sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Tentativa e erro
Conheço um tipo que é quase louco por futebol. Gosta de ver os jogos, segue as classificações de diversos campeonatos, conhece os jogadores e as suas particularidades, tem a sua equipa favorita pela qual torce e sofre e… gostaria de ser um bom jogador. Não é! E sabe-o.
No entanto todos os fins-de-semana aí está ele, junto com um grupo de amigos de longa data, a jogar, faça sol ou faça chuva. Parece que nenhum deles é grande jogador, mas esforçam-se, na medida em que uma semana de trabalho normal o permite e o avançar na idade também.
Apesar de todas as contrariedades da vida e das limitações que tem, este tipo, continua a insistir naquilo de que gosta e deseja: estar intimamente ligado ao futebol.
Conheço um outro tipo que pinta e desenha. Não entendo muito, eu, da coisa, mas parece-me que até nem pinta ou desenha muito bem. Apesar disso, nas horas vagas continua a fazer aquilo de que gosta, a espalhar carvão e tintas sobre telas e papeis, a ir a exposições, a ler sobre os mestres e tentar, com isso, aprender e melhorar o que faz.
Sobre estas duas pessoas tenho a melhor opinião possível: têm um sonho, um desejo, um prazer e não abdicam de o seguir, de insistir, de praticar e, com isso, saberem que dão o seu melhor naquilo que querem para si. Mesmo sabendo (e creio que sabem) que nunca irão para além do sofrível. Mas fazem-no!
Em compensação, conheço um montão de outros que, tendo também sonhos e desejos, confrontam-se com as suas limitações (ou que supõem ter) e arrumam-se a um cantinho, desistindo de o alcançar ou mesmo de o tentar, e ficando para sempre com aquela ideia “Eu queria ser isto, mas sabia que nunca o alcançaria. E desisti.”
Destes, tantos que são, tenho pena. Pena porque se acomodam no remanso de uma vida rotineira, sem arriscarem perante os outros e, pior de tudo, sem arriscarem perante si mesmos. A sua fasquia é o chegar ao fim do dia adormecer, sem sequer tentarem arranhar que seja os sonhos que possuem e que, talvez, alimentem no sono.
E tenho tanta mais pena quanto mais novos são. Com a vida pela frente, arrumam-se no primeiro cantinho que encontram e o futuro… logo se verá, que amanhã também é dia.
A estes, só me apetece fazer uma coisa: agarrá-los pelos colarinhos e dar-lhes tabefes até que acordem. Porque nunca me zanguei com quem falhou! Apenas com quem não tentou!
Texto e imagem: by me
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