É natural que o
povo não goste do poder.
É o poder que põe
em letra de forma as regras da sociedade, é o poder que faz aplicar essas
mesmas regras, é o poder que cobra do trabalho, é o poder que fiscaliza… é o
poder o inimigo generalizado e o alvo preferencial do povo.
Se a sociedade é
abastada, se não falta o mínimo ou mesmo o supérfluo, essa antipatia pelo poder
mal se nota. Mas quando o supérfluo já está distante e o mínimo roça a linha do
vital, todos os ódios se viram contra o poder.
Este, o poder,
agarrado que está ao cargo, vai encontrando bodes expiatórios para de si
desviar as animosidades. Ele é o espaço vital para a nação, ele é as ideias
corrosivas, ele é o inimigo sem rosto a que se dá o nome de “raça”, ele é a
conjuntura económica… Temos visto disto, e demasiado, ao longo dos tempos.
Pergunto-me, no
entanto, se os que estão agora no poder neste país já se terão apercebido que já
não funcionam essas estratégias.
E se têm a noção de
que os seus nomes, por mais esquemas que inventem, são dos mais odiados das últimas
dezenas de anos.
Mais ainda: se já terão
pensado que, pese embora o olvido do povo ser generoso com o tempo, eles ficarão
indeléveis na galeria dos malditos.
Resta saber por
quanto mais tempo conseguirão eles alimentar este ódio.
By me
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