A sala tem 152
lugares sentados. Contei-os!
90% deles estavam
ocupados e havia, talvez, mais um terço desse número de gente de pé.
Por outras
palavras, a sala de espera da inscrição para as consultas externas do hospital
Fernando Fonseca, vulgo Amadora-Sintra, estava apinhada.
Não tendo eu muito
mais que fazer, e entremeado com uns cigarritos fumados cá fora, fui observando
quem esperava. Nem um sorriso, nem uma cara descontraída, nem mesmo um daqueles
sons infantis que nos agradam, por parte das algumas criancinhas pequenas que
por lá estavam.
Expressões sorumbáticas,
fechadas, aborrecidas, enfadadas, incapazes de lidar com o ali os tinha levado
mais o tempo de espera. Se não se estiver já doente ao ir ali, com certeza que
dali se sairá com uma depressão profunda.
A única gargalhada
que ouvi foi a minha. Ao ver entrar esta mulher, bem grande, que depois de
tratar de obter o malfadado número de espera, veio cá fora fumar um cigarro e
exibir a sua T-Shirt.
Sorte a minha, que
havia perdido o isqueiro e que, depois de encher o tubo de papel na maquineta,
não teve como o acender. Serviu o meu Zippo para o efeito e como desculpa para
meter conversa e ganhar coragem para lhe pedir para a fotografar: frente e
verso.
É que quando eu
mesmo não for capaz de encontrar alguma coisa que quebre a rotina e me faça rir
ou sorrir, mesmo numa sala de espera apinhada de um hospital, o melhor mesmo é nem
sair e ficar internado. Com camisa de forças!
By me
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