segunda-feira, 31 de maio de 2010

A ambulância


A história é curta e conta-se em duas penadas.
Quando cheguei ao Largo do Rossio, em Lisboa, vi logo a ambulância encostada à paragem de autocarros. Parada naquele local, ainda que com as luzes de emergência desligadas, levou-me a pensar que alguém estaria a passar mal por ali. Que estas coisas de se necessitar de ajuda não escolhem nem hora nem local.
Uns bons cinco minutos e um cigarro depois, vejo os tripulantes regressarem. Fardados a rigor da cabeça aos pés, nem ele nem ela transportavam doente, maca, mala de primeiros socorros, um penso rápido que fosse. Aquilo que em deles trazia era, muito prosaicamente, dois sacos de take-away da MacDonalds. Que, pelo volume, vinham bem cheios.
Claro está que bombeiro também tem fome. E, ainda que os prefira ver de boa saúde evitando o fast-food, entendo que a sua juventude os leve a procurar soluções rápidas e baratas.
O que já não entendo, nem aceito, é que se arrojem no direito de estacionarem uma ambulância num local proibido, incomodando motoristas de autocarro e obrigando os passageiros a irem para a faixa de rodagem para conseguirem embarcar.
Se o seu mal era fome e a urgência o comer, bem que poderiam ter feito como todos os restante cidadãos e procurado soluções urbanas e cordatas. Que nem farda nem viatura são consentâneas com abusos e ilegalidades!

Texto e imagem: by me

Um olhar - Carol




By me

domingo, 30 de maio de 2010

sábado, 29 de maio de 2010

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Para a Comissão Nacional de Protecção de Dados


Sobre video vigilância privada

Tenho visto, cada vez com mais frequência, câmaras de video de vigilância privada em locais públicos, nomeadamente em fachadas de edifícios,cobrindo com o seu ângulo de visão o espaço público, regra geral conhecido por passeio.
As perguntas que faço são:
Pode um qualquer cidadão ou uma qualquer empresa, de segurança ou não, fazer registo do que acontece no espaço público, nomeadamente registo discreto e sem informação ao publico?
Este tipo que video vigilância não implica uma autorização legal e específica e uma informação da sua existência aos cidadãos que possam aceder aos locais vigiados?
Esta video vigilância privada sobre o espaço público e não divulgada não ferirá o direito à privacidade de imagem e/ou ao anonimato no espaço público?
Como pode um cidadão conferir da legalidade desta video vigilância de um local público e actuar caso suspeite ou saiba da sua ilegalidade?

Com os melhores cumprimentos

E pronto!



E pronto! A moda está de volta!
A mais de quinze dias do início do mundial de futebol, já começam a ser vistas as bandeiras nacionais espalhadas por tudo quanto é sítio. Aquele nacionalismo absurdo, que só se manifesta em torno da bola e que, em sendo necessário, fica bem lá no fundo da gaveta se implicar algum tipo de sacrifício ou esforço pessoal.
Desta feita até que sou capaz de dar algum desconto! Esta primeira, vista e fotografada, apareceu num dos cafés cá da minha rua. Naquele que costumo frequentar e que onde pude fotografar mediante um conveniente e cúmplice olhar para o lado da parte de quem estava atrás do balcão.
Pendurada do tecto, bem em frente da porta e à vista de quem passe na rua, é uma forma de publicidade ao local, uma espécie de convite a que os vizinhos escolham o estabelecimento para ver e comemorar os desafios. E, de caminho, que façam lá o consumo que dará direito a haver uns trocos extra na caixa no fim do dia.
Um pouco em dissonância com as origens das bebidas alcoólicas em venda: na sua maioria são de origem estrangeira, whiskeys, vodkas, gins e afins, deixando de parte o nacionalíssimo bagaço ou amarelinha.
Com a globalização, o nacionalismo dilui-se e vem à tona apenas com a bola, não a que vendem aqui mas antes a que outros pontapeiam.
Será, talvez, aquilo a que se pode chamar de “tratar a nação a pontapé!”

Texto e imagem: by me

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Um olhar - Teresa



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Isto dizem estes!



Que por mim, nem trabalho, nem dinheiro!
Quero qualidade de vida!


