o mail, o facebook… Nada demais.”
Que tristeza ver alguém a pensar investir uma pipa de massa apenas para aceder às redes sociais!
Mas, ainda assim, continuei, avisando-o que este pc, tendo o ecrã pequeno, não é recomendável para ser usado muitas horas seguidas. A acrescentei que se resolvia a questão, caso tivesse um monitor de um pc de mesa que pudesse aqui ser ligado.
“Tenho um monitor grande, mas é o do computador da minha mãe…”
Não adiantei mais nada. As histórias ou estórias de solidão que podem estar atrás do facto de um homem, daquela idade ainda estar a viver em casa da mãe…
Entendo assim a necessidade de aceder às redes sociais.
É pena!

Texto e imagem: by me

"Antes e depois"



Não faz sentido um músico ir ver um espectáculo e fazer sapateado na plateia. Não faz sentido um piloto assistir a uma prova conduzindo o seu bólide. Mas fará sentido um fotógrafo alterar um espectáculo de luz? Estou crer que sim, com todo o perdão ao autor da instalação.
Na imagem de cima aquilo que é possível captar com uma câmara. Ainda que a rua esteja quase completamente às escuras, é perceptível a quem ali caminhe o chão e as paredes, enquanto vai vendo o que ali se expõe (e bonito que era!)
Na imagem de baixo, um “arzinho da minha graça”, com recurso a uma lanterna de bolso.
Regra geral brincam comigo sobre a quantidade de tralha que trago no cinto. Desta feita ainda ouvi alguns protestos (ténues entenda-se) por estar a apontar a lanterna para a parede.
Apesar de tudo isso, e passadas que são 12 horas sobre o tê-la feito, continuo convencido que este extra luminoso em nada fez perder de qualidade o trabalho que o artista ali colocou.
Moral da história: uma lanterna no bolso ou no saco é sempre útil. Se não for para encontrar a maldita tampa de objectiva que caiu na noite, serve para criar ambiências.

(Nota extra: EV 3,5, ISO 800, f/4, 1½”)

Texto e imagem: by me

sábado, 24 de setembro de 2011

O lixo, o espaço e o espaço do lixo



Diz a NASA que não sabe onde caiu o seu lixo espacial. E não creio que esteja muito preocupada com isso.
É que é muito mais barato pagar uma eventual indemnização por danos materiais, ou mesmo vidas, que manter um sistema de monitorização constante e rigoroso sobre onde anda e como o lixo que põe no espaço.
Eu, que do espaço pouco sei e que da NASA só sei de ouvir contar, sei em contrapartida onde pára parte do lixo que alguns dos vizinhos aqui do bairro colocam: aqui mesmo.
Vão amontoando à-toa restos de electrodomésticos, televisores, peças de automóvel, móveis sem préstimo, um pouco de tudo, fazendo deste espaço uma sucata urbana. E tanto pior ela é que se encontra do outro lado da rua uma escola do primeiro ciclo.
Sei que acontece nesta, como noutras, actividades de sensibilização das crianças contra o lixo. E, ao saírem da escola, mesmo com os pais a recolherem-nos, têm este belo exemplo.
E se é difícil de prever pela NASA onde cairá um satélite de várias toneladas e do tamanho de um autocarro, muito fácil é saber-se onde fica esta lixeira e intervir. Que é para isso que cada munícipe para as suas taxas e impostos e que são constituídas as empresas municipais de saneamento urbano.
Não poderei fazer nada quanto à NASA, até porque parece que o satélite terá caído algures para os lados do oceano pacífico. Agora quanto à Câmara Municipal cá do burgo e ao lixo ao pé de uma escola… vão ter que me ouvir, lá nos paços do concelho!

