segunda-feira, 31 de maio de 2010

A ambulância


A história é curta e conta-se em duas penadas.
Quando cheguei ao Largo do Rossio, em Lisboa, vi logo a ambulância encostada à paragem de autocarros. Parada naquele local, ainda que com as luzes de emergência desligadas, levou-me a pensar que alguém estaria a passar mal por ali. Que estas coisas de se necessitar de ajuda não escolhem nem hora nem local.
Uns bons cinco minutos e um cigarro depois, vejo os tripulantes regressarem. Fardados a rigor da cabeça aos pés, nem ele nem ela transportavam doente, maca, mala de primeiros socorros, um penso rápido que fosse. Aquilo que em deles trazia era, muito prosaicamente, dois sacos de take-away da MacDonalds. Que, pelo volume, vinham bem cheios.
Claro está que bombeiro também tem fome. E, ainda que os prefira ver de boa saúde evitando o fast-food, entendo que a sua juventude os leve a procurar soluções rápidas e baratas.
O que já não entendo, nem aceito, é que se arrojem no direito de estacionarem uma ambulância num local proibido, incomodando motoristas de autocarro e obrigando os passageiros a irem para a faixa de rodagem para conseguirem embarcar.
Se o seu mal era fome e a urgência o comer, bem que poderiam ter feito como todos os restante cidadãos e procurado soluções urbanas e cordatas. Que nem farda nem viatura são consentâneas com abusos e ilegalidades!

Texto e imagem: by me

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