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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Um olhar - Paula




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Retrato de uma ex-desconhecida


Quem é dona desta cara? Confesso que não sei o seu nome ainda que, dadas as circunstâncias desta fotografia, talvez devesse conhecer. Eu conto:
Entrei num Self-service onde vou amiúde. Em boa verdade, muitas mais vezes do que gostaria, mas as alternativas são reduzidas, se algumas.
Comigo um conhecido, com quem ia numa amena cavaqueiro sobre um qualquer assunto de nenhuma importância. Atrás de nós entrou esta senhora que, não fazendo caso da fila existente, fez questão de se colocar ao lado de um cavalheiro, uns três lugares à frente. E, sem sequer olhar para nós, abriu conversa com o conhecido e serviu-se de um tabuleiro. Não gostei! Não gostei nem um pingo! Afinal, por que raio haveria ela, tendo entrado depois, ser atendida antes? Poderíamos comparar pressas e urgências, mas então teríamos também que quantificar apetites e amizades. E, felizmente, tal ainda não é possível.
Tirei a minha câmara do cinto e dirigi-me a ela. Colocando o meu mais afável sorriso, perguntei-lhe se poderia fazer-lhe uma fotografia.
Hesitou a senhora. A sua primeira reacção foi a de o negar mas, talvez que o meu sorriso, meio escondido atrás da minha longa barba branca, a tenha feito mudar de ideias. Até porque, no lugar em que nos encontrávamos, pouco mal poderia advir, pensaria ela. E acedeu.
Enquanto eu levantava a câmara, de antemão pronta para a função, ainda a ouvi perguntar para que a queria eu.
Só depois do disparo do flash e da confirmação do registo da imagem, coisa rápida, satisfiz a sua curiosidade:
“Sabe, gosto de fotografar quem me ultrapassa nas filas!”
Abriu a boca de espanto, balbuciou umas desculpas esfarrapadas, mas nem lhe dei o direito de mas dizer, que a fotografia estava feita e o incómodo da sua ousadia já ninguém mo tirava.
Não é muito avisado incomodar um tipo que tem a mania que é fotógrafo!

Texto e imagem: by me

terça-feira, 25 de maio de 2010

E de súbito...



... choveu!


By me

Self portrait, or...


Or how a photographer sees the world: in small pieces, divided in time and space, trying to build with them a coherent puzzle.
And not always get it done!


Texto e imagem: by me

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ponto, linha, plano




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Absurdos


Ao jornalista, para além do direito de informar, sobrevêm outros direitos e deveres. Estão estes, na sua maioria, bem definidos no código deontológico e cujo conhecimento é obrigatório para a obtenção da respectiva carteira profissional. Ou deveriam ser.
Do somatório dos direitos e deveres, bem como do exercício da profissão, advém uma responsabilidade particularmente grande. O que é dito ou divulgado nos órgãos de comunicação social é tido pelo público como verdade. No conteúdo e na forma.
Esta responsabilidade deverá levar cada um dos jornalistas, bem como as organizações ou empresas para que trabalhem, a garantir que forma e conteúdo não faltam à verdade: A verdade factual e a verdade da língua.
Lamentavelmente esta última é frequentemente aviltada, com incorrecções gramaticais, significados deturpados, invenções de termos e expressões que, supostamente, serão eruditas, mas que, na verdade, não passam de idiotices de grosso calibre.
Uma dessas expressões é a “Imprensa escrita”. Caramba! Ainda não encontrei em parte alguma uma prensa, clássica ou resultado do último grito da tecnologia, que não tivesse como resultado a escrita. Esta expressão absurda surge na sequência da enormidade de se querer englobar no termo “imprensa” todos os meios de comunicação social, jornais, rádios, TVs e web. E, ao precisar com o termo “escrita”, reduzir o conceito a jornais e/ou revistas.
Mais que absurdo, e porque é suposto o jornalista ser verdadeiro na forma e no conteúdo, vai o público menos avisado no embuste, passando a considerar que “imprensa escrita” será uma expressão correcta.
Mas uma outra expressão há que me faz “saltar a tampa”:
“Anúncio publicitário”!
Qualquer dicionário, em papel ou outro suporte, informará quem tiver dúvidas que as duas palavras são sinónimos. Com pequeníssimas variações, os seus significados são iguais. Donde, dizer “anúncio publicitário” é tão absurdo quanto o clássico “entrar para dentro”!
Aquilo que se pretende dizer com tamanha baboseira é que se trata de um anúncio de índole comercial, em oposição aos anúncios governamentais, particulares ou institucionais. Haverá os anúncios de casamento, os anúncios de exposições, os anúncios de concursos públicos. Mas, muito naturalmente, são também publicidade, já que o seu objectivo é o de tornar público o seu conteúdo.
Outra “pérola”, ouvida ontem e repetida apesar do aviso, foi o de ter havido um incêndio num cruzeiro. Fiquei na dúvida se se trataria do Cruzeiro do Sul, se do Cruzeiro que embeleza uma das rotundas da minha freguesia ou se o trajecto de uma barco de passageiros.
Afinal, tratava-se tão só de um navio de cruzeiro, atracado num porto. Confundir “Navio” com “Cruzeiro” é um pouco como confundir “automóvel” com “estrada”.

