Pese embora o
estar na moda (boa moda, entenda-se) o conceito de “trocas”, há muito que o
venho praticando.
Ele é equipamento
fotográfico, ele é livros, ele é fotografias, ele é olhares”…
Este é um desses
exemplos.
Abordado na rua,
pedem-me um cigarro. Dependendo do meu estado de espírito, que nem sempre estou
p’raí virado, olho para o olhar inquiridor que recebo. E, se tudo está de feição,
vem a minha proposta:
“Troco!”, seguida
de silêncio.
A reacção é tão
padronizada quanto uma folha A4:
“Troca o quê?”,
com espanto.
“Troco um cigarro
por uma fotografia dos seus olhos. Só dos olhos!”
A hesitação também
a habitual. Tal como a pergunta que se lhe segue:
“Mas porquê?” E guns
ou algumas acrescentam “Colecciona olhos?”
“Claro que sim! E olhos
bonitos, então, procuro não deixar escapar.”
Não posso dizer
que funciona sempre, que já tive algumas recusas. Mas são tão raras que nem
contam p’ra estatística.
E é um daqueles
negócios de troca em que ambas as partes saem satisfeitas, ambas com o que
procuram. Ainda que eu fique sempre a ganhar, já que além da fotografia, fico
com a visão de um sorriso.
E, garanto, isso
faz-me ganhar o dia!
By me
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