quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O fim-do-ano...


... e do guarda-chuva!


By me

Playing around


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Mistérios


Matar o tempo na estação de comboios suburbano leva-nos a coisas estranhas.
Uma delas é o constar aquilo que vai parar à linha, atirado, caído, esquecido.
O que me intrigou nesta planta jazendo sobre a brita, a par com as pontas de cigarro, tarolos de milho assado e outros detritos, foi o não ter visto, em parte alguma, os restos do vasos onde teria existido. Nem em plástico nem em barro, coisa nenhuma.
Atirado para aproveitar o vaso? Levado pela forte ventania da noite? Um daqueles mistérios que, por muito longe que possa ir no caminho-de-ferro, nunca descobrirei.


Texto e imagem: by me

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Nevoeiro


Apesar de estar de folga e de o dia estar feio, sempre tive que sair de casa e vir ao centro do bairro.
A dado passo, oiço a sirene dos bombeiros. Ainda que esteja a uns bons três quilómetros de distância, em linha recta, ouvi-a com uma nitidez incomum.
“Mau”, Pensei, “Temos problemas?”
Nada disso! Apenas se tratava do habitual toque do meio-dia, desta feita propagado a grande distância por via do nevoeiro. É que, afinal, esquecemo-nos, com a nossa mania das grandezas, que em meios mais densos, o som se propaga melhor!
E quem diz que, mesmo num dia de nevoeiro, feio, em que a humidade nos escorre por cada prega, ainda que não chova, não se pode fotografar?
Basta pensar que o sol está lá, bem acima das nuvens, e trazê-lo cá para baixo, senão com a imaginação, pelo menos com o auxilio de um qualquer extra fotográfico.


Texto e imagem: by me

domingo, 27 de dezembro de 2009

Atendimentos


Não tem muito que saber: para além dos produtos naturais de encontrar à venda numa pastelaria ou café de bairro, espera-se encontrar também simpatia.
Não me refiro a que me saltem para o colo e me dêem beijos repenicados. Mas, no mínimo, que se vejam sorrisos nas caras de quem vende, daqueles que produzem vontade de lá voltar.
Neste café (pastelaria, padaria) da estação do meu bairro, isso não se encontra. Desde que mudou de donos, quem lá trabalha não mostra os dentes. Em contrapartida, eu deixei de lhes mostrar a cor do meu dinheiro. Só recorro aos seus serviços se e só se os restantes cafés da zona estiverem fechados. Felizmente é raro de acontecer.
Agora tive que lá voltar. E a decisão tomada faz tempo sobre este estabelecimento comercial não mudou nem uma vírgula: Para ser mal atendido, quase como que se lhes estivesse a dever dinheiro, e muito, ainda antes de entrar, sempre prefiro abster-me da dose de cafeína até chegar a Lisboa. Não que seja melhor o que por lá bebo, mas pelo menos não sou mal tratado como aqui.


Texto e imagem: by me

sábado, 26 de dezembro de 2009

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Subway access


Lunch time, Christmas day.

O que o EXIF não conta


Que veio da Ucrânia.
Que na terra natal construía pistons para motores Niva, e que a sua fábrica fechou, junto com mais quatro, todas na mesma cidade.
Que chegou a fazer 7km a pé da sua cidade para a aldeia onde vivia a sua namorada, com neve de meio metro, e que, mesmo assim, este frio de cá lhe parece pior.
Que ainda está à espera da substituição do seu passaporte roubado, que agora é emitido lá e não cá, e que sem ele não há trabalho nem autorização de residência.
Que vive de uns trocos que recebe de arrumar carros e que não se droga, de forma alguma.
Que o seu pé partido, em cima do qual se arrasta e que não tem como tratar, o limita na competição feroz por um carro arrumado.
No EXIF pode ler-se que eram 11 e tal da manhã de Natal. O que ele não diz é que as suas roupas e sapatos estavam completamente encharcadas e que os termómetros marcavam 10 graus.


Texto e imagem: by me

O que o EXF não conta


Que é alfacinha.
Que o seu território, um quarteirão a partir do cruzamento da R. Augusta com a R. de S. Nicolau, não pode ser abandonado, quando não será ocupado.
Que já ali faz negócio, haxixe e relógios, óculos se for tempo disso, há mais de dez anos.
Que conhece como poucos os paisanos e os fardados que, por vezes, fecham os olhos.
Que me soube indicar onde ficava o único local onde haveria café na zona e que não, não poderia aceitar o meu convite, que perdia o lugar.
Que já me tem visto por ali e que acha graça a que eu, não sendo da raça, use a barba assim.
O que o EXIF também não conta é que estavam uns 7 graus, nesta manhã de natal e que, pela certa, ele não faria negócio naquelas ruas desertas.

Texto e imagem: by me

Foi para isto?


