quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Declaração




Preambulo:
Se eu estive lá? Claro que estive!
Se estava desagradado com o que se passa e fui lá manifestar-me? Claro que fui!
Se assisti aos petardos, à fogueira, às manobras policiais e mais aos discursos e canções, organizadas ou espontâneas? Claro que assisti!
Se fiz fotografias? Claro que… Bem, algumas!
Não me apeteceu, nem apetece, mostrar a casa do Povo, a sede da Democracia em Portugal, onde os deputados, eleitos e representantes do povo, se organizaram com antecedência para não estarem presentes quando o mesmo Povo se manifesta.
Enquanto cidadão de pleno direito num país democrático, sinto-me envergonhado dos representantes que tenho.

E perante este acto por parte dos representantes do Povo Português, que não me atrevo a classificar, aqui fica uma declaração que assumo por inteiro:

A – De ora avante entendo que a assembleia que agora ali se reúne deixou de me representar, sentindo-me liberto de qualquer obrigação de cumprir, ou não, o que ali vier a ser decidido;
B – Se no decurso da minha actividade profissional for confrontado pessoalmente com algum, seja qual for, dos que constituem a actual assembleia da república, recusar-me-ei a cumprimentá-lo ou a dirigir-lhe sequer a palavra, tratando-o do mesmo modo como me tratou a mim, enquanto cidadão português.

By me

E tu...?




Há momentos na vida em que o melhor é ficar quieto e calado. É uma arte, o saber quando.
Mas há outros em que essa é a pior opção!
Daqui por uns tempos, olhando olhos nos olhos e em falando dos dias de hoje e de então, que dirás tu quando te perguntarem:
“E tu, que fizeste?”

By me

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Uma questão de tempo




E foi o tempo, esse sempiterno consumidor de energias, que me levou a fazer esta fotografia. E, com ela, fazer parar o tempo!
Três dias antes, exactamente à mesma hora que o relógio mostrasse, ser-me-ia impossível de a fazer.
Não tanto devido à diminuição do tempo de sol em cada dia, mas antes porque os tecnocratas e psicólogos, apoiados por mercadores transfronteiriços, decidem que os relógios se adiantam ou atrasam.
E, fazendo as pessoas as mesmas coisas reguladas pelo relógio, perdem o seu relógio principal: o sol.
Preferem engradar-se voluntariamente em espaços comerciais, que cada vez mais mais não são que expositores, que o comércio está como se sabe, a repararem que os azuis dos céus e os amarelos dos sois são muito mais bonitos que as luzes negras e as lâmpadas de descarga.
Aliás, estou em crer que todos estes e muitos outros nem repararam naquilo que lhes foi mostrado, de borla e sem taxas, pouco depois nos céus: uma lua redonda e bonita, num céu que esteve límpido e convidativo.
Que os céus, nos tempos que correm, vêem-se nos faces, nos national magazines, p’ra ver se chove e, ocasionalmente, à passagem de um avião.

By me 

Ao raiar da aurora




Não tem muito que saber!
Um tipo acorda de manhã e, depois de fazer o que tem que fazer por casa, de preferência que lhe dê gozo, vai espreitar como está a nascer o dia e antecipar o que o espera. E vê isto.
“Bom”, diz para os seus botões. “Afinal o dia não será assim tão chuvoso quanto o previam.” E sai de casa.
Claro que a meio caminho, exactamente onde ele é mais descampado e sem abrigo possível, cai a maior bátega da paróquia, talvez mesmo que da diocese.
E fica um tipo encharcado até… Não digo que este é um espaço coloquial e bem educado. Mas conseguem imaginar até onde um tipo pode ficar molhado e não se atreve a dizer em público. Foi mesmo até aí!
Espera-se ou deseja-se que o resto do dia não seja tão violento, pelo menos em termos de chuva, que do resto já sabemos o que a casa, leia-se país, gasta.

By me

Ser livre




Uma vez tive um pássaro.
Enfim, ninguém é perfeito, portanto porque não eu também?
A estória foi assim:

