quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Desopilante




Do ponto de vista cinematográfico não é grande coisa. Melhor, é mauzinho mesmo.
Mas, caramba, a sua ingenuidade, os maus que não são maus ao pé dos péssimos, a sua violência sem uma gota de sangue que se veja, nem mesmo durante uma cirurgia improvisada com wkisky, uma faca e pólvora tirada de um cartucho de pistola, a traquinice de alguns trocadilhos e, principalmente, a pancadaria divertida, fazem deste filme um marco.
De que filme falo? Os mais velhos certamente que dele se recordam; os mais novos se calhar nunca dele ouviram falar, mas o “Trinitá” fez as delícias de muitas tardes cinematográficas de muita gente, televisivas ou mesmo no balcão do cinema.
Recomenda-se, pare rever ou conhecer. É garantido no alívio das crises de fígado e mau humor!

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Ah pois é!
Em Espanha protesta-se e por cá também não.
Três vivas a Nada e a este País de Coisa-Nenhuma!

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Coisa-Nenhuma




É sabido que qualquer bicho-careta decreta o dia mundial Disto, o dia europeu Daquilo, o dia nacional Daqueloutro.
Assim eu, que não sou menos que qualquer bicho-careta, decreto que hoje, 31 de Janeiro de 2013, é o dia de Coisa-Nenhuma.
Ficam desta forma convidados a celebrar Coisa-Nenhuma, a dar vivas a Nada e a fotografar o vazio como símbolo deste dia.

Nota – em termos fotográficos, e face à dificuldade do tema, podereis acrescentar um cabelo ou uns restinhos de tabaco, só por via do foco.

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Tinha acabado de sair



o comboio.

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Um olhar - Talvez Maria



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A moedinha




Nunca encontrei dinheiro na vida!
Excepção feita àquela vez em que fui dar com uma nota de mil escudos muito mal tratada no bolso das calças, depois de lavadas. Mas isto não conta, já que mais ninguém usa as minhas calças e terei sido eu mesmo a lá a deixar.
Mas aquele “Achar”, de ir na rua e encontrar notas ou carteira, não terem nenhuma indicação de dono e, por razão de bom-senso, poder dizer “Já ganhei o dia!”, isso nunca me aconteceu.
Houve também aquela outra ocasião em que, num passeio pedestre na serra de Sintra, encontrei um Bilhete de Identidade. Era de um rapaz, de uns 14 ou 15 anos, não recordo bem e, no regresso, fui à esquadra de polícia entregá-lo, que lhe haveria de fazer falta.
A senhora agente que me atendeu olhou para mim, para o documento de um lado e do outro, para mim de novo e perguntou:
”E onde está o resto?”
Consegui ser educado e não permitir que a minha boca proferisse os impropérios que teimavam em querer sair. Mas sempre lhe disse uma ou duas das minhas que a deixaram tão branca quanto as divisas que ostentava nos ombros. E saí! Espero que tenham feito chegar o BI ao seu dono.
Mas, encontrar dinheiro, de algum valor, ontem foi uma estreia!
Estava ali, um tudo ou nada brilhante e solitária, esta singela moeda de um cêntimo, na plataforma de embarque dos comboios cá do meu bairro suburbano.
Ainda olhei em redor, não fora tratar-se de uma daquelas partidas em que a moeda está colada ao chão e, um pouco ao lado, alguns brincalhões se rebolam a rir com os incautos. Mas nada dava indícios de tal.
E fiquei à conversa com os meus botões:
“Se a minha sorte não foi suficiente, até hoje, para encontrar dinheiro perdido na rua, não vou gastar o meu quinhão dela com esta moeda de um cêntimo. Quando a sorte me sorrir, neste campo, será de orelha a orelha e com os dentes todos!”
E deixei-a lá ficar, trazendo, em contra partida, a sua imagem.
Acontece que a sorte, quando olha para mim, mostra-me uma expressão digna de uma tarântula com uma crise hepática. Assim tem sido e suspeito que continuará a ser, pelo que não conto ficar rico com o que encontrar no chão.
A minha única dúvida é se a fotografia que aqui vêem, bem como este texto que a acompanha, não valerão tanto quanto a moedinha que recusei apanhar.

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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

IMF, Lisboa, 2013-01-30


FMI, em inglês IMF.
Que é como quem diz: “International Mother F*****”






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Já me senti envergonhado com coisas que fiz ou disse.
Já me senti envergonhado por coisas que não fiz ou não disse.
Agora sentir-me envergonhado por coisas que permiti que acontecessem… Essa vergonha nunca me sairá da pele! Nem da vossa, se olhardes bem em redor!