Texto e imagem: by me

Negócios e crise



Certos empresários negligenciam o que de melhor têm nas suas empresas: os trabalhadores.
Conheço este estabelecimento há anos. Tenho sido seu cliente desde que aqui resido, que tudo ou quase me agrada lá. Mas, volta e meia tem-me sido confidenciado por quem lá tem trabalhado a forma como os patrões tratam menos bem quem ali passa horas a fio atrás do balcão, com contratos à margem da lei, com atrasos sistemáticos nos pagamentos e consta não muito bem feitos e até, pelo menos em dada altura, com “avanços” menos cavalheirescos por parte de um dos patrões a algumas das empregadas.
Com o passar dos tempos, as melhores pessoas que ali têm trabalhado têm mudado de emprego, nem sempre por melhores condições salariais, mas antes para não aturarem o que ali aturam.
E, talvez por que se saiba da fama do que ali acontece, certo é que quem vai entrando não vai mantendo o nível qualitativo no atendimento ao público ou, até, na forma como o estabelecimento vai sendo mantido. Ou talvez porque aqueles e aquelas que menor rendimento ou desempenho têm não encontram alternativa de emprego e sujeitam-se.
Mas este reduzir na qualidade do atendimento e manutenção do espaço redunda num outro factor, este sim que se irá repercutir no negócio: a perda de clientes. Por uma motivo ou outro, os clientes habituais vão mudando de poiso, optando por outros nas imediações. Eu próprio já o vou fazendo.
Ou seja: o negócio estará a piorar p’la certa não tanto por uma questão de preços ou de qualidade do que ali é vendido mas antes pela forma como os clientes ali se sentem recebidos, tanto no atendimento como na manutenção do local.
A crise, de que tanto se vai falando e sentindo no dia-a-dia, não provém em exclusivo de questões económicas. A atitude dos empresários, em menosprezarem quem com eles trabalha, e da parte de quem trabalha, em não se empenhar na qualidade daquilo que faz, redunda em menos negócio e, subjectivamente, em menos felicidade.
E se podemos viver com salsicha no lugar do bife, ou com transportes colectivos em vez de automóvel privado, viver infeliz é a pior forma de existir.

Texto e imagem: by me

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Moto Continuo



O Moto Continuo, ou Movimento Perpétuo, é algo que o Homem procura há muito.
Um movimento ininterrupto, sem necessidade de usar energia externa ou combustível, e que esse movimento seja passível de ser usado como forma de energia para uso em prol do Homem.
Claro está que a Ciência tem demonstrado através daquilo que sabe, e de que faz lei, que o Moto Continuo é impossível. Atritos, perdas térmicas e outras minudências técnicas impedem que a energia produzida seja maior que a energia aplicada.
Aquilo que conhecemos de mais próximo ao Movimento Perpétuo será o movimento dos astros e as forças de atracção e repulsão entre eles.
No entanto, julgamos saber que mesmo isso é finito, já que presumimos que toda as estrelas (ou corpos celestes emissores de luz ou outras formas de energia) cedo ou tarde se esgotam e se apagam ou explodem.
Portanto, perpétuo coisa nenhuma. Não há movimentos, e consequentes energias, perpétuos!
Claro que podemos sempre tentar definir o conceito de”perpétuo”: À escala da vida de um ser humano? À escala da existência da humanidade? À escala, calculada, da idade da Via Láctea e do que dela podemos prever que ainda existirá?
Donde, o Moto Continuo ou Movimento Perpétuo não pode existir porque o próprio conceito de “Perpétuo” não passa de um sonho teorizado, derrubado pela especulação científica.
Mas devo confessar que me agrada a impossibilidade da existência do Movimento Perpétuo. Porque se assim é quando aplicado a dois ou mais pedaços de matéria, quiçá energia também, nos referentes espaço/tempo, então o Movimento Perpétuo também não é aplicável ao Homem, porque parte integrante, e não excepção, do universo que conhecemos e especulamos.
E haver movimentos criados pelo Homem que sejam perpétuos é algo que me assusta para além do terror.
Que um movimento que seja perpétuo, seja ele científico, esotérico ou estético, acaba por se tornar numa sensaboria, num conservadorismo atroz, numa situação que, pareça embora uma contradição, não o é: um movimento intelectual perpétuo acaba por se tornar imóvel e imutável, deixando de ser movimento, ainda que perpétuo.
Agrada-me assim, de sobremaneira, que o Movimento Perpétuo não exista. Que o Homem se sinta tentado em quebrar os rumos e impulsos do passado e procurar novas fronteiras, dentro e fora de si, que procure inovar contra todos os que se acomodaram aos pseudo Moto Contínuos criados no pensamento.
Abaixo o Movimento Perpétuo! Acima o fim das coisas e o nascimento de novas ideias. Eu mesmo e o universo incluídos!