Estávamos em reuniões de avaliações de Natal. Enfiados todos os professores numa sala, íamos discutindo cada um dos alunos e “cantando” as notas para um de nós, que as ía lançando no computador.
A meio da tarde, na pausa que nos oferecemos para um cafezinho e um cigarrito, uma das funcionárias da secretaria veio falar com cada um, propondo-nos a compra de um periquito. Estranha a proposta, não fora o facto de ser uma espécie rara, um “periquito da Guiné”, trazido não sei como à revelia das autoridades.
Achei a coisa interessante para oferecer a uma garota novita, filha de um casal amigo, pelo natal. A pose e a responsabilidade por um ser vivo pode ser, para além de lúdico, pedagógico. Portanto, porque não?
Mas, quando já noite feita, fui buscar o bicho apalavrado, até me assustei. Com um tamanho intermédio entre um periquito convencional e um papagaio, ainda que novito, tinha umas patas que denotavam vir a ser bem grande no futuro. E nem sequer era particularmente bonito, de um tom verde pardacento.
Lá o levei para casa, comprei-lhe uma gaiola bem grande para o acomodar no futuro e tratei de saber e comprar o que comia o bicharoco. Decidi ficar com ele uns dias em minha casa, para perceber o que ele necessitava, antes do entregar à futura dona.
Ainda bem que o fiz!
Além de feioso, o seu grasnar era pouco menos que horripilante. A chiqueirada que fazia, com as asas e as cascas da comida, espalhava-se bem um metro em redor. E limpar ou dar de comer dentro da gaiola, só mesmo de luva, que o bicho deveria ser carnívoro ao tentar arrancar-me uns bons “bifes” dos dedos. Não sei quem estaria mais incomodado: Se eu com a trabalheira se ele com medo de mim.
Constatando todos estes inconvenientes, acabei por não o dar à garota. Seria uma “prenda de grego” para os pais, que ela não trataria dele e sobraria trabalho e aborrecimentos para eles. Se eu o tinha comprado, eu ficaria com ele.
Fui tratando dele conforme podia, tentando não o assustar em demasia e que se fosse habituando à minha presença, mantendo a higiene e alimentação nos padrões normais, dentro e fora da gaiola.

Um dia, quando me levantei, estava morto dentro dela.
Juro que me doeu!
Não que me tivesse afeiçoado ao bicho. Mas não lhe queria nada de mal e não me tinha apercebido que alguma coisa não estaria a correr bem.
Mas, pensando bem, a culpa terá sido minha. Por muito grande que seja a gaiola, é sempre uma prisão. E eu era o carcereiro.


Texto e imagem: by me


“ - O que é para si a Liberdade?”

“ - É ser livre numa prisão!
Todos nós vivemos numa prisão que nós mesmos construímos.
Porque nos impomos limites. Porque temos receio de os ultrapassar.
Acho que o próprio do Homem não é viver livre em liberdade de facto. É viver livre numa prisão!
Todos nós temos uma polícia política interna, cheia de proibições e de regras em relação as nós mesmos.”

António Lobo Antunes, in Grande Entrevista, RTP, 2006

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Medos


By me

Trocas fotográficas - TPTF




Troco alguns conhecimentos de fotografia,
Por aquilo que entenderem, desde que feito pelo próprio.

Primeira parte:
1 – Escolher ou inventar uma anedota (desde que passível de ser contada numa escola dominical);
2 – Escrever a anedota;
3 – Ilustrar a anedota com uma, duas ou três fotografias, não mais;
4 – Publicá-las no grupo “olhar, ver, captar” até ao próximo dia 10 de Novembro, na pasta correspondente, acompanhadas do texto e do número de ordem na anedota.
Segunda parte:
A decorrer no próximo encontro, em data a anunciar.

Duas citações de ajuda:
“O mais difícil no acto de fotografar não é decidir o que registar mas antes o que ou quando não registar.”
“De tudo o que envolve a comunicação (oralidade, plástica, audiovisual) o difícil é o poder de síntese.”

By me

“Roubar um pão é um acto de fome; roubar um livro é um acto de cultura!”, dizia um velho compincha de muitas andanças.
Não creio que juízes, polícias e livreiros subscrevam tal afirmação. Mas lá no fundo…

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domingo, 28 de outubro de 2012




Todos temos direito a um momento de relaxe.
A bem da minha sanidade mental, hoje vou para cama sem ver ou ouvir as notícias.
Entre outras coisas, faz bem à bílis!

By me

A banda



By me

Leio num jornal:
“Relvas: a gritaria tem substituído o debate sereno e lúcido das questões.”
Vai ser lúcido e sereno em estando sem trabalho! Vai ser lúcido e sereno em estando na iminência de perder a habitação! Vai ser lúcido e sereno em mandando o filho para a escola sem pequeno-almoço.
Vai ser lúcido e sereno no inferno!
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Ao vento




Previam-se uns simpáticos 18º de máxima e vento fraco para Lisboa e para este dia. A mínima, diziam os especialistas, seria de 13º.
Uma vez mais falharam os meteorologistas, para nosso desagrado!
O termómetro que ali tenho na janela, à sombra, marca uns míseros nove graus, bem distantes dos tais confortáveis treze.
Já o vento… Bem, se isto é vento fraco, nem quero saber aquilo a que chamam de vento forte. Que a bandeira negra que drapeja do lado de fora da vidraça e cortina da minha sala abana e salta feita doida e, a menos que esteja um escalador maluco na fachada do prédio, não é mão humana que o provoca.
Um dia virá, espero que para breve e se fizermos por isso, em que irei arriar esta bandeira negra. Deixarei, nesse dia, de sinalizar à vizinhança, que as coisas estão mal e que este não é o caminho para nos levar a bom porto com segurança e felicidade.
E, desse dia em diante, voltarei a fazer aquilo que fiz quase toda a minha vida: em querendo saber se está vento lá fora, espreito o abanar das folhas nas árvores. É mais bonito e enche-me a alma.
Mas, e até lá, continuarei de luto! E em luta, tão desassossegado quanto esta bandeira!