No jornal “Público”, e a propósito da tradicional sessão de cumprimentos e boas festa natalícias entre os membros do governo e o presidente da república, leio que:
…/…
José Sócrates foi o primeiro a desejar bom Natal e a garantir a "firme disponibilidade" do Governo de "estar à altura da confiança que o povo português lhe deu" para "fazer o melhor" pelo país.
O Presidente retribuiu os votos de "sucessos pessoais, profissionais e patrimoniais" em 2010, deixando outro desejo: "Que seja um ano de notícias venturosas e de bom trabalho para o Governo."
…/…
Pergunto-me se não seria de esperar esta “disponibilidade” por parte do governo? Afinal, os seus membros foram escolhidos exactamente para o fazerem e não qualquer outra coisa ou atitude. Se o que consta nesta declaração não fosse verdade, além de não estarem a cumprir o juramento feito de “Cumprir com lealdade as funções que lhes foram confiadas”, estariam a ser maus funcionários, não fazendo aquilo para que são pagos, merecendo certamente uma avaliação bem negativa e podendo e devendo ser objecto de processos disciplinares com intenção de despedimento. Rápido e sumário!
Pergunto-me também se não seria de esperar que o presidente da república incluísse nos seus votos o “sucesso patrimonial”? Afinal, desde que esta pessoa é figura pública e está à frente dos destinos portugueses (governos ou presidência) sempre deu a maior importância às questões materiais, relegando sempre para segundo plano as questões emotivas e sociais. Sempre acreditei, e agora deixei de ter dúvidas, que para esta pessoa o conceito de “felicidade” passa inexoravelmente por ter dinheiro, muito dinheiro e bem aplicado. Sobre como as pessoas vivem e convivem para além das questões patrimoniais e económicas pouco interesse tem manifestado, por declarações ou actos.
Pergunto-me se foi para isto que estes desta imagem, bem como todos os demais portugueses, votaram.


Texto e imagem: by me

Eurostar imita Titanic


O Titanic começou a ser construído há um século e partiu-se em dois em 1912. Era um mundo (o maior e mais moderno navio até então) e o seu fim ilustrou o mundo como ele sempre foi: da 1.ª classe morreram só 38% dos seus passageiros, da 2.ª, 59%, e da 3.ª, 75%... O mundo foi sempre assim, dividido entre os que têm e os que não têm - com mais ou menos gradações entre a cabina de luxo e os beliches do porão. Foi há cem anos. Agora chegam notícias de outra maravilhosa máquina, o comboio Eurostar que atravessa o canal da Mancha, que naufragou. Não exageremos, só ficaram duas mil pessoas bloqueadas durante 18 horas. O culpado foi o do costume, o frio - no Titanic, um iceberg, com o Eurostar, a neve. E o comportamento humano também foi o do costume. Ficaram famílias sem água nem comida e sem informação. Eram dos que não têm. Mas, no túnel bloqueado, alguém foi buscar Claudia Schiffer para a levar até à saída. Ela tem. Sempre teve. Na outra encarnação, ela chamava-se Lady Lucy Duff-Gordon e salvou-se no primeiro salva-vidas que desceu do Titanic (só levava 12 pessoas, havia lugar para 40, mas urgia salvar aqueles passageiros da 1.ª classe). O mundo o que tem de tranquilizador (e de inquietante, também) é que não nos surpreende.


Texto: in DN.pt
Imagem: by me

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Uma destas noites, Lisboa estava assim


Como a família da Lurdinhas passou a consoada do ano passado


Para estreitar os laços familiares, não há nada que chegue à festa do Natal, lá isso é verdade, mas espero que neste ano as coisas corram melhor do que o ano passado e não seja preciso o meu pai ir mudar de roupa a meio do jantar por ter apanhado em cheio com o galheteiro do azeite nos cornos, atirado pela minha mãe que o topou a apalpar o cu à D. Filomena, uma prima da minha madrinha que veio de Angola e vive numa pensão em Almirante Reis e anda a estudar para manicure.

A minha mãe ficou bera e com razão, não é por ser minha mãe, esteve quase a dar-lhe o fanico e só gritava: «Tirem-me essa puta da frente! Tirem-me essa puta da frente!» Mas quando as pessoas são educadas, as coisas acabam por compor-se e bastou tirarem a D. Filomena de ao pé do meu pai para ficar tudo em sossego. No fim até estiveram as duas a falar de crochés e da telenovela, que nessa altura dava na televisão, e a D. Filomena ofereceu-se para tratar os pés da minha mãe, assim que acabasse um curso de calista que andava a tirar ali para os lados da Fonte Luminosa.

