domingo, 4 de setembro de 2011

Inocente!



Juro que sou inocente! Não fui eu! Não usei de nenhum objecto, manuseado ou arremessado, para provocar esta ou outra mossa neste carro. Juro que não!
Agora se a telecinésia funcionou, se a minha mente acrescentou mais algum dano nesta chaparia, isso já não posso garantir. Que vontade não faltou!
Num parque de estacionamento de um fast-food aqui do meu bairro chegou esta viatura. Um comercial, de dois lugares, ocupado por um cavalheiro a conduzir e uma senhora no lugar do passageiro. Arrumaram-no e saíram, comigo a olhar ostensivamente para o carro e para eles, tentando perceber o que de algo de errado aconteceria com eles. Nada!
Pelo menos nada de visível, que de mental estava tudo fora do sítio. Com dois lugares vazios à direita e três lugares vazios à esquerda, foi ocupar um dos dois lugares reservados a portadores de deficiência.
E enquanto eu olhava para eles e para o carro, olhavam eles para mim, por detrás dos seus óculos escuros e arrogância e estranheza.
Enquanto me entretive a fotografar, depois de circundar o carro em busca de um qualquer letreiro que justificasse a ocupação do lugar, estavam eles lá dentro a olhar para mim. Nada me disseram ou fizeram, mas estou em crer que ela terá explicado ao condutor o que se passava, pelas expressões de ambos.
E repito, com toda veemência: Não fui eu que amolguei esta chapa!


Texto e imagem: by me

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