Não pretendo, com estas observações, transformar-me em paladino da língua Portuguesa. Ela é coisa viva e evolutiva e agarrarmo-nos a conceitos académicos é por demais conservador para o meu gosto.
Mas não dou o direito à classe de jornalistas, seja qual for o suporte que usem, de a adulterarem e, com isso, levarem o cidadão comum a usar como certo os disparates que proferem ou escrevem certos escribas.
Ser jornalista, mais que um direito, é uma prerrogativa. Que não pode ser abastardada como temos vindo a constatar a cada dia que passa!

Texto e imagem: by me

Real time


Between this and Photoshop?
Well, real time, several cameras, a real time histogram and several million persons seeing every detail of our mistakes. On real time.
Besides that, is just a matter of buttons or icons, joystick or mouse, one screen or a wall full of them.


Me by me, at work

domingo, 23 de maio de 2010

Sandálias




By me

Um olhar - Diana




By me

Chegando tarde a casa


E como se equilibram estes contrastes de luz?Alguém sabe?
By me

sábado, 22 de maio de 2010

Roda e sapato


Alguns há que me perguntam por que raio fotografo eu tantos sapatos abandonados na rua.
Não se trata de nenhum fetiche nem nenhuma mensagem subliminar.
Acontece apenas que o calçado é um daqueles objectos pessoais que se tornam particularmente íntimos, depois de pé e sapatos ajustados mutuamente. E que tenho grandes dificuldades em me livrar daqueles que, por este ou aquele motivo, deixaram de ser usados.
Por outro lado, em olhando para um sapato (bota, chinelo, pantufa, o que quer que seja) assim solitários e sem préstimo, fico cogitando sobre o que ele já terá vivido, os caminhos que já terá percorrido, as bolas ou rabos que já terá pontapeado, as águas ou areias que já terá pisado…
Um sapato abandonado permite uma miríade de pensamentos, podendo ser tão eloquente quanto um bom romance ou completa enciclopédia. Basta, para tal, conseguir abrir a alma e deixar a imaginação voar.

Texto e imagem: by me

Um olhar - Marta



By me

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Depois de jantar


No trabalho.


Me by me

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Blufs


A tarde estava quente. Bem quente, comparada com a semana anterior.
Quando saí da estação de comboios e me vi sob aquele sol abrasador, a minha vontade foi correr para o outro lado da rua, onde a sombra protectora me aguardava. No entanto…
No entanto, bem centrado sobre a passadeira de peões que eu haveria de usar, estava um automóvel. Estrategicamente estacionado, já que ali a sombra também o protegia. Ao carro e ao seu ocupante que, sentado ao volante e com o motor desligado, se entretinha escrever não sei o quê nuns papeis que apoiava onde deveria estar o airbag. Saltou-me a tampa!
Estava onde não deveria estar, ainda que houve espaço livre atrás, e, ainda por cima, bem no caminho que eu queria percorrer e rapidamente. Não resisti!
Percorri a parte da passadeira de peões livre até quase embater na porta do carro. Com ar de poucos amigos, levei a minha mão direita à pala do boné, numa continência displicente, e atirei-lhe:
“Boa tarde! Não se importa de retirar o seu carro para eu passar?”
Olhou para mim como se eu fosse a encarnação do dragão de São Jorge, ou semelhante. Com o olhar esgalgado e um sorriso amarelo, disse-me:
“Com certeza!”
Ligou o motor e fez marcha-atrás, para onde havia lugar que bastasse para estacionar sem ocupar o que me era devido.
Percorri o que restava da passadeira, refugiei-me na sombra do prédio, atirei-lhe com nova saudação pseudo-militar e continuei o meu caminho.
Não vi o que fez de seguida, mas não creio que, tão cedo, se lembre de estacionar numa passadeira de peões.