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Temos que ser muitos!
Mas, tão importante como sermos muitos, é termos a convicção de estarmos certos.
Triste é sermos muitos (ou não) e sermo-lo apenas porque é moda ou porque esperamos que “alguém” faça.
Porque para esperar por “alguém”, temos os templos. Ou um exímio atirador.
E se for moda é efémera, como todas o são.
Que aquilo que tivermos mas não sair das nossas mãos ou vontades não é nosso; apenas o tomamos emprestado. E cedo ou tarde no lo virão tomar de volta.

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Quando a ética se sobrepõe à estética




É verdade que sim! Gosto de fotografar flores e folhas.
Gosto de ver a suavidade das suas texturas, gosto de registar os seus contornos trabalhados, gosto de sentir como a luz as atravessa, gosto de constatar como as suas nervuras se espraiam e desenvolvem.
Agora é garantido que nunca as fotografo em ambientes controlados! Aquela coisa de termos a luz como a queremos, de sabermos que o vento não as tira de foco e de podermos usar o tempo de exposição que entendemos sem que haja imagens tremidas… esse tipo de fotografias não faço!
E o motivo é razoavelmente simples: não me entendo dono do universo para poder decidir quais os seres vivos que devem morrer para meu deleite!
Matar um animal – mamífero ou insecto – ou uma planta – flor ou folhas – apenas porque me apetece fazer uma fotografia, numa espécie de orgasmo visual, isso é algo que me recuso fazer.
Se as condições o permitirem – luz, terreno, vento, perspectiva, técnicas – lá tentarei dar um arzinho da minha graça e trazer para casa um ícone daquilo de que gostei. E, se tiver arte e engenho, será quase tão bonito quanto o animal ou planta vivo de que gostei.
A alma também se alimenta. E, ao contrário do estômago, é de coisas vivas e belas. A morte pouco ou nada tem de belo, mesmo a de uma folha, se for eu a provocá-la!

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terça-feira, 29 de janeiro de 2013


A mente demente da grama que mente precisa, urgentemente, de ser arejada.
Cal .38 é suficiente!

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Paralelismos photográphicos




E porque numa resposta a S. se me sugeriu esta imagem, aqui fica:
“Ou, e para usar termos fotográficos, ou bem que usamos um eficaz banho de paragem ou o revelador acaba por queimar tudo!”

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Às vezes até que nem corre mal



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Amor e sexo




Porquê “fazer” e não “tirar” uma fotografia?
Bem, “tirar” implica algum tipo de intrusão, de agressão, de subtracção, de minorar algo ou alguém em favor da nossa fotografia.
Por seu lado, “fazer” uma fotografia implica uma relação positiva com o assunto fotografado, um acréscimo, um afecto que se demonstra.
Talvez que a melhor comparação entre o “tirar” e o “fazer” uma fotografia seja a comparação entre praticar sexo e fazer amor.

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Alternative late night show



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A última




Está decidido: esta foi a última!
Passo a ganhar dez minutos por dia, de sono ou de coisas agradáveis para fazer logo de manhã. Ou, se preferirem por atacado, dois dias e meio por ano.

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Robert Doisneau




É compulsivo: ver uma livraria e não entrar é quase como assistir a um filme, no cinema, de olhos vendados!
Foi assim que dei comigo numa razoável livraria de Lisboa. Com uma razoavelmente abastecida secção sobre fotografia.
Só que é aqui que a porca torce o rabo! Dos livros com monografias de autor ou bem que já por cá tenho algo, não se justificando repetições, ou bem que o autor em si me não cativa, não se justificando o dispêndio, ou bem que são edições cujo preço ultrapassa, nalguns casos, aquilo que algumas pessoas levam para casa ao fim do mês. Recuso-me!
Já quanto a livros teóricos a frustração é semelhante e pelos mesmos motivos: ou conhecidos, ou já existentes ou incomportáveis.
Já nem quero falar das pilhas que aqui em casa me atrapalham os movimentos e que esperam por uma oportunidade de serem lidas.
Apesar de tudo isto acabo por dar com uma pequena preciosidade. Pequena no seu verdadeiro sentido porque de bolso, preciosidade porque de um autor sobre o qual pouco tenho, se alguma coisa: Robert Doisneau.
Edição trilingue, como agora a Taschen vem fazendo, com letra miudinha para que caiba tudo num livro deste tamanho, cobre quase todo o trabalho dele. E, como sempre deleito-me com ele no comboio, de regresso a casa..
Só as fotografias, numa primeira degustação, que o texto implica uma maior concentração. Nem mesmo as legendas me prendem, que quero usufruir das imagens “de per si”, sem interpretações que não apenas a minha.
O que é interessante num ver um livro assim, é constatar a evolução do olhar do fotógrafo com o passar dos tempos. Não apenas aquilo que a técnica permite, mas a escolha da perspectiva, do assunto, do momento. Com os anos, torna-se menos agressivo na primeira leitura superficial mas bem mais arguto e incisivo naquilo que não é explícito mas tão só implícito.
Para além de algumas bem mais que clássicas, fica-me na memória esta. Por sinal, das menos reproduzidas na net, pelo que me foi dado a entender. Mas que me enche as medidas, lá isso enche!
E, para que conste, foi feita em Paris, em 1953.

Bola




É sabido que nada ligo ao futebol!
Mas dá-me algum gozo saber que a selecção de Cabo-Verde bateu a de Angola e se qualificou para os quartos de final na Taça das Nações Africanas.
Saber que os “pequeninos” também têm lugar ao sol já eu sabia. Constatá-lo é outra coisa.
Por uma vez, gosto de ler uma notícia de futebol!

Imagem: in jornal Público

Dados




Hoje é dia europeu de protecção de dados. E não, não me refiro a estes, mas antes aos dados sobre cada um de nós, que andam desbaratados e ao deus dará.
Há uns anos, e em tom de brincadeira, decidi fazer uma experiência: com base nas poucas informações que tinha sobre uma pessoa com quem conversava na web e que residia no Chile, tentei obter informações a seu respeito. Sem sair da minha cadeira e sem quebrar nenhuma segurança de nenhuma base de dados. Assustador, mais ainda se pensarmos que, à época, o Facebook ainda não existia.
Obtive fotografias, moradas, contractos, números de identificação, parentescos… Tudo isto através do que se encontrava disponível nas empresas com quem essa pessoa tinha relações, sites institucionais como turismo e agências internacionais. Sem cometer num crime de invasão de privacidade nem intrusão em locais privados. Até porque não sei como quebrar seguranças nem encontrar “portas das traseiras”.
A maior parte de nós não se preocupa com estas coisas. As bases de dados e a utilização dos serviços electrónicos parecem facilitar-nos a vida e reduzir custos reais e ecológicos. Parecem apenas.
Numa notícia televisiva recente, em breve todo o país estará abrangido por receitas electrónicas, na sequência de um projecto-piloto bem sucedido. Neste sistema, deixará de existir a receita médica em papel: o tratamento é inscrito numa base de dados e o doente só tem que se apresentar numa farmácia com o seu cartão de utente para obter o medicamento.
Parece cheio de bondades e virtudes este sistema. No entanto…
No entanto consigo antever os jogos de bastidores por parte de grandes empresas, bem como de companhias de seguros, a querer saber que a tratamentos foi sujeito determinado individuo que se candidata a um emprego, promoção ou seguro de saúde. Ou, ainda, um político a querer “descobrir a careca” ao líder adversário. Ou ainda os jogos de influências por parte das empresas produtoras de medicamentos, ao saberem que certo médico prescreve mais deste que daquele fabricante.
Bastará, para que tudo isto seja mais que pessimismo, que haja interesse em quebrar seguranças de informação. Coisa que sabemos ser relativamente fácil para quem saiba do ofício.
As informações privadas sobre cada um de nós andam por aí, queiramo-lo ou não. Algumas são voluntariamente fornecidas, as mais das vezes com uma sobredose de ingenuidade: redes sociais, inquéritos de porta-a-porta ou de rua, conteúdos de contractos comerciais…
Outras são-nos impostas, por vezes rudemente. Os trajectos feitos ao abrigo da “via verde” ou dos passes sociais ficam registados em mãos privadas, as câmaras de vigilância super abundam, guardando cada rosto e gesto em público, e até a simples compra de um artigo ou serviço, com a obrigatoriedade de factura, deixa registo em bases de dados permeáveis.
Não creio que Orwell tivesse imaginado tudo isto indo tão longe. Ou mesmo que a IBM europeia e ao serviço do regime Nazi e do controlo de Judeus, sonhasse sequer estender os seus serviços a todos os seres humanos desta forma.

Quando proteger os seus dados, proteja-os mesmo.

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domingo, 27 de janeiro de 2013

Arqueologia dos prazeres




Dia de compras no supermercado cá do burgo.
O conceito de cristianismo não me aquenta nem me arrefenta, pelo que domingo é um dia bom, como qualquer outro.
Ponho no cesto o que constava da minha lista. Ir às compras com uma lista é das melhores formas de apenas se trazer aquilo que realmente queremos e não aquilo que nos impingem. As mais das vezes.
Desta acabei por ver à venda, sobras dos festejos natalícios, algo de que gosto particularmente: broas de milho. Aqueles doces tradicionais, feitos com produtos tradicionais e campestres, não dependendo de cozinhas e tradições importadas. Simples, barato e, se abusados, não muito recomendáveis para os intestinos. Mas de que gosto muito.
Não resisti e trouxe duas embalagens. Seria para fazer um gostinho à boca, em jeito de lanche.
Mas, e já que estou numa de gulosa, façamos tudo como deve ser. Gulodice por inteiro e tradicional. Pontaria para a secção dos queijos e venha uma embalagem de requeijão. E o lanche, quase jantar, assim aconteceu:
Requeijão, coberto com açúcar amarelo (esse já cá estava, que só gasto desse), acompanhado de broas de milho.
Para que os prazeres recuassem mesmo no tempo, fica a fotografia do que foi: as broas que sobraram e onde esteve o requeijão com açúcar, tudo fotografado com uma câmara digital com, talvez, quinze anos: Sony Mavica.
Para que conste, as imagens ficam registadas numa disquete 3 1/5, de 1,44 mb, tendo cada uma 640 por 480 ou seja 0,3 Mp.
Prazeres de antanho, uns vindos do supermercado, outros do baú das velharias.

