domingo, 6 de dezembro de 2009

Outra vez


Dei com o primeiro, que não estes, há uns quinze dias. Vinha de comboio para casa, já o sol se tinha posto, e havia um candeeiro de rua que o iluminava e bem. Foi mesmo só de corrida que lhe pus a vista em cima.
Com estes a coisa é diferente: exibem-se tristemente na minha rua, mesmo por cima do cafezinho onde, diariamente, recarrego a cafeína que me acorda.
A única coisa que vejo de interessante nesta moda de pendurar o bom do velhote à janela, à chuva e ao vento, é ficar a saber, com uma certeza razoável, que naquelas habitações vive uma criança.
Quanto ao resto, é uma piroseira, uma já tradicional demonstração de consumismo sem originalidade, para gáudio das lojas dos trezentos e dos chineses, que os vão vendendo bem, tal como os cordões luminosos de colocar nas janelas.
Aliás, vende-se bem mais disto e de outros enfeites que aquilo que, efectivamente, acontece nesta época: a comemoração do nascimento de alguém que, por si só ou porque a história assim o quis, ainda hoje influencia a humanidade. Que se contem nas montras, mais populares ou mais dispendiosas, os pais natal e os presépios e façam-se as contas.
Por mim, que até nem sou crente, comprei um presépio, que a seu tempo aqui exibirei. Trabalho artesanal, feito por um cidadão brasileiro, de seu nome Simão Bolívar, usa exclusivamente materiais reciclados de latas, rolhas e arame para nos fazer sorrir perante o seu mostruário. Bem, o sorriso não sei se advém do que nos mostra se das estórias que a esse propósito nos conta. Que, ouvi-lo, é uma delícia.
E no seu mostruário não consta nenhum Pai Natal. Felizmente!


Texto e imagem: by me

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