Na imagem, naturalmente, não está nem a passadeira nem o carro em questão.
O que ali se pode ver é mesmo aquilo que gosto de ver e usufruir: uma passadeira de peões, livre de obstáculos e tão segura quanto pode ser.

Texto e imagem: by me

Um retrato - Limpo




By me

O redondo no retângulo




By me

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Um retrato - Miguel


Fazer um retrato de alguém quase desconhecido e com quem se falou pouco mais que dez minutos não é fácil.
A dificuldade, entendo eu, não está no apontar, gerir luz ou criar alguma empatia ou ligação com o modelo. Para isso basta aplicar fórmulas ou técnicas já dominadas, improvisar com base nelas e cavaquear um pouco.
Difícil mesmo, do meu ponto de vista, é criar uma imagem que, de alguma forma, reflicta aquilo que entendemos da pessoa fotografada. Da sua maneira de estar na vida, da sua forma de interagir com os demais. Aprendido isso da curta conversa que possa existir e do podemos ver da sua linguagem corporal. É sempre uma interpretação pessoal, tanto mais falível quanto menor for o relacionamento.
Deste retrato, visto no pequeno ecrã da câmara, ouvi do retratado: “Pois, este sou eu.”
Resta saber até que ponto o “Eu” dele corresponderá ao “Eu” que eu vi.

Texto e imagem: by me

terça-feira, 18 de maio de 2010

Ícones


Claro que cada um tem pendurado do retrovisor do seu carro o que entende.
Por mim, se tivesse carro e, consequentemente, se usasse um espelho, penduraria nele um extinctómetro.
É pequeno, também redondo, e, sendo um aparelho de medida de luz, mostraria e lembrar-me-ia da importância da luz naquilo de que gosto: captar imagens.
Se quisesse fazer misturas, talvez lhe acrescentasse uma caneta, pequena naturalmente. Sempre me recordaria do valor da palavra, e do pensamento, em cada gesto que fazemos.
Agora se quisesse fazer uma total confusão de ícones, talvez pendurasse também um mini golfinho. De uma forma ou de outra, sendo animais racionais, serão bem mais felizes que os humanos, pois que a sua capacidade de adaptação é tal que não necessitam de transformar (destruir?) o mundo que os cerca. Indo mais longe, conseguem comunicar e entender-nos, o que nós não conseguimos, nem a nós mesmos nem a eles.
Agora um rosário e uma clubistica bola de futebol?! Bem, cada um terá os seus próprios objectivos na vida!


Texto e imagem: by me

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Just a tip


I don’t know how it works with you all, but as for me, I live on my salary as a vision engineer and cameraman. And means that all I can spend on photography is just what left after those regular expenses every one has.
Being so, all I have was the result of serious thinking between my needs, what was available on the market, its price and my budget. Cameras, lens, filters, tripods, stands and, of course, fhashs.
One of the first things I realise, when I got my K100D, was that they advise us not to use units that had a powerful triggering connection, because it may serious damage the camera inner circuits. I always had that precaution!
And that was why, among other reasons, I got the K7: with it I could use most of my old units, due to its X-sinc connection. And, since last November, I’ve played around with it, having that pleasure of being the absolute owner of the light.
Never the less, I’ve had the precaution of not connecting to the camera nothing but the AF360G or my small ringflash (as a triggering unit), being sure that its power wouldn’t harm it.
Now I found this web page, were they list those flash units that can or can not be used with DSRL, in this case referring just to Cannon cameras. Never the less, I suppose we can extrapolate it to Pentax or other brands.
And I found out that my precautions were right: only that ringflash and the AF360G are able to be used directly on the camera.
So, for those of you that, like me, have old units and like to use them all together, here is the link, even if it not a complet cover models:
http://www.botzilla.com/photo/strobeVolts.html
Of course, the alternative is a radio trigger. But those I can found around here, Portugal, are expensive, to much expensive to substitute a system that is working. I was told about one shop in Lisboa that have a cheap brand and I’ll take a look, but it must be worthwhile.
Image: An old electronic flash, 30 years old, not listed there; a Kaiser photocell, 2 years old; a grip, 20 years old; a tree branch, unknown age.

Enjoy the link and take good care of your equipment.



Texto e imagem: by me

domingo, 16 de maio de 2010

A árvore do tempo


Se os colecciono? Nem pensar!
Acontece apenas que tenho o sono muito pesado e convém tomar precauções quando se tem que levantar, para ir trabalhar, pelas 3.30 da madrugada.
E agora pergunta-se:
Qual destes é o mais novo?