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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Jogos



Confesso que nunca fui muito de jogos de sorte e azar. Que, as mais das vezes, são de azar. Entre outros motivos, porque sempre achei que há coisas mais interessantes onde gastar o pouco dinheiro de que disponho.
No entanto… no entanto de quando em vez lá aposto qualquer coisita no totoloto. Uso sempre a mesma chave, que é tão boa quanto qualquer outra, mas que me poupa o trabalho de pensar quais os números que podem sair. No totobola não me recordo de alguma vez ter jogado e no euromilhões tenho a certeza de ter apostado uma única vez.
De cada vez que jogo tenho uma desculpa irónica para o fazer:
“Mais do que apostar, estou a contribuir para um instituição meritória, da qual dependem muitas pessoas. Talvez um dia mo devolvam, com juros. E, já agora, podia ser desta vez.”
Mas acho que vou deixar de apostar nestes jogos.
Não me apetece que, para além de tudo o que este governo tem feito para nos levar a pagar os disparates que a classe política tem feito aos portugueses ao longo de todos estes anos, estar a dar dinheiro que, supostamente, se destina aos mais carenciados e que irá acabar por tapar buracos orçamentais que não criei nem de que sou responsável.
Mais para mais, considerando quem lá foi agora colocado para gerir esta casa. Faz-lhe falta que seja “Santa” e que tenha “Misericórdia” de todos nós.
Dizem que “Pata de coelho dá sorte”. Este governo tem quatro e é bom que a aproveite, que já há quem lhe esteja a rezar por alma.

Texto e imagem: by me

Publicidade



Mensagem enviada para a escola de condução "A Portuguesa":


Senhores:
Não possuo carro nem carta de condução, apesar de já andar por este mundo há 53 anos. É uma questão de atitude.
No entanto, se entendesse que iria aprender a conduzir, não seria na vossa escola com toda a certeza!
É que me não oferece nenhuma confiança a forma como ensinam, ao terem viaturas vossas assim estacionadas, conforme a fotografia que junto envio.
Estacionada na faixa de rodagem, em cima de uma curva e obstruindo o acesso aos contentores de lixo. Aconteceu isto hoje, 22 de Setembro, 2011, pelas 13 horas e pouco, na Rua Capitão Salgueiro Maia, na Tapada das Mercês.
Se esta é a forma de os senhores anunciarem o vosso produto, mais valia que retirassem os autocolantes das vossas viaturas.

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Um olhar - "Gata"



By me

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

À espera



De um trampolim para um último salto.

By me

A zebra



Cínico? Pois serei!
Certo é que quando vi que andavam a repintar o zebrado indicador de passagem de peões, a primeira coisa de que me lembrei foi: “Estamos prestes a ter eleições autárquicas?”
Depois fiz contas e cheguei à conclusão que só estão previstas para 2013.
Então, porquê intervenções municipais num bairro suburbano, classe média baixa e baixa, se não se prevêem proveitos políticos?
Lembrei-me, então, de uma alternativa: Têm os municípios um orçamento para este tipo de intervenções, e há que gastá-lo, quando não corre-se o risco de ele ser menor no ano seguinte. E o fim do ano (pelo menos o que permite em termos climatéricos) está a chegar.
Mas a minha mente foi mais longe ainda: Este bairro nunca foi muito cuidado pelo município, está nos limites da freguesia (que até é a que maior quantidade de eleitores inscritos tem em toda a União Europeia) e, consta, ainda não está por inteiro entregue do urbanizador aos poderes públicos. O que torna mais difícil a distribuição de responsabilidades na gestão dos arruamentos e demais equipamentos colectivos.
Foi então que me lembrei de um detalhe: Durante meses foi sendo criado um buraco no asfalto. De dia para dia aumentava, tanto de área como de profundidade. Chegou a ter meio metro de largura com mais de 40 cm de profundidade. Bem no meio da faixa de rodagem, junto a uma tampas de esgoto. Alguns foram, eu mesmo incluído, os que ali colocaram sinalização (galhos de árvore, travessas com plásticos atados, um poste de sinal caído com uma seta agarrada) espetados no buraco. Para além de todas as chamadas de atenção às autoridades competentes, sempre serviria para que algum condutor mais distraído ali caísse.
O mais grave neste buraco é que se devia ao retirar do solo por baixo do asfalto, talvez devido ao correr de águas de chuva por onde não deviam.
Alguns de boa-vontade foram enchendo o buraco com pedras e tijolos, numa tentativa vã de diminuir a sua profundidade, mas a natureza sempre a insistir. Foram meses de ver o buraco a aumentar e nada ser feito por quem devia – fosse quem fosse, de todas as entidades públicas eventualmente envolvidas.
Na outra semana vi que tinha sido tapado. Primeiro constatei que estava cheio e batido, depois levou asfalto por cima. Suspeito que não bloquearam o correr das águas, pelo que o próximo Inverno irá mostrar o poder das infiltrações aquíferas.

