quinta-feira, 18 de outubro de 2012




A conversa estava animada. Não! Devo dizer antes que a discussão estava acesa. O que, aliás, é natural tendo em conta o assunto: impostos. Que sempre se protesta contra os impostos por isso mesmo: são impostos.
Desta vez falava-se sobre um imposto criativo que entrará em vigor no ano que vem: vinte por cento dos prémios de totoloto e euromilhões (suponho que lotaria também) superiores a cinco mil euros.
Argumentava-se, com alguma razão, que é imoral taxar a sorte, ainda que seja um bom rendimento para os cofres do estado.
Claro que, e uma vez mais, eu não podia estar completamente de acordo com a opinião generalizada.
Por um lado, não me importaria de pagar mil euros de imposto todas as semanas. Nem me importaria, aliás, de pagar o dobro. Considerando a taxa de esforço e o investimento, nem sequer seria muito penoso.
Por outro, seria uma forma equitativa de distribuir os sacrifícios. Com a sorte batendo à porta de um, este ficaria solidário com os restantes, continuando ainda assim a poder ser chamado de sortudo.
O único aspecto que entendo por imoral neste novo imposto é a falta de justiça!
Se sobre jogos de sorte e azar o estado se debruça sobre os que foram bafejados pela primeira, cobrando, deveria fazer o mesmo com os que foram visitados pelo azar, ajudando-os.
Como disse, foi uma discussão acesa. Não consegui, no entanto, fazer passar os meus pontos de vista e terminei vencido. Como, aliás, em quase tudo o que se relaciona com o estado e os impostos.
A menos que façamos algo de sério para mudar o rumo da sorte. A de todos nós!

By me

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