By me

Finalmente




Ter livros em casa, a ganhar pó e serem lidos uma vez, eventualmente duas, é uma tristeza.
Os livros existem para ser lidos, degustados, usufruídos, manuseados. E quanto melhor for o seu conteúdo mais isto é uma verdade universal.
Sabendo-o e sentindo-o, decidi em tempos fazer uma escolha dos que por aqui em casa havia. Relacionados com fotografia ou vídeo, técnica, estética, mais práticos, mais filosóficos.
Nessa escolha, fiz dois grupos: aquele dos quais me não queria separar e os que achava de que podia prescindir.
E peguei nesta segunda pilha e levei-os para a biblioteca da escola onde leccionava. Uma, duas ou três vezes que fossem lidos seria sempre uma vitória em prol da cultura e do ir mais longe por parte dos alunos.
Mas, nesta escolha, fiz uma “asneira”. Da qual me arrependi muitas vezes de então para cá.
Inclui o livro “Ensaios sobre a fotografia” de Susan Sontag, “On photography” no original. Eu tinha – e tenho – na versão original, pelo que nada perderia. Excepto em querendo fazer uma citação, que me obrigaria a traduzir. Moroso e de responsabilidade.
Quando me apercebi disso, constatei duas coisas: À uma, que o livro não mais estava à venda em Portugal, esgotada que estava a única edição. Em seguida, que alguém tinha dado pó de sumiço ao livro, deixando de constar na biblioteca.
Ao fim destes anos todos de muito o procurar e não encontrar, tropeço numa nova edição portuguesa, recém lançada.
Vantagens de quem dá, de quando em vez, uma voltinha pelas livrarias, mesmo que sem trazer o que quer que seja, que os tempos não estão favoráveis e a pilha dos que aqui estão à espera de ocasião para serem lidos é grande e tem irmãs. Várias.
Mas este irá fazer uma ultrapassagem a todos os demais e será o próximo a fazer-me companhia de e para o trabalho. E nas horas mortas deste também.
Recomendo-o, sem hesitações, a todos os que queiram pensar um pouco sobre fotografia. Ou pensar muito.


By me

Temporizando




Os que me conhecem sabem-me ser do contra.
Vai daí, nesta noite em que todos (pelo menos muitos) tratarão de acertar os relógios, este será o único ajuste a que me darei ao trabalho:
O virar da ampulheta!
No fim de contas, que importa medir aquilo que não pára, aquilo que não possuímos, aquilo que não dominamos?
O mais que podemos fazer é aproveitá-lo, e tão bem quanto possível! E, de quando em vez, sacudir-lhe o pó.

By me

sábado, 27 de outubro de 2012

Perguntas




Começo realmente a sentir-me preocupado quando constato que algumas das minhas ideias sobre a actual situação do país, razões e possíveis soluções são também aventadas por dirigentes políticos.
É que ou estou a ficar demasiadamente influenciado pelo que vou ouvindo e vendo e começo a ficar alinhado com formações políticas (e isso incomoda-me de sobremaneira), ou as soluções possíveis são mesmo escassas (e isso também me preocupa).
Em qualquer dos casos, a minha pergunta de base mantém-se:
Pode chamar-se “ajuda” intervir junto de quem está em maus lençóis e cobrar por isso forte e feio? Ou isso mais não é que agiotagem, pura e dura, tão contestada aos longo dos séculos?
É que se for a segunda…

By me

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Um olhar - Sílvia



By me

A minha rua a sorrir




Este é um pedaço da minha rua.
Bem, é um pedaço da minha rua e da rua que nela se inicia. A minha vem de lá do fundo e segue pela direita, a outra começa neste cruzamento em triângulo.
E o passeio que se vê em baixo é o que frequento quando quero ir ao café que aqui há. A qualquer dos dois que aqui têm as portas abertas.
Claro que faço aquilo que se ensina às criancinhas (mas que muitos adultos esquecem): olhar para os dois lados antes de atravessar a rua.
Pois neste passeio, em olhando lá para o fundo e em vindo um carro, ficamos sempre na dúvida se ele seguirá pela minha rua se pela outra da esquerda. E sendo que eles são bem mais pesados que nós, o melhor é esperar até termos a certeza.
Hoje, ao querer ir tomar café, parei onde é suposto parar, que vinha lá um carro do fundo. E aquela camioneta de carga não estava ali. Parei e fiquei a olhar para o carro a tentar perceber qual o trajecto.
Pois o homem que o conduzia, apesar de não haver nenhuma outra viatura em trânsito, ligou o pisca, indicando seguir pela direita. E, de tão incomum o acto, percebi que o estava a fazer para que eu pudesse atravessar tranquilamente para esquerda.
Não o fiz logo!
Esperei que chegasse bem mais perto e, ao passar pelo triângulo que aqui se vê, fiz-lhe um gesto de agradecimento no boné.
Retribuiu ele, sorrimos os dois e seguimos, eu para a bica já pouco matinal, ele para onde quer que fosse.