Este pintar de zebra servirá, talvez, para disfarçar o maltrapilho remendo aqui feito. E como seria suspeito fazê-lo apenas aqui, sempre foram gastando mais umas latas de tinta e horas de operários com outras ruas e cruzamentos.
Ficarei cá para ver se, até ao final da época propícia a este tipo de intervenção, serão repintadas todas as passagens de peões cá do bairro.
E, enquanto os carros não as sujam, o branquinho até que é bonito de se ver.

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Um olhar - Rita



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Água com açúcar



Leio no livro “Bolsões de resistência”, de John Berger, um pequeno texto sobre a obra escultórica de Raymond Mason.
A dado passo, escreve ele:
“… As obras-primas de Manson são desajeitados monumentos feitos no último quarto deste século para uma classe lentamente desaparecida, com muitos dos seus membros forçados a um desemprego terminal. Uma classe que hoje quase que nem existe, mas que deixou ao mundo a sua própria palavra: solidariedade. “

Não conheço a obra do escultor mas, segundo o autor do livro, dedicou-se ele a representar o operariado, o proletariado, inglês e francês, de uma forma um tanto naif mas, ao mesmo tempo, bem real.
Certo é que este século, o XXI, a palavra existe, o significado também, mas a sua prática fica-se pelas intenções. Que o operário e o proletário do séc. XX transformou-se em assalariado, em trabalhador por conta de outrem, em contratado a termo certo ou incerto.
E, no meio destas noveis classificações, a solidariedade diluiu-se como açúcar na água.
Para mal de todos nós, desses mesmos em particular.

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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Lusco-Fusco



Qualquer Lusco-Fusco é bonito de se ver.
Assim se saiba olhar para ele!

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Quando o calor aperta...



O calor aperta. O suficiente para me fazer recolher a casa na sua pior hora.
Acontece que, por uma questão de princípio, não tenho ar condicionado. Se faz frio, visto mais um casaco, se faz calor retiro uma peça de roupa.
Acontece que se os casacos se podem acrescentar, a roupa pode ser retirada até um limite. E este chama-se “estar em pelota”. E quando este limite é atingido o meu luxo, e a contra-gosto, é o ligar uma valente ventoinha que aqui tenho.
Era assim, exactamente, que eu estava quando, p’la janela, me entra um som. Um som bem antigo, que já quase só faz parte das memórias. E de já poucos.
Um amolador de faca e tesoiras. Bem como reparador de sombrinhas e guarda-chuvas.
Foi o tempo de correr à janela, espreitar p’la cortina, regressar em busca da câmara e fotografar quem passava cá em baixo, sem me exibir em demasia.
Mas faz-me espécie este negócio.
Se, com a crise, faz todo o sentido o recuperar o que se tem, ao invés de comprar novo, também é certo que num bairro dormitório suburbano, mesmo no mês de Setembro, a grande maioria de quem aqui reside está nos seus trabalhos a meio da semana. Pergunto-me quantos clientes este amolador ambulante terá ao longo de um quente dia de trabalho.
Boa sorte, companheiro. E regressa em breve, para me alegrares a tarde com a sua melodia inconfundível.

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Fado ferroviário



É garantido! É certo e sabido! É fatal como o destino!
Se eu ficar indolentemente no cais de embarque de comboio, sem me preocupar sobre o ponto em que me encontro, é seguro que a composição, ao imobilizar-se, me mostrará o intervalo entre duas carruagens e não a porta.