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Ferramenta




É interessante e triste ver como tantos tanto se preocupam e orbitam em torno das inovações tecnológicas, glosando as suas potencialidades, mas como tão poucos se debruçam sobre a criatividade.
Não é o pincel que faz a obra-prima mas antes a mão que o usa.

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Ser ou não ser não é a questão




Um dos atributos do ser humano, enquanto ser vivo, e considerado o mais positivo, é, simultaneamente, um dos que o mais prejudica: a capacidade de comunicar elaboradamente!
Esta comunicação (efémera se falada ou gestual, permanente se materializada por símbolos ou formas), ao fazer expressar pensamentos igualmente elaborados, permite-nos criar o conceito de Bem e de Mal, de Verdade e de Falsidade.
E desde que estes aspectos se tornaram evidentes e importantes na actividade humana, tentaram-se encontrar formas de dar credibilidade à comunicação, definindo verdade e mentira, aplaudindo uma, censurando a outra.
O conceito de honra é uma dessas formas, onde não apenas se cumpre e faz cumprir códigos de conduta rigorosos, como se afirma por verdadeira cada afirmação emanada de um homem honrado. A falta de honra ou o apodo de mentiroso é dos piores estigmas que a sociedade pode impor ao indivíduo.
Esta necessidade da verdade é tão grande que os tribunais, criados para apurar a verdade e corrigir as injustiças ou actos delituosos, o falar verdade é vital. É um estereotipo do cinema norte-americano o jurar-se em julgamento “Falar a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade”. E remata-se isto com o testemunho de “Deus”, que é o último refúgio da verdade inquestionável, mas igualmente não demonstrável.
Será curioso de ver como serei tratado um dia que tenha que prestar testemunho num desses tribunais, eu que sou agnóstico.
A afirmação da verdade é vital para o ser humano que usa testemunhos, exemplos, demonstrações, como eu estou agora aqui mesmo a fazer com estas linhas.
A verdade ou credibilidade da comunicação é, assim, a pedra de toque da sociedade e, em quebrando-se, desmorona-a.

Confrontado com alguma forma de comunicação, o Homem procura, em primeiro lugar, saber da sua credibilidade. Quer se trate de verbalização, escrita ou iconografismo.
Claro está que ninguém põe em causa uma pintura. Presume-se que ela, e o seu autor, não pretendem ser verdadeiros ou falsos. São um conjunto de símbolos cuja veracidade não importa.
Já com a escrita o mesmo não se passa. Ou bem que pensamos “Isto é credível” ou então “Isto é faz-de-conta”. Presume-se que num jornal não se encontram falsidades, mas definimos outras formas de escrita como “ficção”. E, se por acaso, se constata que num jornal constam falsidades, é um “Ai Jesus”, com acusações recíprocas e recurso aos tribunais para repor a verdade. E a credibilidade do jornal vai por água abaixo.
Na 7ª arte – o cinema - e no seu sucedâneo – a televisão – existem três categorias de credibilidade: o que é inquestionavelmente verdade (informação), o que é indubitavelmente ficção (séries, filmes, novelas, etc) e o que, sendo verdade, usa palavras ou imagens falsas (documentários). Ninguém acredita que um cineasta esteja anos a fio a filmar um leão em África para contar a sua história. Acredita-se que eles vivem daquela forma mas sabe-se que as imagens e as palavras são falsas. É um terreno pantanoso, este.