Texto e imagem: by me

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Egoísmos


É daquelas coisas que me fazem sair do sério e perguntar que futuro os cidadãos esperam ter.
Junto dos contentores de lixo aqui da minha rua vejo este carrinho de bebé. Pelo que me foi dado a apreciar, encontra-se em muito bom estado de conservação, não estando nem partido nem roto.
O ter sido ali colocado pode ter tido como origem o seu passageiro ter crescido o suficiente para já dele não necessitar. O que quem o empurrava ter optado por um outro maior ou melhor. Ou ainda que a criança já por cá não esteja para nele ser transportado.
Em qualquer dos casos, colocar um carrinho de bebé no lixo significa que já não faz falta. Mas… não faz falta a quem?
Olhando para os preços deste e outros artigos de bebé, vemos que são caros ou, pelo menos, bastante dispendiosos. Um valor a somar ao muito que é necessário gastar com um filho.
Pergunto eu porque carga de água não foi este carrinho de bebé, em vez de colocado no lixo, entregue a uma das muitas organizações, religiosas ou não, que dão apoio a quem dele necessita?
As condições económicas actuais não são de molde a incentivar a procriação. Bem pelo contrário. E muitos são os que, perante a possibilidade de ter um filho, ou mais um, ponderam o equilíbrio entre o que recebem como salário e aquilo que poderão ter para a criança. E recuam!
Um carrinho de bebé, ofertado ou mesmo a preço pouco mais que simbólico, será uma despesa a menos para quem hesita ou já está confrontado com um filho e com parcos rendimentos.
Acrescente-se que vivemos num país em que a taxa de nascimento é reduzida e em que a perspectiva de futuro da sociedade não é brilhante, bem pelo contrário.
Aquele ou aquela que jogou fora este carrinho de bebé será, certamente, aquele ou aquela que, daqui por quarenta anos, se queixará por ter uma reforma baixíssima, que clamará por apoios sociais, que se queixará por a sociedade estar mais e mais egocêntrica. O que, aliás, já vai acontecendo nos tempos que correm.
Mas esse ou essa mesma não se recordará que, agora, em tendo a oportunidade de ajudar o próximo, de ser solidário, e que, displicentemente, jogou fora um carrinho de bebé que poderia ter feito a alegria e conforto de uma criança e seus pais.
Tenho pena de não saber quem o fez, para ter com ele ou ela uma conversinha cá das minhas!

Texto e imagem: by me

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Não!


Passei esta última semana a ser “benficado” e “papado” para além do suportável.
Levei com futebol e papa em casa, no trabalho, na rua, nos transportes… Em tudo quanto é sítio não se tem falado de outra coisa que não seja do título do Benfica a da visita do Papa.
Já não posso mais nem com um nem com outro assunto!
Pois ontem, tendo saído do trabalho a horas decentes, decidi ir jantar a um restaurante nas imediações. Confesso que foi um acto de gulodice, já que têm uns bifes com um molho que satisfazem o mais exigente.
Entrei para comer pouco passava das 19 horas. A casa estava praticamente vazia e o empregado disse-me para escolher a mesa que mais me agradasse, o que fiz.
E já tinha acabado bife, com as batatas, o pão e a cerveja preta, quando fui agredido. Violentamente! O bife lutou para sair pela abertura mais próxima e a cerveja manifestou-se no seu melhor!
É que um dos empregados, munido de um telecomando, entreteve-se a ligar os muitos e grandes televisores espalhados pela sala. Pior ainda, andou em busca e encontrou o canal que se preparava para transmitir um qualquer jogo de futebol. Bolas!
Vim eu para aqui para deixar de parte a televisão e o futebol e vou ter que levar com isso pelas trombas, quer queira quer não? Não quis!
Chamei o empregado e perguntei-lhe, com a pontinha de bom humor que ainda me restava do repasto, quanto me custaria se os aparelhos fossem apagados, pelo menos até eu sair.
“Que não podia ser”, responderam-me, “que tinham ordens superiores para os ligar sempre que houvesse jogo, fosse ele qual fosse.”
O bom humor diluiu-se face às ondas hertzianas e aos pontapés na bola. Pedi o café, a conta e o gerente. E, em chegando ele, expliquei-lhe o quanto e o porquê do meu desagrado por aquela agressão audiovisual. Que, ao menos, poderiam ter desligado aquele mais perto de mim, a uns meros quatro metros. Mas que, se essa era a sua política para chamar mais clientes, pela parte que me tocava tinham perdido um regular. Gosto da comida que ali me servem, mas detesto ter uma indigestão por ser obrigado a ver televisão durante as refeições!
Paciência para o bife e o seu molho, tal como paciência para o meu pecado da gula. Posso não saber, ao certo, aquilo que quero da vida, mas sei, muito bem, aquilo que dela não quero! E misturar pão com circo televisivo não quero!