O mais provável é que seja a união entre duas carruagens da composição quádrupla, com a respectiva passagem.
Como os comboios aqui da linha possuem duas composições destas cada um, haverá seis uniões com passagem e uma sem passagem.
Mas também há 24 (vinte e quatro) portas e 32 (trinta e duas) zonas de janela.
Mas a mim só me tocam as uniões!

O fado que me rege impõe-me este destino!
Será que o azar é só meu ou acontece a outros também?


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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Recados



Para os que possam não saber, e serão muito poucos, fica a informação: o espaço, como o conhecemos, está organizado em três eixos.
Comprimento, largura e altura.
Qualquer um sabe isto, tal como sabe que formam ângulos de 90º entre si.
A estas três dimensões acrescente-se uma quarta – o tempo.
Teorias há, vá-se lá entendê-las, que afirmam que esta quarta dimensão forma um ângulo de 90º com qualquer outro dos três. É difícil de visualizar (eu não sou capaz) mas há quem o defenda.
Mais ainda, há quem defenda que será possível deslocarmo-nos ao longo desse quarto eixo, tal como nos deslocamos ao longo dos restantes três. Isto será verdade se pensarmos que nos deslocamos no tempo, mas sempre na mesma direcção. E a velocidade constante. Não controlável por nós. Pelo menos no actual estado tecnológico.

Agora, por favor! Quando se quiserem deslocar, ou fazer com que nos desloquemos, ao longo desses quatro eixos, tenham cuidado na forma como o fazem, ou ficamos todos trocados, confundidos, com os olhos em bico e, para os mais sensíveis, com uma forte noção de enjoo.
Ou bem que têm cuidado ou bem que carregamos no “botão de pânico”, saindo de transportadora e mudando de viagem, assim como quem muda de canal de tv.

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domingo, 18 de setembro de 2011

Corou



Vinha eu, calmamente, do café, a pensar em voz alta sobre a situação actual do país (tinha visto as capas dos jornais no balcão), e ainda fui a tempo de ver este sapatinho passar de cor-de-rosa a vermelho vivo.
É que não se devem dizer palavrões em frente de uma senhora, caramba!

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Um minuto



da minha janela

Foi a pedido



Foi você que pediu um fogozinho de mato ao pé de casa, em dia de vento muito forte, que envolvesse vinte e cinco bombeiros e cinco viaturas?
Pois conseguiu!
Podia era tê-lo conseguido ao pé da SUA casa!

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sábado, 17 de setembro de 2011

O soldado 27



Chega um dia ao comando da companhia a informação que o pai do soldado 27 havia morrido num acidente de viação. Com a indicação adicional que haveria que o informar de tal e dispensa-lo para as exéquias.
Acontece que soldado 27 era um tipo porreiro, estimado por todos, camaradas, sargentos e oficiais. Ninguém, no comando da companhia, tinha coragem de dar tal notícia a tal figura.
Mas um sargento, conhecido por ser um brutamontes, assume o encargo e manda formar a companhia na parada. E, de frente para os homens, anuncia:
“Soldado 27! Cumpre dizer-lhe que houve um acidente de automóvel na sua terra, tendo morrido seus pais e avós.”
O soldado 27 grita de comoção, chora de dor e quase desfalece, quando o sargento, dando uns passos em frente, acrescenta:
“Esteja descansado, oh 27, que foi só o seu pai.”
“Ah, ainda bem!”, diz o coitado.

Esta anedota, parva e velha, tem-me vindo à memória com demasiada frequência nos últimos tempos. Para ser mais rigoroso, lembro-me dela de cada vez que oiço as notícias ou leio um jornal, em que se fale ou escreva sobre a actual situação política e económica do país. É que vou identificando, sem sargentos ou vinte e setes, a mesma técnica de informação e manipulação de opiniões.
De quando em vez vem alguém a terreiro anunciar um eventual aumento de imposto, taxas ou preços de bens de primeira necessidade. Ou, ainda, cortes nos subsídios, comparticipações e afins.
Naturalmente que os protestos se fazem ouvir por parte dos cidadãos em geral e suas organizações em particular, bem como das oposições políticas.
Um ou dois dias depois vem alguém, desta feita representando o governo, acalmar as hostes e avisar que, afinal, os aumentos não são de 50% como haviam aventado, mas apenas de 30% ou que os cortes não eram totais como as aves de mau agouro haviam denunciado, mas apenas de 50%.
E todos respiram de alívio, pensado e afirmando que, afinal, não se está tão mal quanto se supunha.
Pergunto-me se os politólogos, analistas, comentadores, economistas e restante cambada não estarão a fazer um trabalho de encomenda ao tecer e lançar tais anúncios públicos catastróficos.
E recordo-me, ainda, de um outro conceito: “Pode enganar-se muita gente durante algum tempo; pode enganar-se algumas pessoas por muito tempo; mas não se pode enganar muita gente durante muito tempo.”