Com o surgimento da fotografia, no século XIX, supôs-se que a questão do “verdadeiro” e do “falso” pudesse ser resolvida.
Não sendo objecto de intervenção humana, mas tão-somente usando processos naturais e científicos, a imagem fotográfica assumiu contornos de “indesmentível”. Expressões como “Para mais tarde recordar” ou “ O fotógrafo estava lá” são disso exemplo.
Pelo menos no pensar do comum do cidadão. Porque cedo a justiça e os tribunais se aperceberam da possibilidade de manipulação ou falsificação da fotografia, apresentando imagens que não correspondiam à “verdade”, e recusaram-se a aceitá-la como prova para o apuramento da verdade colectiva.
Apesar desta desconfiança da justiça em relação à veracidade da fotografia, continuámos a dar-lhe o benefício da dúvida. Pelo menos em parte, dependendo do contexto onde ela se insere.
Presumimos como sendo verdadeiro testemunho da verdade se inserida num periódico em que acreditamos ou ao qual não atribuímos a possibilidade de nos mentir. Tanto assim é que os jornalistas ou empresários da comunicação quase não dispensam a utilização da fotografia para dar reforço e credibilidade aos textos e mensagens impressas.
Mas pomos essa credibilidade ou veracidade da fotografia em causa quando são usadas em publicidade ou exibidas numa galeria de arte. Das primeiras porque os publicitários não primam por “falar verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade”, pelo que o seu trabalho, fotografia incluída, podem e devem ser postas em causa. Das segundas, penduradas numa parede de uma galeria de arte ou publicadas em livros ou revistas conexos, ficamos na dúvida. Se a imagem com que somos confrontados é semelhante à nossa própria experiência, aceitamo-la como verídica; se a achamos ou ao seu conteúdo como estranhas ou dissonantes com as nossas próprias verdades, interpretamo-las como falsas. Mas não nos incomoda, porque numa galeria de arte não esperamos encontrar a “Verdade” mas tão só a expressão do autor, que se pode deixar levar pela imaginação ou fantasia e criar uma “Verdade” que só existe no seu íntimo. E nós, público, entendemo-las como tal.

No uso quotidiano do cidadão comum, amador fotográfico ou nem isso, a fotografia foi sempre considerada como um testemunho verídico e credível. As fotografias de férias e passeios, das festas de anos, de grupo ou de família, as feitas na bancada do estádio ou perante um acidente ou catástrofe não são (ou não eram) postas em causa.
O facto do fotógrafo amador não dominar as técnicas “complexas” da fotografia, de apontar e disparar, deixando o resto ao cuidado de laboratórios insuspeitos, dão um carácter de veracidade às imagens que ele produz.
Mas se o fotógrafo é já considerado como conhecedor das técnicas fotoquímicas, já os amigos e familiares, ao olharem para uma fotografia menos comum ou mais surpreendente, perguntam “Isto foi mesmo assim?” ou afirma “Isto tem truque!”
Com o advento da fotografia digital e a facilidade da manipulação e de acesso às ferramentas de tratamento de imagem, a questão da fiabilidade, veracidade ou honestidade da fotografia está cada vez mais posta em causa.
Até mesmo uma inocente fotografia de um pôr-do-sol ou de um salto meio acrobático do rebento é questionável, ouvindo-se quase pela certa “Isto foi montagem?” ou “Usaste o photoshop?”

É assim que a fotografia vai rapidamente perdendo o seu carácter de documento fiel (que em boa verdade nunca o foi) e ganhando o seu verdadeiro estatuto de forma de expressão pessoal.
E, com este estatuto, a sua credibilidade é tanto maior ou menor quanto esse atributo é dado pelo seu autor ou exibidor e pelo seu público ou receptor. A honorabilidade da fotografia é tão variável quanto o ser humano, enquanto ser comunicante.
A questão põe-se, então, se se espera que a comunicação seja verdade ou mentira e no grau de credibilidade que damos ao eu autor.
Ou, por outras palavras, se se espera que uma fotografia seja ou não verdadeira.
Da mesma forma que espero que um documento científico ou uma notícia de jornal sejam verídicos, não espero que o “Memorial do convento” de José Saramago ou “Os lusíadas” de Luís de Camões sejam verídicos. Ainda que ambos se baseiem em factos reais, aceito que num romance ou poema o autor dê asas à imaginação.
De igual forma, espero que as fotografias publicadas ou exibidas como sendo ícones de uma realidade, (num jornal, revista ou livro) e apresentadas como tal, o sejam, já não o espero de fotografias cujo objectivo explícito ou implícito seja a expressão de sentimentos do autor, interpretações não de uma verdade factual mas antes sentida.

Assim, o atributo de verdadeiro ou falso dado a uma fotografia ou imagem, depende da cumplicidade, de um entendimento prévio entre quem faz e quem vê.
E se o autor ou exibidor não a afirma como verdadeira e se o público não a recebe como verdade, pouco importante é que o seja ou não.
Ser ou não ser, neste caso, não é a questão!

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sábado, 26 de janeiro de 2013

In & out




O mundo lá em cima, bonito e a rir-se para mim, e eu cá em baixo, chateado e a roer-me de inveja!

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Em tempos, ver alguém a falar sozinho na rua era sinónimo de loucura.
Hoje também, apenas que tecnologicamente evoluído!