Essa bronca portanto foi o menos; o pior veio a seguir quando a minha avó teve a infeliz ideia de perguntar à prima Otília que presente de Natal é que lhe tinham dado os patrões do escritório onde ela trabalha e a parva descaiu-se a dizer que, do senhor Benjamim, recebeu um jogo de calcinhas e soutien em nylon, e do senhor Canelas, um vibrador-masturbador japonês, muito bonito, todo transistorizado.

Ora, ao ouvir isto, o Fernando, que é o marido da Otília e tinha metido na boca uma grande garfada, engasgou-se, engoliu uma data de espinhas de bacalhau, cuspiu o resto no prato do meu avô e desatou ao bofetão à mulher: «Sua cabra! Sua ordinária!» e a dizer que ia enfiar o vibrador pelo cu do Canelas acima e partir os cornos ao porcalhão do Benjamim.

E a palerma da Otília, em vez de se calar, como era a obrigação dela, cresceu para o marido que até parecia uma leoa: «Tire as patas de cima de mim, seu cabrão! Você é que tem cornos e dos grandes, ouviu?» E ele, todo a tremer: «Eu?! E ainda o dizes, grandessíssima puta?» E a Otília: «Pois digo para vergonha tua, que nem és marido nem nada! Se não fossem os meus patrões não sei o que seria de mim?». E desatou a chorar baba e ranho e então o Fernando agarrou na faca de cortar o bolo-rei e toda a família se pôs a gritar «Ai que ele mata-a! Ai que ele mata-a!», mas o meu pai tirou-lhe a faca e o tio Arnaldo obrigou-o a sentar-se na cadeira, deu-lhe palmadinhas nas costas e disse-lhe: «Não ligues ao que ela diz, pá, que as mulheres são todas umas putas», e ele ao ouvir estas boas palavras, ficou mais sossegado e até alargou um furo ao cinto para continuar a comer.

O pior é que a tia Palmira não gostou da conversa do marido e começou a refilar que não queria confusões, que se as outras eram putas ela era uma mulher séria, que quem não se sente não é filho de boa gente, etc., etc., mas o tio Arnaldo que é um bocado bruto atirou-lhe logo esta a matar: «Escusas de armar em séria, que todos sabem que andaste enrolada com o Gonçalves da farmácia quando ele te tratou do eczema»; e ela, logo: «E tu com a Gracinda da peixaria, que até escamas de pargo trazias para casa nas cuecas!» E o tio Arnaldo, muito fodido: «As escamas de pargo não são aqui chamadas para nada, porra!» E, ao dizer isto, deu tal murro num prato de filhoses que saltou calda para todo o lado e até eu fiquei com o cabelo enchapoçado dela. E o meu pai que ia acudir pela tia Palmira, esteve vai não vai para apanhar outra vez com o galheteiro, pois a minha mãe tinha-o sempre debaixo de olho; enfim, só visto!

O que valeu para que a festa de Natal não ficasse estragada foi a minha madrinha impor-se, visto ser ela a dona da casa, e avisar que não consentia faltas de respeito, que aquilo ali não era nenhuma taberna e que achava uma sacanice estarem a encher o bandulho à custa dela, com a comida cara como estava, e a portarem-se que nem javardos em vez de se mostrarem agradecidos. «Ou comem de bico calado ou vai tudo para o olho da rua!» disse ela e ninguém refilou; durante algum tempo só se ouviu mastigar, até que o senhor Aguinaldo, o sacana do velhote que está amigado com a minha madrinha e que até aí só abria a boca para meter para dentro, resmungou lá do canto que no olho da rua já nós devíamos estar há muito e que se a família dele fosse ordinária como a nossa já a tinha rifado. Um gajo bera, palavra de honra; não são coisas que se digam assim na frente das pessoas e ainda gostava de ver que merda de família é a dele; cheira-me que é para ali uma ciganada cheia de putas, chulos, sovaqueiras e arrebentas.

Mas a minha mãe, que tem muito jeito para compor as coisas quando não está com a bolha, disse que o melhor era a minha madrinha abrir a televisão, que tem programas muito bonitos no Natal, porque as conversas não fazem falta para nada e a gente não estava ali para conversar mas para comer e que assim as crianças sempre estavam mais distraídas. Foderam-me!

Foi assim que tive de gramar duas horas de chachadas como essa porcaria das canções do Natal, das entrevistas do Natal, das tradições do Natal, dos votos de Natal e até dos anúncios do Natal, sem ter feito mal a ninguém. Não é que eu goste de chavascal e sarrafada, mas, mal por mal, ainda preferia ver os parentes todos à porrada e a descobrir o cu uns aos outros do que ver a merda da televisão.