São estes pequenos gestos, gratuitos, que me fazem acreditar que a espécie humana ainda tem solução!

By me

Lá, onde eu trabalho, de quando em vez recordam aos funcionários e colaboradores o dever de lealdade e não concorrência, afirmando que a infracção a tais deveres é grave e punível com processos disciplinares rigorosos.
É acertado!
Tal como seria acertado recordar e pôr em práticas tais preceitos para os que são eleitos para representarem os cidadãos na gestão da coisa pública.
Afinal, ser mais obediente e venerando a instruções vindas do exterior do país que às vontades e necessidades de quem aqui nasceu e vive é uma infracção grave ao dever de lealdade e não concorrência.
Só que, neste caso, se deveria ir bem mais longe que o simples despedimento!

Controlando os estragos




Ontem dois pequenos furacões deram um ar da sua graça e arrasaram indústrias e arvoredo.
Fábricas destelhadas, carros destruídos, árvores por terra e estradas cortadas. Em minutos, foi uma desgraça.
Entretanto, e pelo resto do país, são ventos maléficos que o vão destruindo, não tudo de uma vez mas aos pedacinhos: ora uma família, ora um comércio, ora uma indústria. É gente que fica sem emprego, sem casa, sem sustento.
O caricato desta situação é que quem provoca estes ventos de destruição geral é exactamente quem se deveria preocupar em os evitar. E que, em os não podendo obstar, deveria prevenir e colmatar.
Mas é ver o contrário todos os dias: os impostos que sobem, as ajudas que descem, o engordar de um poucos, o emagrecer da maioria.
Mas se pouco podemos fazer para evitar a cólera e acções dos deuses da natureza, para além de tentar limitar os estragos e retirar as árvores derrubadas, já sobre os outros, os pseudo deuses de pés de barro e que até são pagos com o nosso dinheiro, podemos sempre tratá-los de outras formas.
Talvez que não as mais simpáticas ou piedosas.
Mas, que raio! Que simpatia ou piedade têm eles demonstrado por aqueles que estão ou são atirados para os escombros dos temporais que eles mesmos provocam?

By me 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Um caso de polícia/politica




Sendo que resido no Concelho de Sintra, e apesar das assimetrias e disparidades dos seus residentes, tudo quanto diga respeito a onde moro me interessa.
Vai daí, ao ver o título de uma notícia num jornal, quis saber mais.
O título reza assim:
 “Castelo Branco quer acabar com as lojas chinesas em Sintra”.
E o texto explica que a pessoa referida se quer candidatar à presidência de Câmara nas próximas eleições.
Se o título não dissesse já muito, ficaria elucidado com o resto. Conta que vai criar postos de trabalho mas que os comerciantes têm que baixar os preços; conta que quer introduzir taxas aos turistas que visitem a vila, como sucede em locais turísticos noutros países; conta que quer começar a fazer festas em Sintra e a trazer à vila o verdadeiro jet set internacional.
Mas a verdadeira cereja no topo do bolo tem a ver com segurança. Conta o jornal que:
“Acabar com a criminalidade. É uma pouca vergonha os que se passa nos comboios da Linha. Há que reeducar e reabilitar os jovens.”

“Reeducar”? “Reabilitar”? Isto tem um cheiro a mofo. A um perigoso mofo que, junto com o projecto das lojas chinesas, me faz ter medo de um eventual sucesso eleitoral por parte desta pessoa.
Faltaria apenas acrescentar campos específicos para essas actividades e centros de “acolhimento” para os orientais. Talvez mesmo que com uma intensiva utilização de arame farpado.  

By me

Meia conversa, só meia




“Eu? Meter-me em manifestações? Nem pensar! Aquilo depois dá p’ró torto, pancadaria, e eu não sou gente p’ra essas coisas. Não senhor!
Prefiro ficar cá no meu cantinho e ir vendo pela televisão. Sempre é mais seguro e evito levar umas traulitadas, que aquilo da polícia é mesmo a sério.
Assim, se der p’ró torto ‘tou safo. Se servir p’ra alguma coisa, sobra p’ra mim qualquer jeito, que isso de mudar leis e impostos é sempre p’ra todos nós, os pequeninos!”

