Quem é dona desta cara? Confesso que não sei o seu nome ainda que, dadas as circunstâncias desta fotografia, talvez devesse conhecer. Eu conto:
Entrei num Self-service onde vou amiúde. Em boa verdade, muitas mais vezes do que gostaria, mas as alternativas são reduzidas, se algumas.
Comigo um conhecido, com quem ia numa amena cavaqueiro sobre um qualquer assunto de nenhuma importância. Atrás de nós entrou esta senhora que, não fazendo caso da fila existente, fez questão de se colocar ao lado de um cavalheiro, uns três lugares à frente. E, sem sequer olhar para nós, abriu conversa com o conhecido e serviu-se de um tabuleiro. Não gostei! Não gostei nem um pingo! Afinal, por que raio haveria ela, tendo entrado depois, ser atendida antes? Poderíamos comparar pressas e urgências, mas então teríamos também que quantificar apetites e amizades. E, felizmente, tal ainda não é possível.
Tirei a minha câmara do cinto e dirigi-me a ela. Colocando o meu mais afável sorriso, perguntei-lhe se poderia fazer-lhe uma fotografia.
Hesitou a senhora. A sua primeira reacção foi a de o negar mas, talvez que o meu sorriso, meio escondido atrás da minha longa barba branca, a tenha feito mudar de ideias. Até porque, no lugar em que nos encontrávamos, pouco mal poderia advir, pensaria ela. E acedeu.
Enquanto eu levantava a câmara, de antemão pronta para a função, ainda a ouvi perguntar para que a queria eu.
Só depois do disparo do flash e da confirmação do registo da imagem, coisa rápida, satisfiz a sua curiosidade:
“Sabe, gosto de fotografar quem me ultrapassa nas filas!”
Abriu a boca de espanto, balbuciou umas desculpas esfarrapadas, mas nem lhe dei o direito de mas dizer, que a fotografia estava feita e o incómodo da sua ousadia já ninguém mo tirava.
Não é muito avisado incomodar um tipo que tem a mania que é fotógrafo!
Texto e imagem: by me
Entrei num Self-service onde vou amiúde. Em boa verdade, muitas mais vezes do que gostaria, mas as alternativas são reduzidas, se algumas.
Comigo um conhecido, com quem ia numa amena cavaqueiro sobre um qualquer assunto de nenhuma importância. Atrás de nós entrou esta senhora que, não fazendo caso da fila existente, fez questão de se colocar ao lado de um cavalheiro, uns três lugares à frente. E, sem sequer olhar para nós, abriu conversa com o conhecido e serviu-se de um tabuleiro. Não gostei! Não gostei nem um pingo! Afinal, por que raio haveria ela, tendo entrado depois, ser atendida antes? Poderíamos comparar pressas e urgências, mas então teríamos também que quantificar apetites e amizades. E, felizmente, tal ainda não é possível.
Tirei a minha câmara do cinto e dirigi-me a ela. Colocando o meu mais afável sorriso, perguntei-lhe se poderia fazer-lhe uma fotografia.
Hesitou a senhora. A sua primeira reacção foi a de o negar mas, talvez que o meu sorriso, meio escondido atrás da minha longa barba branca, a tenha feito mudar de ideias. Até porque, no lugar em que nos encontrávamos, pouco mal poderia advir, pensaria ela. E acedeu.
Enquanto eu levantava a câmara, de antemão pronta para a função, ainda a ouvi perguntar para que a queria eu.
Só depois do disparo do flash e da confirmação do registo da imagem, coisa rápida, satisfiz a sua curiosidade:
“Sabe, gosto de fotografar quem me ultrapassa nas filas!”
Abriu a boca de espanto, balbuciou umas desculpas esfarrapadas, mas nem lhe dei o direito de mas dizer, que a fotografia estava feita e o incómodo da sua ousadia já ninguém mo tirava.
Não é muito avisado incomodar um tipo que tem a mania que é fotógrafo!
Texto e imagem: by me
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