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Mysterious Lady #2




As actuais técnicas de edição de imagem permitem um sem número de efeitos e ajustes, criando por vezes resultados finais que a objectiva nunca poderia ver.
Mas eu, talvez por ser de outros tempos, talvez apenas p’lo puro prazer de fazer, talvez p’lo deleite do ver, tenho uma especial predilecção por fazer e captar o que vejo.
É a luz que, para mim, faz a diferença e se a luz, na tomada de vista, me não convencer, não será fácil que o resultado final me encha as medidas.

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Truques




Dias há em que acordamos em plena sintonia com o mundo: cinzentos e sem ânimo.
Resta-nos recorrermos a algum truque de algibeira para darmos um pouquinho de luz às perspectivas que temos.
Mas se, mesmo assim, não encontrarmos as cores que queremos ou gostamos, podemos sempre pensar que uma pedrada certeira num alvo selecto nos faria sorrir para o resto do dia ou mesmo da semana.

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Farto




Começo a estar farto de, mais que ver este cartaz, sabê-lo verdadeiro!
Mas estou bem para além dos cabelos por saber que pouco mais se faz que fazer cartazes!

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Gostar, não gostar, abominar




A língua portuguesa é muito traiçoeira, costuma dizer-se.
Mas uma dessas traições estende-se a quase todas as línguas, tanto quanto sei. E prende-se com o termo “Não”.
Supostamente esta palavra significa a negação da afirmação a que está associada: “Não gosto”, “Não faço”, “Não vou”.
Mas se nos últimos exemplos os termo “não” implica o impedimento do verbo e, consequentemente, que ele não acontece, já no primeiro caso “não” não é uma imposição do seu oposto. O oposto de “Não gosto” não é “Gosto”!
Gostar implica uma atitude positiva ao que estiver em causa, uma atracção, empatia positiva. “Não gosto” será apenas a não existência desses sentimentos. E não a existência de sentimentos negativos.
Para estes usamos afirmações como “Detesto”, “Odeio”, “Abomino” e outras que tais.
“Não gosto” implica a existência de sentimentos neutros perante a situação descrita. Nada mais.

Por isso mesmo é-me impossível dizer “Não gosto” perante o aumento exponencial de cartazes dizendo “Trespassa-se”, “Vende-se”, “Fechado” e outros que tais em comércios pelo país fora. Pequenas lojas, algumas com várias dezenas de anos de existência, vão fechando as portas a cada dia que passa. E se, nalguns casos, trata-se de os seus proprietários se terem reformado, noutros é mesmo uma questão económica, de incapacidade de sobrevivência da actividade.
Temos vindo a notar isto mesmo aos poucos, com as grandes superfícies e centros comerciais a derrotarem o pequeno comércio, com os seus preços por atacado, promoções imbatíveis, cartões de cliente e afins. Mas, ao que parece, a crise e o disparate feito por alguns poucos da grande finança estão mesmo a matar estas pequenas actividades. E, tratando-se muitas delas de empresas de cariz familiar, a atirar estas famílias para a incapacidade de proverem ao seu sustento. Bem como das dos poucos empregados que pudessem ter.
Sobre tudo isto é-me impossível dizer “Não gosto”! Tenho mesmo que afirmar que “Odeio”, Detesto”, “Abomino”!
E faço estender estes sentimentos àqueles que providenciaram que tal acontecesse. Os das grandes finanças que, aconteça o que acontecer, não passarão fome. Bem como aqueles que têm vindo a defender a competição, quase que desenfreada, entre empreendedores, corridas económicas em que os mais fracos, capazes de andar mas incapazes de correr a essas velocidades, acabam por soçobrar. Eles e os que com eles vivem.
Mas os políticos e os macroeconómicas continuam a andar em bons carros, comprar em lojas dispendiosas e a fazer experiências políticas e financeiras das quais nunca pagarão os juros, quanto mais as dívidas.
Para esses, o meu sentimento bem definido de ódio e a esperança de ter o gosto de, um dia, poder escolher-lhes o candeeiro onde ficarão pendurados para exemplo dos vindouros!

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013




Quando, como em outros tempos, já nem a chuva arredar o povo dos protestos contra o que entende por destruição de um país, nessa altura os Coelhos, Gaspares, Relvas e outros que se cuidem!