Porque é que não abandonei a conversa a meio, quando me começou a enjoar deveras?
Porque às cinco e meia de uma madrugada tempestuosa, com trovões e tudo, não é recomendável sair de um carro no meio de uma via rápida, principalmente se o táxi estiver em movimento e o meu interlocutor for o motorista.
E há certos riscos que não corro.

By me

Pergunta p'rá geral:




Quem é que, em havendo trovoada, não fica a contar os segundos entre o relâmpago e o trovão para calcular a distância a que caiu?

By me

"Penso eu de que"




O estado é a maior empresa do país. São centenas de milhar os assalariados que prestam serviços nas diversas áreas, da saúde à justiça, da educação à segurança, da higiene à cultura.
O objectivo desta empresa é a prestação destes serviços aos seus sócios – os cidadãos – e os meios de o fazer provêem das contribuições dos mesmos.
É um sistema em circuito fechado em que, quanto mais ricos forem os sócios e maiores as contribuições, mais e melhores são os serviços prestados! E o contrário é igual e lamentavelmente verdade.
Em princípio mas não inalteravelmente! Mas isto já é outra conversa.

As contribuições dos “sócios” desta empresa fazem-se sob a forma de dinheiro, numa pequena, ou não tanto, percentagem dos seus proventos.
Este dinheiro mais não é que o símbolo do poder ou riqueza de quem o possui, representando os bens detidos ou produzidos pelo seu detentor. É uma forma de fazer equivaler uma vaca a um saco de trigo ou uma dúzia de ovos a um aconselhamento médico ou um par de sapatos a um jogo de copos.
Mas cada vez menos se produzem bens e se aumentam os serviços. Há cada vez menos pessoas a criar vacas ou fazer sapatos ou cultivar trigo. Em compensação, há cada vez mais gente a prescrever medicamentos, a fazer aconselhamento jurídico ou a gerir firmas. A quantidade de serviços prestados aumenta na mesma proporção em que diminuem as produções de bens.
Por outro lado, e para aumentar este desequilíbrio, a população está a envelhecer, o que aumenta o número de consumidores em relação aos produtores.
Consequentemente, sendo o dinheiro uma representação dos bens produzidos e possuídos, este vale cada vez menos, visto que há mais gente a usar que a fazer. E o valor dos bens aumenta em relação ao do dinheiro.

O estado, enquanto maior e principal empresário, regulador da actividade colectiva e grande exemplo para os indivíduos, é, proporcionalmente, o maior prestador de serviços e menor produtor de bens. De riqueza.
Na sua actual filosofia de uma sociedade aberta à iniciativa privada vai, regular e continuadamente, alienando os seus próprios meios de produção de bens, afastando assim a possibilidade de ele mesmo criar riqueza ou, pelo menos, ser auto-suficiente nas suas despesas obrigatórias.
Está dependente da riqueza dos cidadãos, que estão cada vez mais pobres!

O aumento da eficácia na cobrança de impostos e contribuições dos cidadãos é uma medida recomendável mas ineficaz a longo prazo (para não dizer a curto prazo!). É a manutenção de um sistema autofágico que, gradual e inevitavelmente, se deteriorará até à falência total.

A solução passa, parece-me, por o estado, enquanto maior empresário e representante da sociedade, passar a produzir bens, introduzindo-os no mercado e, com isto, não apenas aumentar a riqueza existente em circulação, como dela retirar as mais valias para a sua própria manutenção.
Os grandes empresários, nesta sociedade virada para a iniciativa privada e o lucro, diversificam os seus investimentos, da produção aos serviços. E o resultado é que se vê: sucesso! Porque não fazer o mesmo por parte do colectivo, aprendendo com quem obtém bons resultados?
E com isso manter o principal objectivo do estado enquanto organização que é, em última análise, manter em boas condições e melhorar a vida dos seus “sócios”!

Se, para tal, tiver que ser mudada a lei, tanto a avulsa como a fundamental, faça-se!
Urgentemente!
E contratem-se (ou elejam-se) bons gestores desta mega empresa!

By me

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Um lamento




Quem, por estes tempos, passar pelas imediações do palácio de São Bento não irá gostar do que se vê.
Montadas em permanência ou arrumadas estrategicamente por perto, grades para impedir passagem. De peões ou de veículos.
Igualmente reforçada está a segurança normal, tanto no que se pode ver como naquilo que é suposto ser discreto.

É triste ver que o parlamento – a casa da democracia – está preparado para se defender das manifestações do povo.
Tanto mais quanto os que se reúnem no seu interior ocupam o lugar de representantes do povo.
Talvez que já não o façam!

