Ter livros em
casa, a ganhar pó e serem lidos uma vez, eventualmente duas, é uma tristeza.
Os livros existem
para ser lidos, degustados, usufruídos, manuseados. E quanto melhor for o seu
conteúdo mais isto é uma verdade universal.
Sabendo-o e
sentindo-o, decidi em tempos fazer uma escolha dos que por aqui em casa havia.
Relacionados com fotografia ou vídeo, técnica, estética, mais práticos, mais
filosóficos.
Nessa escolha, fiz
dois grupos: aquele dos quais me não queria separar e os que achava de que
podia prescindir.
E peguei nesta
segunda pilha e levei-os para a biblioteca da escola onde leccionava. Uma, duas
ou três vezes que fossem lidos seria sempre uma vitória em prol da cultura e do
ir mais longe por parte dos alunos.
Mas, nesta
escolha, fiz uma “asneira”. Da qual me arrependi muitas vezes de então para cá.
Inclui o livro “Ensaios
sobre a fotografia” de Susan Sontag, “On photography” no original. Eu tinha – e
tenho – na versão original, pelo que nada perderia. Excepto em querendo fazer
uma citação, que me obrigaria a traduzir. Moroso e de responsabilidade.
Quando me apercebi
disso, constatei duas coisas: À uma, que o livro não mais estava à venda em Portugal,
esgotada que estava a única edição. Em seguida, que alguém tinha dado pó de
sumiço ao livro, deixando de constar na biblioteca.
Ao fim destes anos
todos de muito o procurar e não encontrar, tropeço numa nova edição portuguesa,
recém lançada.
Vantagens de quem
dá, de quando em vez, uma voltinha pelas livrarias, mesmo que sem trazer o que
quer que seja, que os tempos não estão favoráveis e a pilha dos que aqui estão à
espera de ocasião para serem lidos é grande e tem irmãs. Várias.
Mas este irá fazer
uma ultrapassagem a todos os demais e será o próximo a fazer-me companhia de e
para o trabalho. E nas horas mortas deste também.
Recomendo-o, sem hesitações,
a todos os que queiram pensar um pouco sobre fotografia. Ou pensar muito.
By me
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