quarta-feira, 7 de março de 2012

Dois tipos de fotografia




Eu diria que há dois tipos de fotografias: as que vemos e as que imaginamos.
Explicando: há aquele tipo de fotografias que são feitas porque vemos algo e pensamos que resultará numa “boa” fotografia; e há aquelas situações em que, partindo de um objecto ou pessoa, imaginamos tudo o que queremos em torno, bem como a forma como a luz a poderá evidenciar, e tratamos de organizar as coisas para que isso mesmo resulte numa “boa” fotografia.
No entanto, a primeira é a segunda e a segunda é a primeira.
Mesmo quando somos confrontados com algo de que gostamos e que fotografamos, imaginamos o seu resultado, vemos com a mente a fotografia resultante e actuamos. Ou não, se não gostarmos do que imaginámos. Porque, e não nos enganemos, vemos o que nos cerca em três dimensões e reproduzimo-lo em duas, o que implica a mente reduzir o que os olhos vêm à informação de um olho só. E é comum ver fotógrafos, cineastas e videografos a olhar só com um olho, exactamente para isso.
E quando estamos a imaginar algo a partir de uma situação que ainda não existe, um cenário que ainda há-de ser criado, uma luz que ainda há-se acesa e modulada, uma perspectiva que ainda não existe porque os assuntos ainda não co-existem no mesmo espaço, mais não estamos que a usar da nossa imaginação para colocarmos em duas dimensões aquilo que conhecemos com três, pelo menos.
A fotografia faz-se, antes de mais, na nossa mente. Depois, é agir em conformidade. Que é a parte mais difícil.

Teexto e imagem: by me 

1 comentário:

Joel disse...

O mais frustrante é mesmo quando temos a fotografia perfeita na mente e o resultado é uma enorme desgraça!

abraço