sábado, 10 de março de 2012

Ser roubado em Lisboa




Aí se está de novo a falar do serviço de táxi no aeroporto.
Desta feita, e segundo notícia do jornal Público, pretende-se limitar o acesso destas viaturas a esta praça a quem tiver “nomeadamente de apresentação, conhecimento de línguas e da cidade, limpeza e antiguidade do veículo.”
E o artigo continua:
“O vereador refere que este sistema é semelhante ao que existe em Barcelona e explica que a fiscalização seria feita por gestores de praça indicados pelos próprios taxistas. 
O presidente da Federação Portuguesa do Táxi concorda com a necessidade de regular o exercício da actividade no Aeroporto da Portela e reconhece que as situações de incumprimento “não são esporádicas”. “Há um grupo de pessoas forte que domina aquilo e dá uma má imagem do sector. Não há dúvida que é preciso travar aquilo urgentemente”, diz Carlos Ramos. 
Este dirigente concorda com a proposta da Câmara de Lisboa e defende a criação de um código de conduta e de um regulamento disciplinar para quem quiser trabalhar no aeroporto. Quem estiver disposto a cumprir as condições aí impostas deverá inscrever-se e se for seleccionado passará a constar de uma base de dados e sujeitar-se-á à fiscalização de um gestor de praça. 
"O carro deve ser limpo, ter um determinado número de anos e ar condicionado. O motorista não deve ter mangas à cava, chinelos de dedo e calções que deixam as pernas à mostra", exemplifica o presidente da federação. 
Carlos Ramos também defende que deve deixar de haver dinheiro a circular, passando todos os pagamentos de serviços com partida do aeroporto a ser feitos com vouchers comprados previamente. Hoje a Associação de Turismo de Lisboa já disponibiliza um produto deste tipo. “

Nada tenho contra a maioria destes requisitos, ainda que me pareça tratar-se de um “negócio esquisito”. Até porque sempre pensei que a questão da urbanidade dos motoristas e estado de conservação das viaturas fosse já regulamentada e fiscalizada.
Aquilo que me faz saltar na cadeira é a questão dos vouchers. Só para demonstrar como este sistema é um abuso, para não chamar roubo, institucionalizado e patrocinado pelas autoridades do turismo da cidade:
Os vouchers funcionam por coroas, sendo preço fixo dentro de cada uma. A coroa onde a minha casa se situa é a “Estoril, Cascais, Sintra” e cobram 53.40€. Se se fizer o mesmo trajecto a taxímetro, e conheço bem a viagem, mesmo com taxa de bagagem fica em menos de 30€.
Se isto não é um roubo aos incautos dos passageiros, que acreditam que o turismo de Lisboa os está a proteger, não sei que nome lhe dar.

 By me

Sem comentários: