quarta-feira, 14 de setembro de 2011
O puzzle
Quem saberá, hoje, o que o Hal 9000? Ou o Eagle?
Os mais antigos e ligados a estas coisas da ficção científica, talvez saibam que o Hal 9000 era o computador que se rebelou contra a vontade dos tripulantes da nave espacial, no filme “2001, Odisseia no Espaço”. E o Eagle era a nave espacial usada na série televisiva “Espaço 1999”.
O filme, vi-o até perder a conta de quantas vezes; a série, bem, a hora da série era sacrossanta e coitado de quem a quisesse interromper.
Este que aqui vedes nem se rebelou contra o homem nem faz parte de nenhum imaginário fantástico. Trata-se de uma réplica, em forma de puzze de madeira, do Space Shutle, cujas diversas naves tantas vezes subiram nos céus, uma das quais de forma dramática, e cuja última viagem terminou este Julho. Trinta anos de voos reais, de subidas e descidas, com os custos óbvios e os benefícios de que nem sequer suspeitamos ainda.
Pois esta miniatura fui encontrá-la na montra de uma loja de utilidades domésticas, brinquedos, papelaria e tabacaria, ali em Campo d’Ourique. E eu a olhar para ela e a pensar:
“Que giro! Agora que fez o último voo é que esta coisa me está chamar a atenção. E não é que talvez desse uma fotografia engraçada?”
Entrei e comprei-a.
Bem mais interessante é que, tratando-se de um puzzle didáctico, editado com outros semelhantes por uma empresa chama “Science4you”, numa parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, vem com um livrinho onde se fala da nave e da exploração do espaço.
E na caixa, meio discreto, está um aviso: 6 ou mais anos. Sou um herói, que o consegui montar em quarenta e cinco minutos.
Já a fotografia… recusei-me a usar de efeitos digitais. O que aqui se vê é resultado de jogos de perspectiva, profundidade de campo e luz. E uma mão-cheia de tentativas para conseguir ter o raio do flash e papel nos locais certos e com os reflexos certos.
Fica o exercício, fica um pouco de história e ficção e fica uma maqueta, arrumada ali algures, onde couber, na estante.
Mas fica, também, a certeza que, por muito que serremos grades, derrubemos muros e abatamos ditadores, continuaremos a estar presos neste planeta a que chamamos Terra. Até um dia, em que resolvamos também esse puzzle.
Texto e imagem: by me
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