By me

Integridade




Eu gosto de conversar sobre política.
Não sobre partidos e figuras gradas da governação. Uns e outros são efémeros, tanto na vida quanto na ribalta.
Refiro-me, antes sim, a ideias e ideais de sociedade. Como esta pode estar organizada – ou não – e porque devemos participar na vida pública, cada um à sua maneira e na medida das suas possibilidades.
Mas o que é realmente difícil é passar a mensagem de que a liberdade tem que ser total, mas total mesmo.
Há quem defenda muito seriamente que os defensores de teorias contra os direitos do homem deveriam ter acesso condicionado ao poder – executivo ou legislativo.
Isto não é verdadeira liberdade. Se alguns não podem manifestar ou exercer o que pensam, mesmo que discordemos por completo da sua opinião, então alguns têm sua liberdade cerceada. Não é liberdade haver quem não a tenha.
Aquilo que pode e deve ser feito é agir e demonstrar o seu erro, a tal ponto que ninguém nessas pessoas acredite ou confie.

A polícia do pensamento foi descrita num romance faz muito tempo, numa perspectiva pessimista do futuro. Do agora.
Não podemos defender teorias que permitam que ela exista. Mas em havendo quem o defenda, a verdadeira liberdade implica que o permitamos e impedamos que sejam posta em prática.

Ser livre não pode ser uma atitude com limitações ou fracturas.

By me

Divertimentos




A notícia vem em quase todos os jornais diários.
Em Belas, Sintra, quatro coveiros entretinham-se a fazer tiro ao alvo a caveiras.
Isto é algo que eu bem que gostaria de poder praticar. Infelizmente, as caveiras da minha predilecção ainda têm carne e o sangue ainda lhes corre nas veias.
Mas também isso se resolve!

By me

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Coisas bonitas




Nos tempos que vivemos, conturbados e de angústias para com o futuro, deves parar por uns minutos e ver as coisas bonitas que te cercam.
Depois, retoma o passo e continua a lutar.
Que são elas, as coisas bonitas (estas ou outras) que nos dão as forças para os conflitos.

By me 

A paragem




Nesta avenida passam duas carreiras de autocarro.
Costumo usar uma delas à chegada e uma delas na saída se para cima, qualquer uma se para baixo.
Desta vez, e visto que a rotina do “casa-trabalho” se alterava, também o uso dos transportes colectivos. E iria usar exactamente aquilo que raramente uso.
Sozinho na paragem, esperava pacatamente que chegasse o meu autocarro. Como sempre, nestas coisas de sorte a azar, o primeiro que surgiu foi o da carreira que eu não queria. Vi-o à distância e afastei-me da beira do passeio exactamente para que não pensasse que eu esperava por ele. O motorista não se apercebeu desta minha manobra e fez sinal de entrar no recorte, começando a fazer a respectiva trajectória.
De onde estava comecei a acenar-lhe que não, primeiro com o dedo, depois com o braço todo.
Desfez ele o caminho, mudou o pisca e retomou o asfalto. Em passando por mim, acenou-me um obrigado na eventual pala de boné que não tinha e o seu sorriso ia de orelha a orelha.
É tão fácil e reconfortante provocar um sorriso…

By me

Há certos degraus que me recordam muito violentamente o mar: dão-me vómitos!
Alguns estão no topo no topo da pirâmide. Outros estão ali, mesmo ao alcance do meu pé.
Em qualquer dos casos, gosto demasiado dos meus sapatos para lhes dar pontapés. Até porque teria que limpar a sujeira que lhes ficaria agarrada, e não estou para me dar a esse trabalho!
Mas sabemos que, e como tudo o resto, cedo ou tarde a base abanará e a força dela com a da gravidade farão com que tudo venha por aí abaixo.
Terei apenas que ter o cuidado para não estar no caminho dessa derrocada!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pedrada




Quase ao cair do dia. No passeio junto de uma grande estação ferroviária, mesmo ao pé de um grande centro comercial, uma mulher pede.
Não! Uma velha. Também não! Uma velhinha.
O seu tamanho pequeno, o seu cabelo em desalinho e completamente branco, as suas roupas velhas já remendadas, o lenço meio na cabeça, meio no pescoço, o seu falar muito pouco perceptível, fazem desta mulher uma velhinha de já bastante idade.
E não se enganem! Nem romena, nem ucraniana, nem brasileira, nem africana, nem sul-americana. Portuguesa, tanto quanto me foi dado a perceber pelas roupas e pelo sotaque.
Aliás, o sotaque foi o mais difícil de perceber, que do que dizia só se entendia ”quero comer”. Isso e a mão estendida.
Enquanto o seu corpo se apoiava no poste do semáforo que retinha ou autorizava que os consumidores do centro comercial avançassem.

Enquanto isto, deputados e governantes discutem quanto mais e de que forma irão cobrar aos cidadãos sob a forma de impostos, taxas, alcavalas e outros métodos mais ou menos violentos, mas todos imorais.
Será que se algum deles tivesse um parente que, no seu fim de vida, tivesse que esticar a mão à caridade, mais em público ou mais envergonhado, se lembraria ou atreveria a reduzir pensões, diminuir apoios na saúde, encravar a educação ou aumentar impostos sobre comida?

