Volta e meia
acontece-me precisar.
Antes de sair de
casa meto no bolso do colete uma pedra que lá tenho.
Apanhei-a há já
uns anos valentes e, quando estou a precisar de um caminho, ou de o encontrar,
passa elas horas na mão, brincando eu com ela, falando eu com ela aquelas
palavras que só os seus ouvidos sentem. E, quando a conversa se prolonga tempo
suficiente, responde-se ela, da sua sabedoria. Daquela sabedoria que alguém (ou
algo) tão velho quanto uma pedra pode ter.
Agora, e por força
das circunstâncias, vejo-me com um objecto parecido. Terei que o carregar e “acariciar”
durante uns tempos, até que os meus músculos da mão atinjam a capacidade de
resposta que deles quero.
Mas só é parecido
no formato e no tamanho. Que não creio que o material sintético de que é feito
contenha o saber de uma pedra.
Mas, por outro
lado, não sei se serei capaz de, com esta bola para fisioterapia, ter as
conversas íntimas que tenho com a minha pedra.
A vantagem é que
os meus colegas costumam dizer: “Cuidado que ele hoje está com a pedra!” ou
Cuidado que está armado!”.
Desta bolinha não
sei que poderão dizer.
By me
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