By me

Virtualidades




Numa montra de uma loja de jogos, ilusionismo e ofícios correlativos, vejo isto.
Um jogo de sociedade, que muito joguei enquanto catraio, em família ou com os amigos. Tenho por aqui algures um exemplar, não o de então que se perdeu na voragem do tempo, mas um outro que adquiri há já uns anos valentes.
Difere o meu deste nas tecnologias usadas. Que aqui não se usam notas mas antes cartões electrónicos, como se de cartões de crédito ou débito se tratassem, bem como um aparelho que regista os débitos e os créditos. Muito modernaço!
Mas uma tristeza!
Retira das mãos dos jogadores o dinheiro “real”, usando apenas o “virtual”. Exactamente aquilo que esteve e está na raiz do problema ou crise que agora atravessamos!
Ou, se preferirem, uma forma de retirar da prática infanto-juvenil o dinheiro palpável, levando os pequenos integralmente com “faz-de-conta”. E farão eles também na vida real, de conta que têm dinheiro ou valores, ultrapassando nos seus gastos o que têm ou são.
Disse-me o empregado da loja que, apesar de concordar com os meus argumentos negativos sobre o jogo, as crianças gostam porque imitam os pais.
Está em saldo, nesta loja. Por metade do preço, o que significa que com vinte e tal euros se compra. Só não me disse o empregado se com dinheiro real se com valores fictícios.
E é com estas virtualidades de valores que vamos formando os jovens. Mas não se esqueçam aqueles que agora concebem e vendem o virtual, que num amanhã, não tão distante quanto isso, necessitarão de atenções e cuidados bem reais!


By me

Um dia a dita-cuja bate na ventoinha e aí…
Terei todo o prazer em dar à manivela para que a ventoinha rode mesmo!

By me

Contestação




Num fórum a que pertenço, li que

“A arte é uma impossibilidade, uma coisa inútil. Que alguém me diga como através de alguma obra de arte conseguiu-se algum objectivo social ou massivo. Que através do "Guernica" de Picasso (uma das obras mais belas do autor) conseguiu-se parar alguma guerra. Ou através de alguma foto se obteve algum tipo de consciencialização de alguma coisa. Fotos são premiadas, obras (pinturas, músicas, obras literárias o que for) são aclamadas, distribuídas e visitadas, porém, nossas sociedades se atem a outro tipo de influências onde a arte está tão longe quanto a bela lua.”

Vou deixar de parte a enorme dificuldade que eu tenho em saber o que é uma “obra de arte”, quanto mais uma “fotografia artística”!
Entendo que a arte, nas suas manifestações efémeras como o canto ou o bailado, nas suas manifestações portáteis, como a literatura, a pintura e, porque não, a fotografia, ou nas suas manifestações inamovíveis, como a arquitectura, será o alimento que nos distingue dos demais seres vivos.
Não será um quadro, uma balada ou um palácio que matará a fome de quem está a morrer dela. Muito provavelmente, todo o investimento pessoal e material na sua criação evitariam essa mesma morte.
Mas quantos são aqueles que, para se expressarem, para criarem, para conceberem e materializarem uma obra de arte, roçam o limiar da morte? Quer seja a “fome física” (veja-se Miró e as suas abstinências quase limite), quer seja a “fome intelectual”, quase raiando ou mesmo ultrapassando o chamado “limiar da sanidade”.
Efectivamente, não será por se ouvir uma sinfonia, ver uma fotografia ou mergulhar num poema que enchemos a barriga, ou curamos uma doença. Mas, garantidamente, ao confrontarmo-nos com uma “obra de arte”, aquele outro aspecto de nós, aquele que não quer saber de comida, de saúde ou de abrigo, se aquece, cresce, alegra e fica feliz.
Mal comparado (ou talvez não tanto) e que me perdoem se ofenderei alguma sensibilidade, a arte poderá comparar-se ao conceito de religião, em que o ir ao templo, o orar, o possuir um ícone, conforta os crentes, aliviando-lhes a alma das maleitas terrenas.
O criar ou admirar uma “obra de arte” tem ou pode ter o mesmo efeito. A paz, o confronto de ideias, a surpresa de quem vê ou o esforço de quem a cria, com as tentativas e erros, os esboços, o tempo de meditação em torno da forma ou do conteúdo, tudo isto de alguma forma conforta a alma, seja qual for o nível de sofrimento físico que se possua.

Dizer que “A arte é uma impossibilidade, uma coisa inútil” será remetermo-nos a um estado meramente animalesco, em que nascemos, crescemos, reproduzimo-nos e morremos. E nada mais!
Na sociedade em que vivemos, com o imediatismo dos media e das velocidades de comunicação e de consumo, a produção e o usufruto da “arte” estão em risco.
Ainda mal acabámos de ver um quadro, ouvir uma voz ou apreciar um filme, já aí está outro que o substitui, que tenta ir mais além e vender mais. E aquele que acabámos de ver já se diluiu confrontado com o novo.
Porque o problema, se o houver, nos tempos que correm no que à criação de “arte” diz respeito, prende-se com o seu valor comercial. Produzir e vender!
Tal como a “fast food”. Comer e defecar. O prazer e a satisfação do palato pouco ou nada contam. Assim é com as “criações artísticas”. Aos consumidores não é dado tempo de as apreciarem, de as deglutirem, de as mastigarem e encherem a “boca da alma” com os seus paladares. Considera-se uma “obra de arte” a que mais zeros tiver no seu preço e mais guardas à sua volta.

