Há cinco anos
fazia eu este retrato e juntava-lhe estas palavras:
“Espero apenas que
o bonito sorriso que aqui exibes não seja apenas porque o dia estava bom, havia
festa e tinhas uma flor na mão. Desejo mesmo que ele, o sorriso, seja porque
acreditas de alguma forma no que ele significou e significa, e que tenhas como
verdade que o futuro te pertence e que o irás construir à tua medida.
Quanto ao não
teres hoje aquilo que, então, nós acreditámos e sonhámos, mais não posso fazer
que, a ti e aos da tua geração, pedir desculpa pelo nosso falhanço.
E citar António
Gedeão, excelentemente interpretado por Manuel Freire:
...
Eles não sabem nem
sonham
Que o sonho
comanda a vida
E que sempre que o
homem sonha
O mundo pula e
avança
Como bola colorida
Entre as mãos duma
criança."
Não sei o teu
nome, tu que descias a avenida.
Mas espero que
agora, cinco anos passados, continues a sorrir com um cravo na mão.
Agora que talvez já
tenhas acabado um curso, agora que talvez já tenhas constituído família, agora que
talvez já estejas a lutar por um salário honestamente ganho.
Agora!
(Adenda: Já aqui
disse que gosto muito quando a luz vem do lado de lá?)
By me
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