Texto e imagem: by me

Perdidos e achados



Dizem os jornais que a falta de parafusos está a manter parada a fábrica PSA de Mangualde. Saiba-se que esta é uma fábrica de automóveis franceses e que os parafusos são italianos.
No entanto, não entendo esta situação.
Sendo os portugueses o que são e com a falta de parafusos que têm vindo a demonstrar – veja-se o estado do país e os resultados eleitorais – certamente que se encontram a pontapé os parafusos que os nossos concidadãos têm vindo a perder.

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Toca a ajudar



Fazer fotografia é, muitas vezes, um acto de caça ao insólito.
É o diferente, porque bonito, porque feio ou apenas porque diferente.
Um destes dias tropecei neste anúncio, colado num poste. Vi-o, na altura e agora ainda, como diferente.
Começando pelo facto de ser uma procura de habitação. O habitual, pelo menos o que estou habituado a ver por cá, Lisboa, é encontrarem-se anúncio informando da existência de casas ou partes de casa para aluguer. Sei que em Barcelona é normal encontrarem-se os dois tipos de anúncios, mas por cá não.
Em seguida, o facto de ser uma senhora dizendo que vai viver sozinha. Não é daquelas coisas que se anuncie a cada esquina. Para mais com um contacto telefónico. Corre o risco – quem anuncia – de recebe telefonemas não tão simpáticos.
Depois, bem, depois o uso da palavra “simpático” e terminando com um “obrigada”. São dois termos ou atitudes que cada vez mais se vão perdendo, tornando o seu uso algo de notoriamente diferente ou insólito.
Por fim o referir o valor de renda disposto a pagar por um T1 mobilado. Claro que as características da habitação que se procura são importantes, que escolher uma casa que não respeite os nossos gostos ou possibilidades é um absurdo.
Mas todo o anúncio fala um pouco de quem o colocou. Ou fala de quem o colocou ou é uma brincadeira de mau gosto para o ou a possuidora deste número de telefone.
Curioso que sou, para além da fotografia fiz o telefonema. Não é uma brincadeira de mau gosto e R., que foi quem me respondeu do outro lado, pareceu-me estar acima da média daqueles e daquelas que procuram casa, com alguma urgência que se sente no anúncio.
Assim sendo, aqui fica o apelo: quem souber de um T1 para alugar, até 350€, mobilado e dentro de Lisboa, dê-lhe um telefonema ou passem a palavra.
Toca a ajudar! Se mais não for, considerem que é a boa acção da semana.

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Raisparta a competitividade


Ex-Cinema


Ex-Loja de moda infantil

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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O verdadeiro auto-retrato rupestre do séc. XXI


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Raisparta a competitividade


Ex-Loja de malas e acessórios


Ex-Pronto-a-vestir feminino

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Lá vou eu



Pronto! Lá vou eu contribuir para o aquecimento global e o aumento do consumo de combustíveis fósseis!
É que, de acordo com o jornal “Público”:

“A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) propõe um aumento de 30% nas tarifas eléctricas para o próximo ano, ao qual acresce o agravamento do IVA de 6% para 23% nas contas da electricidade.”