Dir-me-ão alguns que os escravos que ergueram o que nos resta da arquitectura ou escultura Grega ou Romana, que os mortos que inspiraram a “Guernica”, que as crianças de dez anos e que pesam 6 quilos nos terceiros mundos deste mundo e os que desfalecem a 50 metros de um hospital por não terem como pagar a conta, nada se importam com a “arte”. Com a “arte” como a conhecemos e aqui a descrevemos. Verdade! Ou talvez não!
Porque esses mesmos, nesse sofrimento que só conhecemos por ouvir falar ou pouco mais, trauteiam uma música, moldam um pedaço de barro ou misturam algumas cores. Procuram, de alguma forma, materializar o seu estado de alma sem saber o que é “arte”, “correntes estéticas” ou “galerias e galeristas”. Procuram, desta forma humilde e nada académica, um escapismo, um exorcismo ao que pensam, sentem e sofrem. É uma forma de fugir ao mero animal que não somos, é o ultrapassar o físico em busca de uma outra satisfação de necessidades.

A isto, poderia eu chamar “uma manifestação artística”, se soubesse o que é arte.




Texto: by me
Imagem: “Cabbage Leaf”, by Edward Weston, 1931

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Não deixe p'ra amanhã




Não deixe p’ra amanhã o que pode ler hoje!

Por exemplo: a lista telefónica da sua zona; o dicionário; os manifestos eleitorais dos deputados eleitos.
E tente encontrar quantas pessoas se chamam “Filho”; qual o significado da preposição “da”; que palavra ou expressão lhe surge nos lábios.

A leitura é muito divertida!

By me

Divertimento




Nem a diligente, simpática e atraente segurança saiu do seu posto, nem o motorista do carro do administrador me veio questionar sobre o que andava eu a espreitar e fotografar no carro do seu chefe.
Mas quando, minutos depois, transpus a cancela e me quedei, à distância, a ver o que se passava, muito me diverti eu a ver os dois a examinar o capôt da viatura, tentando descobrir o que ali me tinha prendido a atenção.
Por vezes, a diversão não está no acto de fotografar ou em ver a imagem final, mas antes nas consequências de termos feito a fotografia.

By me 

Um olhar - Katia



By me

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Troféus




Foi mais ou menos assim que aconteceu:
Um braço levantado para suster um stick de hóquei em campo que vinha directo para a minha cabeça.
Fez ontem, em rigor, onze meses de calendário e foi uma terça-feira de Carnaval inesquecível.
Das consequências, para além de um osso partido e já soldado que me irá acompanhar nas minhas andanças, fica a memória de um serviço hospitalar acolhedor mas confuso na sua organização; fica a memória de um advogado que para me representar na minha pretensão de ser indemnizado nos danos materiais sofridos, quis cobrar mais que a quantia a receber e me propôs, discretamente, que inventasse em tribunal danos não patrimoniais (morais) para receber quanto bastasse para lhe pagar; fica a memória de o meu agressor ter usado de um advogado suficientemente sabedor do ofício para responder à fase de inquérito de forma a que este fosse arquivado.
Do dinheiro dou de barato: não menti em tribunal, não pedi emprestado para me tratar ou sobreviver, não quebrei os meus princípios éticos para alimentar um advogado ….
Da justiça em tribunal… A vingança é uma coisa feia e procuro fazer coisas bonitas. Na altura a minha vontade era, muito naturalmente, oferecer-lhe em dobro o que me deu. Agora, passado quase um ano, apenas desejo que aquele individuo, por sinal já com registo criminal por casos de agressão e violência, não o repita com qualquer outro cidadão. Infelizmente tenho a suspeita que continuará até encontrar alguém que lhe dê a provar seriamente do seu próprio remédio.
Quanto ao resto fica a lição, aprendida agora por experiência própria, que a justiça é uma falácia e que só funciona para quem tiver dinheiro e poucos escrúpulos. Não é o meu caso.

E se recordo agora o episódio é apenas porque, devido à chuva e a um passeio pela cidade fugindo dela, abriguei-me sob toldo de uma loja de artigos de desporto em cuja montra estava este objecto. Quase igual ao que me partiu a mão.
É quase igual porque, disse a vendedora da loja, hoje são ligeiramente maiores e mais bojudos. Este está lá para vender há 18 anos, continuou.
O preço foi verdadeiramente de saldo, muito menos que aquilo que eu pensaria ou aceitaria dar por um stick de hóquei em campo se o encontrasse.
Mais um troféu na minha galeria onde, infelizmente, não constam escalpes: de um ou outro advogado, de um ou outro criminoso, de um ou outro político.
Mas ainda não perdi a esperança!

By me