Há uns dias usei a
fotografia que consta à esquerda.
Sobre ela
publiquei:
o não teres
hoje aquilo que, então, nós acreditámos e sonhámos, mais não posso fazer que, a
ti e aos da tua geração, pedir desculpa pelo nosso falhanço.
E citar António Gedeão, excelentemente interpretado
por Manuel Freire:
”Eles não sabem nem sonham Que o sonho comanda a vida E que sempre que o homem sonha O mundo pula e avança Como bola colorida Entre as mãos duma criança." Não sei o teu nome, tu que descias a avenida. Mas espero que agora, cinco anos passados, continues a sorrir com um cravo na mão. Agora que talvez já tenhas acabado um curso, agora que talvez já tenhas constituído família, agora que talvez já estejas a lutar por um salário honestamente ganho. Agora!
”Eles não sabem nem sonham Que o sonho comanda a vida E que sempre que o homem sonha O mundo pula e avança Como bola colorida Entre as mãos duma criança." Não sei o teu nome, tu que descias a avenida. Mas espero que agora, cinco anos passados, continues a sorrir com um cravo na mão. Agora que talvez já tenhas acabado um curso, agora que talvez já tenhas constituído família, agora que talvez já estejas a lutar por um salário honestamente ganho. Agora!
Hoje,
também num 25 de Abril, tropeço nela. Reconheci-lhe a cara mas não as circunstâncias
de como nos conhecíamos. E meti conversa.
Sabia
ela de onde.
Recordava-se
da fotografia feita há cinco anos e recordava-se ainda do tipo das barbas e de câmara
estranha que a havia fotografado ainda há mais tempo, no Jardim da Estrela.
Não
resisti e tentei reproduzir a anterior.
A
luz não é a mesma, nem o cabelo, nem os óculos, nem o cravo…
Mas
o sorriso é! E, por aquilo que percebi da mini-conversa que tivemos, a razão de
ser dele mantém-se – o acreditar no futuro. Apesar do presente ser o que é.
Agora
já sei o teu nome. Quem sabe se num qualquer outro festejo da Revolução não
tenha eu a oportunidade de te chamar por ele.
E
de tornara registar um sorriso bonito e esperançoso.
By me
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