Texto: by José Vilhena
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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Um presépio


Pondo de parte o Pai Natal (de vermelho ou de branco) e a novel imagem barroca de Jesus, também pendurada nas janelas, as figuras da época são estas:
José, Maria e Jesus, não forçosamente por esta ordem.
Encontram-se um pouco (pouco mesmo) por todo o lado, sendo que os lares crentes, por esta altura, têm um presépio montado, mais elaborado ou mais singelo.
Este é original. Construído artesanalmente por Simão Bolívar – não, não é piada, o brasileiro em causa é mesmo assim que se chama - é feito de pedaços de lata reciclados e arame. Tem a peculiaridade, como todos os artigos que ele fabrica, de ser móvel, melhor, de ter peças moveis com as quais nos delicia aquando da sua venda.
Admito que, quando o vi, me apaixonei por este presépio. Não apenas sua singeleza (até porque não sou crente) mas principalmente porque o elemento móvel, o berço, é encimado por aquilo que o seu autor chama de “estrela”.
A minha deformação profissional leva-me a ver nela antes uma antena de TV. A ironia de ver o berço do presépio ligado à televisão é algo que não podia deixar passar. E comprei-o.
Nesta quadra festiva, em que os valores económicos se sobrepõem aos filosóficos ou teológicos, aqui o deixo.


Texto e imagem: by me

Efemeridades


Todos nós temos episódios na vida. Instantes que mais não duram que isso mesmo: instantes! Os que os faz perdurar é a memória de quem o viveu ou presenciou.
Mas a memória mais não é que uma cópia do que foi e que não se repete, por muito que se queira. Aliás, nem é bom de repetir, pois que a ignorância do futuro é o que nos faz apreciar o presente.
Mas, tal como as fotografias que registam momentos irrepetíveis e que são vistas e revistas, também certas estórias são contadas por hábito. Ou porque o contador se repete porque se esqueceu que já a contou, ou porque o contador entende que, ainda que repetida, se adequa à situação ou momento.
Em qualquer dos casos, aqui ficam duas repetições: uma fotografia e uma estória, ambas as vivências irrepetíveis:

Panelas de Natal

A tradição familiar dizia que o Menino Jesus descia pela chaminé para pôr prendas no sapatinho.
Assim, depois do jantar, a cozinha era imaculadamente arranjada, o fogão forrado com papeis “bonitos” e os sapatos colocados em cima deles.
Na manhã de Natal os pequenos, depois de toda a família acordada, eram autorizados a entrar na cozinha onde, para deslumbre total, lá estavam os presentes. Poucos, que os sapatos eram muitos, mas apetecidos e apreciados.
O mais velho dos quatro foi, naturalmente, o primeiro a ser informado da verdadeira história e a ser incluído na cerimónia da colocação das prendas.Depois do fogão decorado e dos mais pequenos terem recolhido à cama, foi a sua vez de colocar as suas prendas para toda a família, indo então deitar-se, que não podia ver as que lhe eram destinadas antes dos outros acordarem.
Acordou ele a meio da noite, com vontade de urinar e dirigiu-se à casa de banho. Mas logo lhe passou a vontade. Com receio que furasse o bloqueio de acesso à cozinha, tinham atado uma cadeira com tachos e panelas ao puxador da porta de seu quarto. Quando a abriu, tudo se espalhou pelo chão, acordando a casa por inteiro.
Não me recordo ao certo qual ou quais as prendas que recebi nesse ano. Mas tenho a vaga ideia de ter sido um famoso Renault 16 do “Tour” que esventrei e em cujo interior coloquei um pesado imã de bicicleta. Com ele, ganhava todas as provas de todo o terreno que na rua se faziam.
Ainda hoje, quando a família se reúne, ninguém me acredita que, então, apenas queria ir à casa de banho.

Texto e imagem by me

Just for the fun - R. Garrett Natal 2009


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Celebração


Hoje está de chuva! E frio.
Como se isso não bastasse, os meus horários de trabalho desta semana obrigam-me a levantar da cama pelas 3.30 da madrugada.
Assim, é-me de todo em todo impossível fazer o que queria: celebrar o solstício de Inverno, com o seu dia mais curto e a sua noite mais longa.
Mas se não posso fazer com uma imagem desta data, posso substitui-la por uma outra equivalente: esta!
Tem seis meses de idade, ou seja, foi feita a 21 de Junho deste ano e mostra, de cima para baixo, o início e o fim da noite mais curta do ano.
Para quem não gostar desta apresentação, sugiro uma de duas abordagens:
Ou bem que faz de conta que o calendário (e as estações do ano) não foram mudadas, que está calor e que a imagem está correcta com a data;
Ou então presume que Lisboa, no lugar de ter as coordenadas 38º42’79”N 9º08’37”W tem antes as referências 38º42’79”S 172º52’23”E.
Nestas circunstâncias será, de facto, um retrato da noite mais curta do ano!
Quanto ao resto, e bem curioso, estes dias, bem como os dos equinócios, são celebrados pela humanidade muito antes de haver escrita. E em honra de tais fenómenos, então sem explicação palpável, construíram-se monumentos mastodônticos. Isso sim, impressiona-me, por muito importante que possa ser – e é – a ida à lua, a energia nuclear ou a internete.
texto e imagem: by me

