De cada lado da
coxia há lugares sentados aos pares de frente e de costas para o sentido da
marcha.
E se logo nas
primeiras estações, em hora de ponta, ficam todos ocupados, quando se entra no
percurso final vão ficando vazios. Aos pares ou um a um, conforme calha.
Ficámos seis: dois
de um lado, lado a lado, quatro do outro.
De entre nós um ia
lendo um livro, de bolso, com as páginas voltadas para trás; outro ia agarrado
a um estojo de guitarra portuguesa; três iam entretidos com os seus telemóveis,
suponho que com jogos ou nas redes sociais; um ia observando o que ia
acontecendo.
Quem ia lendo um
livro era o mais velho de todos. Pela escrita e caracteres, mesmo que à distância,
deduzi que fosse oriundo de algum país do leste europeu.
O mais novo, com
uns 16 ou 17 anos, era quem segurava a guitarra. Sei que era uma guitarra
porque, suspeitando, perguntei-lho. Que sou abelhudo. Mas, apesar de ter
respondido, não parecia estar para grandes conversas, pelo que o paleio
ficou-se mesmo só por isto.
Os outros… bem,
nem me atrevi a questionar qual o uso que estavam a dar. Nos tempos que correm,
é mais fácil responderem sobre qual a cor da roupa interior que trazem vestida
que sobre o que estão a fazer com o smartfone.
Quanto a mim… não
me apetecia continuar a ler o livro que trago nem me apetecia escrever, pelo
que me fiquei com uma das coisas mais divertidas de fazer para matar o tempo
num comboio: observar o que me cerca.
By me
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