Começa a não ser alternativa viável o aceitarmos que unilateralmente alguns decidam por todos.
E começam a escassear as alternativas ditas civilizadas!


By me

Um olhar - Andreia



By me

Demagogias




Desculpem qualquer coisinha, mas não consigo tirar da cabeça, hoje, aquela velha canção:
Demagogia,
feita à maneira
É como queijo
numa ratoeira.

By me

Gostos




Talvez que aquela madeira seja mais macia.
Ou que ali o sol esteja mais morno.
Ou ainda que a vista dali seja mais agradável.
Talvez mesmo que ali fiquem no caminho de outros que se lhes juntem.


By me

domingo, 21 de outubro de 2012


Sabendo o estado de penúria em que se encontra o país, estado e pessoas, é obsceno ouvir falar em certas reformas ou nos valores pagos de salário ou transferência de jogadores de futebol.

Quanto à imagem que deveria ilustrar este desabafo acaba por ficar no arquivo, que não quero correr o risco de ser censurado na net.

Sinais




Este é, sem sombra de dúvida, um dos sinais dos tempos em que vivemos.
Aqui mesmo, atrás desta vidraça e desde que me conheço, existiu uma livraria, uma daquelas que servia de referência em Lisboa.
De há uns meses, talvez um ano, é uma pastelaria ou padaria gourmet se assim lhe quiserem chamar.
Talvez que seja mais importante alimentar o estômago que a alma ou os sonhos.
Ainda que, e como se constata na imagem, alguns sonhos perduram para além das modas e dos tempos, iguais e diferentes, como todos os sonhos de amor.

By me 

'Bora lá!



By me

Mansidão




Ele há o pinheiro manso, o boi manso, o corno manso.
E também há o povo manso, que é o que somos, ao deixarmos inconsequentemente que tudo nos façam e esperarmos por um qualquer salvador que venha resolver os nossos problemas.
O problema está em que, com as novas tecnologias, deixaram de fabricar salvadores.
Ou resolvemos nós mesmos a coisa ou continuaremos a ser mansos e tratados como tal. Sempre como belo do chocalho ao pescoço!

By me

Os ETs e os media




É um daqueles assuntos que, de há umas dezenas de anos a esta parte, é recorrente: Extraterrestres.
Fazem parte do imaginário literário desde o séc. XIX, o cinema é profícuo em aventuras para todas as idades e há mesmo departamentos governamentais, ao que consta, que se dedicam a investigar a suas eventuais visitas ao nosso planeta.
Que possam existir não ponho em dúvida. A minha soberba não é assim tão grande que possa considerar que em todo o universo nós, humanos, seremos a única espécie inteligente. Mais ainda, e de um ponto de vista teológico, porque haveriam os deuses de ter criado uma só espécie e que, entre outros aspectos negativos, se entretém a destruir o seu próprio planeta e a matar os seus iguais por motivos comezinhos?
Já quanto às suas eventuais visitas, ponho algumas dúvidas.
Tenho para mim que ou não vêem cá ou, caso venham, não voltam e passam palavras aos outros para não virem.
É que não faz sentido visitar um lugar, depois de uma longa viajem, com o índice de desastres, acidentes, tragédias e mortandades que por cá acontecem.
E se não acreditam que isto por cá, no nosso planeta, anda assim tão mal, basta darem uma olhada ao que a comunicação social nos relata, nos seus diversos suportes. É preciso um bom esforço para se conseguir encontrar uma notícia que seja agradável ou positiva.
Assim, e considerando o comportamento humano, acredito que o planeta terra esteja de quarentena por parte de outras civilizações, com avisos espaciais de “zona de perigo”, “entre à sua própria responsabilidade” ou mesmo “perigo de contágio civilizacional”. Não sei mesmo se em torno do sistema solar não existirá uma flotilha de naves impedindo o tráfego de e para o seu interior, a fim de preservar o resto do universo.

Tendo dito isto, fantasioso e pessimista, mas com os pés bem assentes na terra, vou tomar uma bela de uma chávena de café e ver se faço por inverter o curso dos acontecimentos e fazer algo de bonito. Por exemplo: fotografia.