Do uso de um banco e de uma marreta


Ouvi-os antes de os ver, que não é possível ignorar a sua sirene. Menos ainda se ecoa nas paredes velhas de ruas estreitas.
Quando passaram por mim, para além dos depósitos cheios constatáveis pelo peso aparente, era bem notório que estavam preparados para o pior: vestidos e equipados para fogo!
E se fogo é sempre mau, em prédios velhos e ao fim do dia não é melhor. Menos ainda se se tratar do Chiado, em Lisboa, onde incêndios são de muito má memória.
Pois este carro, que lutou contra o estreito das ruas e o trânsito congestionado, ainda teve que se debater com esta manobra difícil: carros mal estacionados!
O carro de bombeiros que aqui se ilustra demorou bem noventa segundos, uns longuíssimos minuto e meio, para conseguir passar entre o que, à direita, ocupavam o lugar de estacionamento devido e os que, à esquerda, se repartiam entre o ocupar o passeio dos peões e o asfalto das viaturas. E com a lamentável perícia do motorista e a ajuda prestável de um transeunte solícito, foi possível passar sem tocar em chapa ou arranhar pintura.
Sei que estamos em época natalícia, em que se espera paz na terra aos homens de boa vontade e tolerância para com os outros. Mas como é possível ser-se tolerante quando o egoísmo de uns quantos põe em risco a vida de muitos? Como é possível ser-se tolerante quando se constam situações destas ao mesmo tempo que se vêem agentes policiais particularmente preocupados em fiscalizar as licenças de vendedores ambulantes e se o que vendem é ou não contrafeito?
O caso agora relatado acabou por ser apenas um alarme de incêndio avariado. Para tranquilidade de todos. Mas como seria se não o fosse e houvesse que pedir reforços, com carros de incêndio maiores e menos manobráveis?
Quando, uma meia hora depois, os soldados da paz embarcaram de novo no camião, apagaram as luzes de emergência e regressaram ao quartel, eu mesmo arrepiei caminho, descendo de novo esta rua. E constatei que alguns destes carros mal parados tinham sido brindados com o autocolante do “Passeio livre”. Que só pecavam por insuficientes.
Que a minha vontade era passar por uma loja de ferragens, que ainda estariam abertas, e regressar com uma marreta e um banquinho. A marreta para fazer na chaparia destes automóveis o que o carro de bombeiros não havia feito; o banquinho para que eu mesmo pudesse esperar sentado pelo regresso dos seus donos e explicar-lhes o ocorrido. E, em caso de dúvidas ou teimosias, usar do banquinho ou mesmo da marreta na cabeça dura que protestasse.


Texto e imagem: by me

domingo, 20 de dezembro de 2009

Presépios contemporâneos


Bem no meio da Rua Augusta, em Lisboa, dou com um homem de pé e uma mulher sentada, envoltos em trapos supostamente ancestrais. Nos braços dela um boneco de plástico, igualmente envolto em trapos informes. No chão, por baixo e em redor, trapos do mesmo estilo. Ligeiramente à direita dele, e mais à frente, um dístico, muito bem impresso, onde se pode ler: “Presépio vivo”. Estrategicamente colocada ao meio, uma caixa para contribuições.
Na Rua Garrett, à direita de quem desce, mesmo antes de chegar à Livraria Bertrand, um pseudo-estábulo. Por cima lê-se: “Presépio da Cidade”. No seu interior e em escala natural, uma mulher pintada sobre madeira com um manto. Atrás dela, mais à esquerda, um cartaz num pau indica que dali havia sido roubado o burro em madeira. E nenhuma outra figura.
Do outro lado da rua, um pouco mais abaixo e onde terá existido um minúscula loja, o que se vê na imagem. Quem aqui é fotografado a fotografar dá pelo nome de Luísa Ferreira e tem este espaço aberto algumas horas de alguns dias, para fotografar quem queira. Pede-lhe apenas um contacto para que lhe possa enviar, gratuitamente, a fotografia.


A Imagem e os Projectos Artísticos por um lado, a Pedinchice e o Exibicionismo por outro, estão a transfigurar o presépio e o seu significado. E se nuns se pede dinheiro e se noutros os ladrões sarcásticos fazem das suas, aqui as pessoas fazem-se fotografar à frente de, dando mais importância a si mesmos que ao que as figuras atrás de si significam.
No túmulo, ou onde quer que estejam, aqueles três lá de trás devem estar a dar umas voltas valentes!


Texto e imagem: by me

sábado, 19 de dezembro de 2009

Uma história de Natal


Há muito, muito tempo, numa terra muito, muito longe, o sr. Pilim e a srª Narta tiveram um filho. Carinhosamente deram-lhe o nome de Dinheirinho.
Sabendo do acontecimento e exultantes com a boa nova, de imediato três magos de reinos distantes se dispuseram a venerar e ofertar. Vinham eles do reino do Fisco, do reino da Banca e do reino do Comércio.
Ajoelhando-se à chegada, logo lhe entregaram o que traziam: um cartão de crédito, um cartão de cliente e um cartão de contribuinte. E disseram-lhe:
“Aqui tendes as nossas oferendas. Acreditamos que com elas sereis maior e mais poderoso. Usai-as como entenderdes.”
E assim aconteceu: o recém-nascido cresceu, a sua palavra e influência espalhou-se pelos quatro cantos do mundo e tornou-se omnipotente, omnipresente e omnisciente.
Os magos, por sua vez, deram graças pelo seu desenvolvimento e trataram de erguer, em tudo quanto é lugar, templos de veneração: Repartições de Finanças, Instituições de Crédito e Centros Comerciais.
E hoje, todos acorrem aos locais de culto em datas como esta, fazendo as suas preces e doando as suas oferendas, num ritual sempre acarinhado pelos sacerdotes.

Contada esta fábula, tenho que ir ali ao balcão agradecer com uma oferenda este bolo e bica e seguir depois para fazer uma promessa por uns cigarritos que gastarei. Alguém aí tem lume?



Texto e imagem: by me

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Um desafio

Foi um desafio interessante mas difícil: exibir dez das melhores fotografias do ano. Ser o nosso próprio juiz é complicado! Mas se fosse fácil nem teria graça. Aqui ficam:

“Até ao próximo episódio”



Desta estou particularmente orgulhoso. Foi feita a pedido dele no meu projecto “Oldfashion”. A principal dificuldade foi criar alguma comunicação com ela, em particular por que estava a usar a minha falsa caixa de madeira antiga. Mas, depois de os nossos dois mundos diferentes se terem encontrado, acabou por ser fácil, incluindo alguns retratos individuais. Mas esta é única!

"Casal"

Tinha encontrado este casal uns dois anos antes. Tínhamos, então, feito uma fotografia, de ambos com o seu filho pequeno. Desta vez encontrámo-nos num outro jardim, em que me pediram para os fotografar, já que se tratava de uma data especial: tinham acabado de saber que vinha mais um bebé a caminho. Esta foi feita antes de se fazerem à câmara e à fotografia.

"Congratulations"




Algumas fotografias que faço acontecem apenas para ilustrar alguns textos. Esta foi para a celebração de um velho edifício.

"Cores do dia"


Não há que apresentar justificações sobre a mãe-natureza. Ela consegue sempre nos surpreender com as suas cores e formas.

“Heuh – shall we?”


Quem disse que o amor é apenas para os humanos? Basta olhar em redor para encontarmos, com ou sem penas, amor em todo o lado. Só há que ter paciência e esperar por ele.

"Just a portrait"


Gosto de fazer retratos, desde que a luz me diga algo. Esta foi feita num mercado de rua e não a conhecia. Apenas fiquei atraído pela forma como os olhos jogavam com a boca e de como a luz brincava nos seus cabelos.

"Tirania"


Esta foi feita para acompanhar um texto sobre os tempos antigos, onde os cobradores eram reis a bordo dos autocarros e comboios e o seu ceptro o alicate trinca-bilhetes.

"Um olhar - a menina dos cigarros"

É uma espécie de vício que eu tenho: Olhos! Por vezes é a sua cor, por vezes o parecerem quase líquidos, por vezes a forma como a luz reage neles. E a principal dificuldade em fotografar olhos de desconhecidos é o ser quase agressiva a longa objectiva apontada à cara a metro e meio ou menos. O truque, se algum, é ter alguma interacção com o modelo, em geral pessoa desconhecida abordada na rua, por forma a que ela fique mais descontraída e menos intimidada.

"Um olhar - Sofia"



Por vezes o modelo que desejamos fotografar é tão tímido que não conseguimos fazer nada de jeito à primeira abordagem. Esta foi no terceiro dia, junto à minha câmara “Oldfashion”, já que ela passa ali todos os dias com o filho, ao fim da tarde, depois das aulas.