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Tentativa e erro



Conheço um tipo que é quase louco por futebol. Gosta de ver os jogos, segue as classificações de diversos campeonatos, conhece os jogadores e as suas particularidades, tem a sua equipa favorita pela qual torce e sofre e… gostaria de ser um bom jogador. Não é! E sabe-o.
No entanto todos os fins-de-semana aí está ele, junto com um grupo de amigos de longa data, a jogar, faça sol ou faça chuva. Parece que nenhum deles é grande jogador, mas esforçam-se, na medida em que uma semana de trabalho normal o permite e o avançar na idade também.
Apesar de todas as contrariedades da vida e das limitações que tem, este tipo, continua a insistir naquilo de que gosta e deseja: estar intimamente ligado ao futebol.
Conheço um outro tipo que pinta e desenha. Não entendo muito, eu, da coisa, mas parece-me que até nem pinta ou desenha muito bem. Apesar disso, nas horas vagas continua a fazer aquilo de que gosta, a espalhar carvão e tintas sobre telas e papeis, a ir a exposições, a ler sobre os mestres e tentar, com isso, aprender e melhorar o que faz.
Sobre estas duas pessoas tenho a melhor opinião possível: têm um sonho, um desejo, um prazer e não abdicam de o seguir, de insistir, de praticar e, com isso, saberem que dão o seu melhor naquilo que querem para si. Mesmo sabendo (e creio que sabem) que nunca irão para além do sofrível. Mas fazem-no!
Em compensação, conheço um montão de outros que, tendo também sonhos e desejos, confrontam-se com as suas limitações (ou que supõem ter) e arrumam-se a um cantinho, desistindo de o alcançar ou mesmo de o tentar, e ficando para sempre com aquela ideia “Eu queria ser isto, mas sabia que nunca o alcançaria. E desisti.”
Destes, tantos que são, tenho pena. Pena porque se acomodam no remanso de uma vida rotineira, sem arriscarem perante os outros e, pior de tudo, sem arriscarem perante si mesmos. A sua fasquia é o chegar ao fim do dia adormecer, sem sequer tentarem arranhar que seja os sonhos que possuem e que, talvez, alimentem no sono.
E tenho tanta mais pena quanto mais novos são. Com a vida pela frente, arrumam-se no primeiro cantinho que encontram e o futuro… logo se verá, que amanhã também é dia.
A estes, só me apetece fazer uma coisa: agarrá-los pelos colarinhos e dar-lhes tabefes até que acordem. Porque nunca me zanguei com quem falhou! Apenas com quem não tentou!

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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Um espanto de graffity



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era uma vez... (5)



...
Claro está que, por muito experiente que o nosso Chico fosse, o seu barco sem vela, sem popa e sem proa se afundou. Mesmo ali, à beirinha da praia.
E aos rebolões nas ondas, que a tempestade assustava o mais valente, bebendo uns valentes litros de água bem salgada, lá conseguiu ele ir nadando e chegar a terra firme.
Já sentado na areia seca, olhou o mar que lhe tinha roubado o seu lindo barquinho. E ficou triste. Muito triste. É que ele, o Chico marinheiro, sem barco ficava sem nada. Nadica que fosse!

Bem, sem nada é uma força de expressão, que sempre ficou com o roupinha que trazia no corpo!

Era uma vez...(4)



...
Nesta altura o nosso Chico ficou mesmo assustado!
Sem vela e sem popa, com o seu barquinho a meter água e a tempestade bem feia, só pensava ele em como chegar a terra, desse por onde desse.
Mas a sua experiência, e as muitas tempestades que já tinha enfrentado, não o faziam desistir e, ainda que quase a afundar, lá foi orientando o seu barquito para terra.
Acontece que, com o sobe-e-desce das ondas, altas como montanhas, não viu que umas pontas de rochedos estavam no seu caminho, já pertinho da praia. E, com uma pancada terrível, embateu e perdeu a proa.

(Continua)

Era uma vez... (3)



...
Nesta altura, já sem a vela do barco, o Chico começou a ficar preocupado. O mau tempo ele conhecia, mas uma tempestade daquelas nunca tinha visto. A ponto de lhe arrancar a vela e o mastro…!
Mas, experiente como era, lá foi orientando o seu belo barco, agora já não tão belo, aproando para terra.
Acontece que, no lugar de amainar, a tempestade só piorava. E se o vento soprava, qual demónio enfurecido, as ondas iam-se cavando, criando vales e montanhas de água nunca vistas. E quando, com o barquinho em baixo, elas lhe caíam em cima, todo ele estremecia, a anunciar o pior.
E o pior aconteceu: Uma delas, batendo-lhe mesmo em cheio, partiu-o e levou-lhe a popa, como se de uma folha de árvore se tratasse.

(Continua)