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sábado, 20 de outubro de 2012

Herói desconhecido




Tenho alguns heróis na vida!
Alguns são bem conhecidos, de outros guardo o seu nome para mim mesmo, que são modestos. Mas deste nem o nome conheço. Infelizmente.
O meu trabalho obrigava-me a estar dentro do edifício, mesmo de frente para aquela grande janela rasgada no piso térreo.
Do outro lado da vidraça, um cruzamento entre a avenida principal e uma rua secundária. Cruzamento “manhoso”, que os semáforos de saída da rua protegiam os peões, mas quem vinha da avenida e entrava na menor fazia-o com demasiada leviandade.
Naquele fim de tarde, com grande quantidade de gente a caminho da estação ferroviária, um jovem cego parou na beira do passeio, junto do semáforo.
Bem vestido, óculos escuros e a cana branca na mão. E ali ficou, a bater com ela no passeio, num pedido mudo mas inequívoco de ajuda.
O sinal abriu e fechou por três vezes sem que ninguém desse por ele ou, melhor ainda, lhe desse um braço para atravessar o perigoso cruzamento.
Até que o assunto se resolveu da forma mais surpreendente: um motorista de táxi, com passageiro a bordo, ficou retido no sinal vermelho. Saiu do carro, ajudou o jovem a atravessar a rua e regressou ao seu volante. E seguiu o seu caminho.
De onde estava, agarrado à “rabicha do arado” e impossibilitado de lá ir, registei indelevelmente na minha retina este gesto de mais um herói desconhecido.
Numa cidade em que cada transeunte mais não é que um obstáculo no nosso trajecto.

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Conversas de café




É particularmente interessante constatar como uma manhã solarenga de Outubro e a partilha de um balcão para café e cigarro num bairro suburbano são elementos óptimos para conversas de cariz político mais aprofundadas que o simples protesto.
E é assustador ver como as pessoas estão sedentas por ideias diferentes e concretas, bem mais além que as questões directamente relacionadas com impostos e emprego.
O que me deixa em pânico é ver a facilidade como alguém não preparado para discursos ou ideias populistas faz um comício de café e prende a atenção de vizinhos e conhecidos.
E se as ideias assim contadas forem a máscara de ideais perigosos?


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O governo e o regime




Por muito que possa parecer o contrário, eu não quero que este governo caia.
Isto porque, e usando as palavras desta senhora, com a sabedoria que o tempo lhe deu e em frente ao palácio de São Bento, “Atrás deste vem outro igual ou pior”. Quer seja de iniciativa presidencial ou fruto de novas eleições.
É que o problema actual não advém do governo, este ou outro.
Está, antes sim, na forma como os governos funcionam, como os seus membros chegam aos respectivos lugares e como se relacionam com os cidadãos. E vice-versa: como os cidadãos se organizam, como as suas ideias são (ou não) postas em prática e como eles, cidadãos, se responsabilizam pelas suas próprias decisões.
Por outras palavras, o que ponho em causa é a forma como a nossa sociedade se organiza, governa e deixa governar.
No sistema actual, os cidadãos elegem o presidente da República, elegem os deputados e desinteressam-se da governação. E tanto o presidente quanto a assembleia, de onde é escolhido o primeiro-ministro, passam a fazer o seu trabalho autisticamente, sem que as suas decisões possam ser objecto de mudança por parte dos cidadãos.
Aliás, bem definidor deste sistema hermético, é o uso das expressões “sociedade civil” e “classe política”. Uma separação total, em que se dá a entender que a segunda, sendo uma elite, tem plenos poderes para decidir sobre a primeira, goste-se ou não das decisões.
Aquilo que quero, mais que a queda de um governo, é a alteração do regime!
Alteração de leis e alteração de consciências. Os representantes do povo têm que poder ser responsabilizados por este. Têm que poder ser questionados, um por um, sobre o seu trabalho na gestão da coisa pública.
Não podem, os representantes do povo, ser mais fieis a uma disciplina partidária, definida por um comité central ou secretariado nacional, que ao povo ou eleitores. Até porque um partido político é uma associação privada, como um clube ou um condomínio, onde só entra e age quem os seus membros decidem. Ver o país gerido por associações privadas é o mesmo que privatizar a gestão da coisa pública. Saber que são associações privadas que definem as leis que regem um povo não é, de todo, a definição de liberdade ou mesmo de democracia.

Portanto, eu não quero que o governo caia! Quero, antes sim, que o regime caia e seja mudado radicalmente!
Quero poder interpelar na cara quem me representa. Quero que todo e qualquer cidadão possa intervir directamente na feitura das leis nacionais, sem ter que ser filiado num clube privado.
Quero que a vontade do povo seja, de facto, considerada como vontade a cumprir e não apenas como ruído de fundo durante reuniões de elites.

O conceito de “Acracia” é demasiadamente elaborado e responsabilizante para ser considerado como possível nas próximas gerações. Mas o regime democrata representativo é por demais autista e hermético para que possa servir os anseios do povo. Tal como não é respeitador da liberdade dos cidadãos. Liberdade de pensar, liberdade de falar, liberdade de agir.
Eu não quero que o governo caia! Quero que o regime mude! Para que ninguém possa dizer, conformado, “Atrás deste vem outro igual ou pior”!

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