sábado, 3 de setembro de 2011
Uma questão de atitude
Precisava eu de um peixe para ilustrar um textinho cá dos meus. Só não sabia onde o ir buscar.
Ponderei fotografar um no prato, mas fazia pouco sentido um já cozinhado; ponderei passar por uma peixaria e comprar um, inteiro, mas confesso que não gosto de fotografar cadáveres, além de que se levantava a questão do fundo para tal; pensei em passar pelo Oceanário de Lisboa ou pelo Aquário de Algés, mas tanto um como outro me ficavam fora de mão.
Restava-me um de brinquedo, e foi o que procurei. Com a vantagem de o poder guardar para qualquer outra ocasião, sem problemas de logística (leia-se cheiros).
Fui direito a uma loja de brinquedos – uma pertencente a uma cadeia da especialidade – num centro comercial. Entrei e disse ao que ia e para que efeito o queria. Tentei mesmo, até, brincar com a situação.
Pois o tratamento que recebi da empregada (de uma, que a outra até estava de sobrolho franzido para com a colega), para além de não ter o que eu procurava, foi quase como se eu lhe tivesse pedido para que me vendesse a sua roupa interior ou semelhante. Não me recordo de ter sido tão mal recebido numa loja como fui nesta.
Não sei se esta senhora estaria a digerir mal um almoço de peixe ou se as minhas barbas lhe faziam lembrar alguma coisa de incómodo ou o que fosse. Certo é que aqueles não são modos de receber um cliente que sorri e tira o chapéu para cumprimentar, disposto a gastar dinheiro na loja que lhe paga o salário no fim do mês.
Ficou ela a perder, ficou a colega a perder e ficou a loja a perder, que não tenciono ali voltar, nem que seja a última do género na cidade.
Acabei por comprar o que procurava numa outra casa – “Papagaio sem penas” – no mesmo Centro Comercial, onde fui bem tratado, me diverti, gastei pouco dinheiro e onde voltarei pois que contam receber para breve um outro objecto que procuro.
Não espero que me saltem para o colo e me dêem beijinhos, ao entrar num estabelecimento comercial. Poderia ser até agradável, mas não é o que procuro. Mas não gosto, nem um pouco, de ser tratado “abaixo de cão”, sem ofensa aos canídeos. Algures entre uma coisa e outra satisfaz-me e torna-me cliente.
A crise de que tanto se vai falando e que a tantos afecta, não é apenas uma questão de dinheiro, por muito importante que este possa ser. É mais uma questão de atitude negativa de quem vive e trabalha, estragando com ela aquilo que de pouco já possa ter. E num mundo em que a competitividade impera, gostemos ou não disso, espantar clientes não é a melhor forma de sobreviver!
Texto e imagem: by me
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