sábado, 17 de setembro de 2011
Toca a ajudar
Fazer fotografia é, muitas vezes, um acto de caça ao insólito.
É o diferente, porque bonito, porque feio ou apenas porque diferente.
Um destes dias tropecei neste anúncio, colado num poste. Vi-o, na altura e agora ainda, como diferente.
Começando pelo facto de ser uma procura de habitação. O habitual, pelo menos o que estou habituado a ver por cá, Lisboa, é encontrarem-se anúncio informando da existência de casas ou partes de casa para aluguer. Sei que em Barcelona é normal encontrarem-se os dois tipos de anúncios, mas por cá não.
Em seguida, o facto de ser uma senhora dizendo que vai viver sozinha. Não é daquelas coisas que se anuncie a cada esquina. Para mais com um contacto telefónico. Corre o risco – quem anuncia – de recebe telefonemas não tão simpáticos.
Depois, bem, depois o uso da palavra “simpático” e terminando com um “obrigada”. São dois termos ou atitudes que cada vez mais se vão perdendo, tornando o seu uso algo de notoriamente diferente ou insólito.
Por fim o referir o valor de renda disposto a pagar por um T1 mobilado. Claro que as características da habitação que se procura são importantes, que escolher uma casa que não respeite os nossos gostos ou possibilidades é um absurdo.
Mas todo o anúncio fala um pouco de quem o colocou. Ou fala de quem o colocou ou é uma brincadeira de mau gosto para o ou a possuidora deste número de telefone.
Curioso que sou, para além da fotografia fiz o telefonema. Não é uma brincadeira de mau gosto e R., que foi quem me respondeu do outro lado, pareceu-me estar acima da média daqueles e daquelas que procuram casa, com alguma urgência que se sente no anúncio.
Assim sendo, aqui fica o apelo: quem souber de um T1 para alugar, até 350€, mobilado e dentro de Lisboa, dê-lhe um telefonema ou passem a palavra.
Toca a ajudar! Se mais não for, considerem que é a boa acção da semana.
Texto e imagem: by me
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