"Um retrato - Sr. Jacinto"


Um ex-combatente do ultramar, ainda à procura do seu lugar e papel nesta sociedade contemporânea.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Garibaldi


A fotografia não é grande coisa, mas o que está no prato também não me surpreendeu pela positiva.
Entrei eu numa pastelaria com um ratito no estômago mas sem saber bem o que lhe dar a trincar. Café seria, mas que de sólido? Os salgados não me apeteciam, os bolos também não me chamavam.
Eis que dou, numa caixa de plástico como protecção especial, com alguns bolos como este. Com ar meio incrédulo, perguntei para a empregada do outro lado do balcão se, por mero acaso, seriam “Garibáldis”. Apesar das diferenças de sotaque entendemo-nos e confirmou as minhas suspeitas.
E todo eu ansiei por aquele bolo! Mais que o apetite, mais que a vontade de colocar algo entre as paredes do estômago, havia que matar saudades daquele bolo que tanto me entusiasmava na minha meninice: um “Garibaldi”!
Só o podia comer em ocasiões especiais, que o uso ou frequência de pastelarias eram, então, coisa rara. Pelos hábitos sociais da época e pelas disponibilidades económicas, que eram bem menos que abundantes. Mas, em havendo uma ocasião especial e em entrando numa pastelaria, era um “Garibaldi” que eu pedia. Para grande frustração minha, que não era bolo que houvesse em muitos lados.
Pois desta vez dei com um e não hesitei: pedi-o e comi-o!
Não me soube ao que sabia então. Ou bem que as minhas memórias se corromperam, ou bem, que a receita se adulterou. Certo é que não me soube ao que me sabia então!
Mas fiquei de olho no bolo e de papilas gustativas afiadas. Pelo sim, pelo não, irei dar uma voltinha pelas pastelarias mais antigas e conservadoras da cidade. Ainda há umas quantas. E comerei tantos “Garibaldi” até que a minha memória se satisfaça. Ou até que constate que a gulodice de então era bem maior que a minha capacidade em memorizar sabores cremosos e escurinhos do chocolate.

Texto e imagem: by me

Boa vizinhança


Não gostaria de viver num prédio onde a vizinhança advertisse o mundo da sua privacidade desta forma!


By me

Agendas e sociedade


Foi um destes dias: Um político veio a terreiro defender o não pagamento de propinas no ensino superior.
Sabemos que estas propostas são apresentadas mais de acordo com calendários partidários e respectivas estratégias que, de facto, os interesses superiores das populações. Por muito acertadas que possam ser as propostas.
Neste caso entendo que são mais que acertadas e que deveriam estar, em permanência, nas discussões e reivindicações, partidárias ou não. Pois que se trata de uma questão estratégica e de um conceito de sociedade, bem mais que uma questão conjuntural ou de orçamentos de estado.
É minha opinião que as sociedades são tanto melhores quanto o forem os elementos que as constituem. Uma sociedade de muitos sabedores e competentes profissionais é francamente melhor que uma outra em que os cidadãos sejam ignorantes ou trapalhões nas suas actividades.
Donde se pode concluir que uma sociedade em que os seus elementos sejam tecnicamente capazes e competentes é desejável. E isto só se obtém com formação adequada, seja ela profissional ou superior.
Um curso superior ou profissional é, assim, uma mais valia para o conjunto dos cidadãos, tanto ou mais que para o individuo possuidor desses conhecimentos ou competências. Não me importa de sobremaneira quanto aufere um médico, um engenheiro, um mecânico ou um técnico de contabilidade. Quando recorro aos seus serviços quero que seja tão bom quanto os melhores.
Assim, o investimento da sociedade, através das receitas oriundas dos impostos, é um investimento no colectivo, bem mais que no individuo. É um investimento na qualidade de vida da sociedade, bem mais que na qualidade de vida do prestador do serviço.
E, da mesma forma que a sociedade investe nas vias de comunicação, nas tecnologias de informação, em hospitais e palácios de justiça, deveria investir nas competências de todos, à medida das suas capacidades, e não deixar que esse investimento dependa, quase que em exclusivo, dos rendimentos de cada família e de como podem ou não custear o ensino superior ou profissional.
O não pagamento de propinas no ensino não é uma vantagem para quem o frequenta mas um benefício para todos aqueles que, no futuro, irão usufruir das competências adquiridas.
Pagamento de propinas não, obrigado! Tal como “não, obrigado” ao uso de agendas politico-partidárias em exclusivo, para defender aquilo que é do interesse de todos nós, em permanência e para o futuro!



Texto e imagem: by me

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Escritório


Eu quero trabalhar nestes escritórios!
Não tem problemas de ar condicionado, com as inconstâncias de temperatura nem a saturação das condutas com ácaros e afins;
Não depende de energia eléctrica para iluminar o trabalho, o que, para além de poupar energia, permite-me usufruir de toda a radiação solar, que tão bem faz ao corpo e à alma;
Ascender aos pisos superiores será uma alegria, já que, e para além de não ser feito em cubículos minúsculos e nem sempre arejados, permite ter uma vista panorâmica sobre a cidade invejável;
Para já não falar em se trabalhar num edifício antigo, com decorações como já não são executadas e, pela certa, classificado de interesse municipal e a salvaguardar.
Eu quero arrendar um destes escritórios para trabalhar!