Texto e imagem: by me

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Deputado do PS arrisca três anos de prisão


Sindicato dos Jornalistas constitui-se assistente no processo resultante da queixa da revista 'Sábado'
Ricardo Rodrigues, vice-presidente da bancada do PS, que no dia 30 de Abril abandonou uma entrevista com os dois jornalistas da revista Sábado levando consigo os dois gravadores que estavam a ser utilizados para registar a conversa, arrisca uma pena com prisão até três anos ou multa, moldura penal máxima por furto simples.
Mas, para além de responder por furto dos dois gravadores, o deputado - que ontem mesmo foi eleito para o Conselho Superior de Segurança Interna (órgão consultivo do primeiro-ministro em matéria se segurança interna) - tem pela frente também uma queixa por atentado à liberdade de informação. Neste caso, o Estatuto do Jornalista prevê pena máxima de dois anos ou multa até 240 dias.
Por isso mesmo, o Sindicato dos Jornalista revelou ontem que vai constituir-se assistente no processo resultante da queixa apresentada pelos jornalistas da revista Sábado no DIAP de Lisboa. Isto porque "considera que Ricardo Rodrigues poderá responder criminalmente por atentado à liberdade de informação", justifica o órgão sindical. E destaca ainda que o deputado, que integra a Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, "tem a indeclinável obrigação de saber que os gravadores podem conter gravações cuja confidencialidade deve ser protegida". Por isso alerta: "Nem o Tribunal Cível de Lisboa pode aceder ao seu conteúdo sem decisão judicial."
Orlando César, presidente do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, também defende que o acto irreflectido de Ricardo Rodrigues "configura um atentado à liberdade de imprensa". O assunto, avançou ao DN, vai ser discutido hoje em reunião extraordinária do Conselho.
Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) foram mais rápidos a reagir e analisaram a situação ontem. A autoridade dos media foi a primeira a reagir, remetendo para a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista e para o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas a apreciação do caso. Isto porque, lembra em comunicado, "a ERC não avalia o cumprimento individual de obrigações éticas e deontológicas ou jurídicas de jornalistas". Mas manifesta a sua preocupação pelo "facto de os gravadores de que se apropriou o deputado Ricardo Rodrigues poderem conter material protegido pelo sigilo profissional dos jornalistas".
Para além de considerar que Ricardo Rodrigues violou o princípio da liberdade de informação, a CCPJ defendeu ainda que foi praticado um acto de violação do sigilo profissional do jornalista, referindo, em comunicado, que o acto do vice-presidente da bancada socialista se reveste, "no mínimo", de "manifesta prepotência a apropriação dos equipamentos dos jornalistas aquando no exercício das suas funções".

Texto: in Diário de Notícias
Imagem: algures na web

O Rui e o Boss


Dúvidas houvesse sobre a estação do ano em que estamos, e seria vê-los e vê-las, p’los jardins, com os novos cachorrinhos de estimação.
Alguns pouco mais que desmamados, quase mal se aguentando nas pernas e não suportando grandes corridas, ainda assim não se coíbem de pedir brincadeiras e carinhos a quem passa, humano ou canídeo.
E se, por altivez de raça ou dureza de coração, as atenções pedidas não são fornecidas, em escapando de uma mordidela não escapam de um latido de protesto.
Assim vai a Primavera.

Texto e imagem: by me

terça-feira, 11 de maio de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Desafio


Pegue-se numa destas latas de aperitivos para dela fazer uma fotografia.
Abra-se a lata e prove-se um pouco do seu conteúdo, para se inteirar daquilo que se está captar.
Prepare-se o cenário, considerando o que é para mostrar.
Ajuste-se a luz em função do que é suposto ser fotografado.
Consiga-se ter tudo pronto e feito, fotografias de teste e final incluídas, antes de ser ter comido tudo o que está dentro da maldita lata!
Boa sorte!

