sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Foi para isto?


No jornal “Público”, e a propósito da tradicional sessão de cumprimentos e boas festa natalícias entre os membros do governo e o presidente da república, leio que:
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José Sócrates foi o primeiro a desejar bom Natal e a garantir a "firme disponibilidade" do Governo de "estar à altura da confiança que o povo português lhe deu" para "fazer o melhor" pelo país.
O Presidente retribuiu os votos de "sucessos pessoais, profissionais e patrimoniais" em 2010, deixando outro desejo: "Que seja um ano de notícias venturosas e de bom trabalho para o Governo."
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Pergunto-me se não seria de esperar esta “disponibilidade” por parte do governo? Afinal, os seus membros foram escolhidos exactamente para o fazerem e não qualquer outra coisa ou atitude. Se o que consta nesta declaração não fosse verdade, além de não estarem a cumprir o juramento feito de “Cumprir com lealdade as funções que lhes foram confiadas”, estariam a ser maus funcionários, não fazendo aquilo para que são pagos, merecendo certamente uma avaliação bem negativa e podendo e devendo ser objecto de processos disciplinares com intenção de despedimento. Rápido e sumário!
Pergunto-me também se não seria de esperar que o presidente da república incluísse nos seus votos o “sucesso patrimonial”? Afinal, desde que esta pessoa é figura pública e está à frente dos destinos portugueses (governos ou presidência) sempre deu a maior importância às questões materiais, relegando sempre para segundo plano as questões emotivas e sociais. Sempre acreditei, e agora deixei de ter dúvidas, que para esta pessoa o conceito de “felicidade” passa inexoravelmente por ter dinheiro, muito dinheiro e bem aplicado. Sobre como as pessoas vivem e convivem para além das questões patrimoniais e económicas pouco interesse tem manifestado, por declarações ou actos.
Pergunto-me se foi para isto que estes desta imagem, bem como todos os demais portugueses, votaram.


Texto e imagem: by me

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