Texto e imagem: by me

Um olhar - Filipa


By me

Pegada


No regresso do cafezinho matinal constato que o patamar de entrada do prédio estava a ser lavado.
Por muito que eu não quisesse, por muito que eu esfregasse os pés no capacho, garantidamente que iria deixar pegadas sujas naquilo que estava a ser limpo.
Com um sorriso amarelo, dei a saudação a quem limpava e comentei sobre a inevitabilidade do patinhar aquele espaço.
O sorriso que recebi de volta foi triste. Mais triste ainda porque enquadrado pela cara bonita que o suporta:
“Pois! Hoje não é mesmo um dos meus dias!”
Quase que estive para dar meia-volta, fumar mais um cigarro na rua, esperando que não chovesse, e aguardar que todo aquele lajedo secasse. Pelo menos, assim, ela não veria o destruir do trabalho que estava a fazer e pelo qual, quase que pela certa, nem sequer é bem paga. Não o fiz!
Que são realmente efémeras as limpezas que fazemos, tal como as pegadas que deixamos.


Texto e imagem: by me

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Hoje vi Lisboa assim


O velhote


Alguém me explique porque é que o bom do velhote, que por sinal até era Turco, desde que não seja representado em insufláveis e não esteja pendurado de uma qualquer janela, tem que ter óculos.
Será que idade implica falta de vista?
E se ele vê mal e precisa de óculos, como é que lê os pedidos de prendas das crianças, escritos, como sabemos, em letra nem sempre das melhores?


Perguntas e imagem: by me

Um olhar - felino


domingo, 13 de dezembro de 2009

(Di)semelhanças


Sei do presidente dos USA o conceito de “Guerra justa”, onde quer que seja!
Leio do ex-primeiro ministro Britânico que, se não existissem os argumentos de armas de destruição em massa, em relação ao Iraque, outros argumentos teriam que ser usados.
Conheço algumas declarações de países islâmicos sobre “Guerra Santas.
Com a mesma origem, oiço falar de Fatwas, sobre países e pessoas, condenadas à luz de argumentos religiosos.
Enquanto os países ocidentais baseiam as suas intervenções militares, perto ou longe das suas fronteiras, na lei dos homens, nos conceitos de justiça e na capacidade de argumentação, lá longe pega-se em armas com base em livros de fé e decretos que os interpretam.
Enquanto de um lado as decisões se alicerçam na vontade do povo e nos interesses soberanos dos países, dirigidos por uma elite sem, de facto, consultar o povo que representam, do outro os actos são decididos em função de uma lei suprema e vontade divina, por uma elite que não consulta os deuses que representam.
Enquanto de um lado se concretizam as guerras recorrendo ao poderio económico e industrial, que a recente crise demonstrou por bem frágil, o outro lado da barricada usa recursos naturais que sabemos bem finitos e o sacrifício humano em prol de uma hipotética vida melhor numa outra existência.
E, no meio destas dissemelhanças, se o são, um ponto em comum entre os contendores: aqueles que não pertencem às elites decisoras, de lei ou de fé, continuam a ser os que pagam o preço mais alto. Aquém ou além-mar, de armas na mão ou parindo uma criança.
No dia em que os fazedores de guerra, sejam eles políticos, sacerdotes ou industriais militares, estiverem na linha da frente dos combates e não na confortável retaguarda de gabinetes ou hemiciclos herméticos e dos púlpitos e templos dogmáticos, talvez que os estampidos que oiçamos sejam apenas os dos fogos de artifício e os gritos os das exclamações de alegria!

No entanto, bem curioso, somos nós, a carne para canhão, que atribui e contribui para o poder a essas classes fazedoras de guerras!


Texto e imagem: by me

De nariz no ar


E da esquerda para a direita temos, respectivamente, o Pai Natal, o Menino Jesus e a Bandeira Nacional.
São coisas destas que este povo Lusitano entendeu usar como decoração para as suas janelas. Encontradas à venda em qualquer paróquia ou loja transnacional.
As sardinheiras, regadas com muito afecto, ou as cortinas de renda, confeccionadas nas tardes de cavaqueira feminina ou nas longas noites invernosas, desapareceram.
Sobram estes símbolos plastificados de emoções exacerbadas, alimentados por consumismos padronizados e por sentidos estéticos que, sendo legítimos, me deixam de nariz torcido.


Texto e imagem: by me

Avisos


Encontro este aviso numa zona de Lisboa em obras.
Pergunto-me, olhando para ele, se não deveria estar, no lugar da capital, colocado nas fronteiras?
E, considerando a forma como está protegido das intempéries, se estará o empreiteiro a pensar usa-lo tantas mais vezes que haverá que o poupar?


Texto e imagem: by me

Hoje Lisboa estava assim!