domingo, 19 de abril de 2015

Crónica de um pouco comum fotógrafo de jardim, nos idos de 2010





Não foi difícil de convencer, que queria mesmo fazer a fotografia.
Na verdade, o difícil foi fazê-lo aceitar as condições do negócio. Dizia ele que nada na vida é grátis, que tudo é por dinheiro e que o custo zero não existe.
Quando lhe disse que assim não era, que o ver aqueles periquitos que por ali vão passando, que o sentir o ameno da tarde estival, que o ouvir a criançada a rir lá no parque infantil era bom e era de borla, achou graça mas não ficou convencido.
E quando lhe contei que naquele negócio o lucro das partes era discutível, já que ele levaria a fotografia mas que eu ficaria com o seu sorriso e que, ponderadas as coisas, não saberia dizer quem ficava a ganhar, riu-se um pouco mais, chamou-me de “poeta” e ficou convencido.
Quando preenchia o questionário inócuo entendi todas as suas reticências: Profissão: economista!
A sua imagem? Tenho-a mas não a publico. Que a privacidade é um direito e um bem e esses nem eu nem ele negociamos!

By me

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