Na semana seguinte
estaríamos de greve. Vários dias.
Sendo que o tipo
de laboração implica que os dias de folga tanto possam aos fins-de-semana como
em dias úteis, alguns de nós estaríamos de folga nos dias marcados para greve.
Donde, nesses dias e a essas pessoas não seriam descontados os salários
respectivos.
Sabendo disto,
propus no meu grupo de trabalho uma espécie de “fundo de greve”:
Aqueles que
estivessem de folga nesses dias contribuiriam para um fundo comum com o salário
desses dias, sendo o apurado dividido igualmente por todos.
Faria isto diminuir
o impacto da greve nos nossos bolsos, faria com que todos estivessem irmanados
na luta e faria com que os mais indecisos se juntassem a nós.
Por resposta
obtive sorrisos de condescendência, alguns olhares de soslaio e um companheiro
chegou mesmo a atirar-me um: “Oh JC! Se estás com problemas de dinheiro, faz
como eu e pede ao banco.”
De nada adiantou
explicar que eu estaria de folga dois dias dessas jornadas de luta e que não
estava a pedir: estava a contribuir para os demais. Esse fundo nunca se
concretizou.
E assim estamos,
todos nós: todos a saber pedir, raros a querer contribuir.
Em que grupo estás?
By me
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