terça-feira, 23 de outubro de 2012

A paragem




Nesta avenida passam duas carreiras de autocarro.
Costumo usar uma delas à chegada e uma delas na saída se para cima, qualquer uma se para baixo.
Desta vez, e visto que a rotina do “casa-trabalho” se alterava, também o uso dos transportes colectivos. E iria usar exactamente aquilo que raramente uso.
Sozinho na paragem, esperava pacatamente que chegasse o meu autocarro. Como sempre, nestas coisas de sorte a azar, o primeiro que surgiu foi o da carreira que eu não queria. Vi-o à distância e afastei-me da beira do passeio exactamente para que não pensasse que eu esperava por ele. O motorista não se apercebeu desta minha manobra e fez sinal de entrar no recorte, começando a fazer a respectiva trajectória.
De onde estava comecei a acenar-lhe que não, primeiro com o dedo, depois com o braço todo.
Desfez ele o caminho, mudou o pisca e retomou o asfalto. Em passando por mim, acenou-me um obrigado na eventual pala de boné que não tinha e o seu sorriso ia de orelha a orelha.
É tão fácil e reconfortante provocar um sorriso…

By me

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