Texto e imagem: by me

domingo, 9 de maio de 2010

O alicate


Era um símbolo da tirania! Quando o trinca bilhetes, agora chamado de pica, se aproximava, todos sacavam do porta-moedas para o óbvio pagamento. A menos que…
A menos que fosse um borlista! Nesse caso não se estava nos bancos, ou de pé, nos quatro lugares marcados junto a varões de ferro plastificados. Mas pendurado na porta, em equilíbrio instável e dependendo dos dedos e da sua força, bem como dos solavancos do autocarro ou carro eléctrico.
E era aqui que a tirania se manifestava, com um valente carolo na cabeça ou uma traiçoeira pancada nos nós dos dedos. O alicate era terrível nas mãos dos façanhudos cobradores da Carris.
Já na ferrovia a coisa era – é – diferente: nem sempre há a garantia de o ver ou ouvir a trincar bilhetes, pelo que era – é – um jogo de caça e caçador o conseguir viajar de borla. Em o ouvindo numa das portas de extremo da carruagem, discretamente os borlistas vão passando para a carruagem seguinte. A menos que já se esteja na última, o que leva a esperar que se pare numa estação para aí sair e esperar pelo comboio seguinte.
Hoje começa a ser raro, pelo menos aqui na capital alfacinha, ver ou ouvir o trinca bilhetes.
A nova bilhética magnética não se coaduna com os furinhos do alicate, sejam eles redondos, quadrados ou em estrelhinha. Na Carris já não existem e na CP, a breve trecho, também não. Será um símbolo de tirania que desaparecerá, não criando mais histórias ou estórias para recordar.
Porque, de uma forma ou de outra, a simples visão do alicate tem provocado sorrisos francos e nostálgicos. Não sei se das vivências se da vingança de o ver nas mãos de um “civil”. Que o encontrei na feira da ladra, adquirido depois de algum regateio com o velhote que o vendia.Excepção feita, quanto a sorrisos, a um colega excêntrico que é. Depois de um leve esboço de sorriso, atirou-me com um “Para que queres tu isso?” Mas é um excêntrico!
Das várias estórias que a memória me conta, ressalvo agora uma, mais sensação que acção:
A inveja que sentíamos quando se via algum passageiro confrontar o trinca bilhetes com o conteúdo da carteira ou o revirar da lapela do casaco. Que, acto continuo, recebia um sorriso de condescendência do cobrador a não lhe tirava o bilhete. Ou obliterava com o malfadado alicate.
Claro que, à época, não me passava pela cabeça que alguns desses passageiros especiais seriam membros da PIDE-DGS de má memória e bem mais tirânica que o alicate, fazendo tremer o pica bem mais que o alicate os borlistas.
Quando, já rapazola e após a revolução, surgiram os passes sociais, comprados mensalmente, que alegria ter também algo para mostrar e, assim, fugir do alicate, dos “clac” da furação e dos seus carolos.
Em breve será completamente obsoleto! Ficará aqui este, arrumadinho a um canto, para obliterar ou validar as memórias. E os sorrisos também.


Texto e imagem. By me

quinta-feira, 6 de maio de 2010

As alternativas


Tomámos conhecimento, pela comunicação social, que um deputado da Assembleia da República, ao não gostar e sentir-se intimidado com o tom e conteúdo de uma entrevista, interrompeu-a e, em abandonando o local, levou consigo dois gravadores de som pertencentes aos jornalistas presentes.
Trata-se de um furto.
Tomamos agora conhecimento, também através da comunicação social, que a Ministra da Educação foi condenada por um tribunal nacional ao pagamento de uma multa diária em virtude da forma como está a decorrer o concurso para professores.
De acordo com a comunicação social, esse concurso, superiormente dirigido pela referida ministra, fere a constituição em vários artigos.

Pergunto-me assim:
Se um deputado pode furtar perante as câmaras de televisão, se uma ministra pode impor regras ao arrepio da constituição, não ficará assim aberta a porta para que qualquer cidadão faça o equivalente?
Ou, postas as coisas de outra forma, que tipo de cidadãos somos nós que elegemos como deputado para fazer leis alguém que assim se comporta e que temos à frente de um ministério para governar alguém que assim age?

A menos que o furto nunca tenha acontecido e que a sentença do tribunal nunca tenha sido lavrada. E que tudo isto não passe de novas invenções criadas pela comunicação social para desacreditar o partido do governo!
Ou bem que mudamos de governantes e de legisladores ou então mudamos de povo! Ou, como terceira alternativa, mandamos fechar todos os jornais, rádios e televisões.

