Já foram à Polícia
Judiciária? Não? Pois não sabem o que têm perdido!
É natural que quem
tenha que ir a tal instituição não o faça como quem vai a um parque de diversões.
Ou vai em serviço – da justiça ou dos media, ou vai queixar-se – e não são bons
motivos, ou vai como acusado ou suspeito – e também não são bons motivos.
Mas em retirando a
questão dos motivos, até pode ser divertido! Eu acabei por achar.
Já sabia que, à
entrada, teria que passar pelo pouco digno pórtico de detecção de metais. E também
sabia que ficaria retido nessa mesma entrada o meu canivete suíço. Aquilo de que
eu não tinha bem consciência era da quantidade de objectos contendo metal que
trago comigo.
Mas, antes do pórtico,
lá fui esvaziando os bolsos, os muitos bolsos que tenho nas calças, no colete,
na camisa, no casaco… E fui despejando o que fui encontrando na cesta que me
foi apresentada. Era um nunca mais acabar de tralha. A tal ponto que a funcionária
que ia supervisionando o acto comentou:
“Ena! Tanta coisa!”
“Pois”, ripostei, “E
não trago eu o meu saco!”
O momento alto foi,
no entanto, quando retirei - qual lenço branco do bolso de um ilusionista - a
minha corrente de autoclismo. Pena foi não haver registo da cara dela.
Sei que por aquela
porta entra todo o tipo de gente, alguns que transportam consigo o que entendem
ser “o seu tesoiro”. Sem abrigo, que carregam consigo o que qualquer outro
guarda em casa, ou mesmo nem guarda.
Mas creio, pela
sua cara (e total ausência de comentários, diga-se), que a minha corrente foi
original.
Talvez que “por
vingança”, além do canivete, ficou retida a minha câmara fotográfica. Achei graça
à cautela e ao nem se preocuparem com o telemóvel, capaz de fazer registos de
imagem e som quase como a câmara.
Mas ficou-me uma dúvida:
quando o médico diz que tenho que perder peso, refere-se à ferragem que trago
comigo?
Texto e imagem: by me
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