Quem quer que use
isto sabe o que está a fazer.
Um bom cadeado,
preso num puxador de uma porta, segurando um bom cabo de aço. Não pode haver dúvidas
que o dono da chave quer ter a certeza que o que está na outra ponta do cabo não
é levado.
E é normal
encontrarmos disto garantindo a segurança de motos. Motões ou motociclos. Também
não é incomum vermos bicicletas assim presas.
O que já nada tem
de comum é vermos cadeados com esta robustez com um cabo desta qualidade num
recanto da baixa Lisboeta a garantir que não são roubados os parcos haveres de
alguém a quem hoje chamamos de “sem abrigo” e que em tempos eram conhecidos por
“vagabundos”.
Talvez que quem viva
de perto com esta realidade não ache estranho. Mas para mim, classe média em
descida vertiginosa, deixa-me surpreendido.
Do que mais lá
estava não fiz registo. Seria como que, à revelia do saber do seu dono,
fotografar o interior de uma habitação. E a obtenção de troféus fotográficos tem
limites que a ética me impede de ultrapassar.
Fico-me assim a
pensar na ilusão na minha própria fechadura, atrás da qual guardo a futilidade
da minha câmara, dos meus livros, do meu computador, das minhas panelas, da
minha cama, da minha banheira, da minha vida…
By me
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