Texto: by me
Imagem: edit by me

Sabonete


Que fazer quando as mãos ficam a cheirar a alho depois de cozinhar?
Há quem recomende lavar vigorosamente as mãos com sabonete. Há quem sugira deixar que água corrente passe pelas mãos e deixa-las secar sem as esfregar em toalha. Uma terceira opção, também recolhida da sabedoria popular, será esfregar nas zonas que contactaram com o dito alho com a lâmina de uma faca de aço, limpa e húmida, evitando o gume, naturalmente.
Mas se quiser usar a terceira opção, a do aço, sem os riscos de se cortar e, ainda por cima, ter na cozinha um objecto bonito e elegante, este sabonete fará o serviço: aço escovado, base em madeira, formas arredondadas e inócuas… à venda em lojas de menage e barato.
Com a vantagem de poder dizer que usa um sabonete que irá deixar de herança para os netos!

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quarta-feira, 5 de maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

Explicações


Alguém vai ter que me explicar, mas muito bem explicadinho, porque é que vou ter que faltar ao trabalho um dia na semana que vem!
É que, sendo eu Shintuísta, Judeu, Agnóstico, Testemunha de Jeová, Islâmico, Ateu, Budista, Cristão Ortodoxo, Animista, Indú, Cristão Protestante, Seguidor de Belzebu ou Crente no Girassol Azul, terei que ficar em casa a tomar conta dos meus filhos porque alguém, no governo, decidiu que a visita papal a Portugal é motivo para fazer encerrar todas as escolas do país no dia 13 de Maio.
Tão ou mais caricato que isso, é que poderia viver, com os meus filhos, na ilha de Santa Maria, nos Açores, a muitos quilómetros e caras viagens de avião de distância.
Mas, mais ainda: ficar eu em casa a tomar conta dos filhos porque o papa vem a Portugal e as escolas todas fecham não é motivo válido, à luz do código do trabalho e do meu acordo de empresa, para que a minha falta seja considerada justificada. Ou seja, o papa vem a Portugal e eu perco o dia de trabalho e ainda me sujeito a uma sanção disciplinar.
Não entendo como isto me pode acontecer. A mim, que não professo a religião de Roma e vivo num país laico, onde a igreja e o estado não se misturam.
Alguém vai ter que me explicar porquê! Mas muito bem explicadinho!


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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Caçando o efémero



São duas coisas de que gosto mesmo: Fogo de artifício e bolhas de sabão!
Em ambos os casos sou levado a pensar na nossa efemeridade, na nossa fragilidade, pese embora essa não seja a atitude que assumimos no quotidiano.
E, enquanto o fogo de artifício é um espectáculo de reis, pelo seu preço de produção e pelas circunstâncias em que é exibido, já as bolhas de sabão são de fabrico caseiro, ao alcance de qualquer um, fazendo-nos retornar, com a mesma placidez com que vão vogando e descendo, à nossa meninice.
Os sonhos e mundos a que ambos nos conduzem são únicos, tão únicos quanto a luz que emitem ou reflectem.
Por mim, tenho preferido assistir ao fogo de artifício, no lugar de o fotografar. Entre fazer e sonhar, momentos temos na vida em que o segundo é mesmo o que há que viver.
Quanto às bolas de sabão, bem… Se não as podemos fazer sempre iguais, podemos ir tentando. E, no entretém, ir fotografando.
E sonhando.


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Bandeira




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domingo, 2 de maio de 2010

Slow-fast food


Sempre pensei que o conceito de “Fast-food” se referisse a “Entrar-comer-depressa-e-sair”.
Neste restaurante dito de “Fast-food” alteraram o conceito para “Slow-fast-food”.
Era um dos poucos abertos este primeiro de Maio. E, ainda assim, quase às moscas. Pois os empregados quase me conseguiram exasperar com a lentidão do que faziam.
Foi ali, mesmo ao lado da Av. De Berna. E se eu já tinha dúvidas sobre o local e se o usei menos para almoçar e mais para “meter combustível”, deixei de todo de o recomendar ou mesmo de o frequentar.
É que, se pago, o mínimo que quero para além da comida é um bom atendimento!

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Sou igual a ti!


Por vezes temos destas sortes:
Estar no lugar certo, na hora certa, e preparados para o registo.
Não me recordo de ter visto, ao longo de tantos anos, um cartaz de protesto tão singelo mas com tanta força quanto este!


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Estava pouco ventto



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