Uma das vantagens
da marca Pentax é o cuidado que sempre tiveram na questão da retro-compatibilidade.
Tudo o que alguma
vez funcionou numa câmara SLR Pentax, não importa quando, funciona nas actuais.
A excepção é no
tocante a flash. Os mais antigos, devido à descarga eléctrica no momento do
disparo ser elevada, podem danificar a câmara. Mas isto é comum a todas as
marcas, pelo que há que ter cuidados especiais neste campo. (Existem alguns
sites com indicações de marcas, modelos e compatibilidade com as electrónicas
actuais. Sugiro que se consultem.)
Pois um destes
dias saí de casa com o que se vê: A minha Pentax K7 com um velhérrima Soligor
200mm. Tudo 5 estrelas.
Algures a meio da
tarde encontro-me com um compincha e trocamos umas palavras, esse tema incluído.
E passo-lhe a câmara para a mão para que confirmasse. E confirmou, apreciando,
entre outras coisas o aspecto sólido da objectiva.
Uma boa meia hora
depois, já na rua que a conversa decorrera debaixo de telha, quis eu fazer um
boneco.
Ligo a câmara,
enquadro, foco, faço a medição manual e primo o botão do disparador. Nada!
“Então?!”
Verifico tudo,
incluindo a indicação de distância focal. Que estas câmaras, em não
reconhecendo a objectiva, necessitam de uma indicação nossa sobre esse factor,
por via da compensação de oscilação. Tudo no lugar.
Volto a tentar
fotografar e… nada. Nadica de nada.
“Bem, vamos com
calma, que é o melhor nestes casos.”
Fiz uma inspecção
em regra: Objectiva e respectivas transmissões mecânicas de diafragma, menus da
câmara, cheguei mesmo a fazer uma imagem em seco, sem objectiva, só para ver se
a mecânica estava a trabalhar como devia. Estava.
Tudo revisto e
remontado, nova tentativa. Falhada!
“Raios! O que se
passa com esta ………..?!”
Nova inspecção, tão
detalhada quanto o possível, na rua e de pé, e coisa nenhuma.
Nestas coisas o
melhor que há a fazer é manter a calma, respirar fundo e guardar a eventual
reparação para um momento posterior, sem stress.
Pendurei esta no
ombro, fotografei o que queria com a de bolso e segui à minha vida, não
aparentado a preocupação que sentia.
Quase três horas
depois, já em casa e com muita calma, voltei ao assunto. Testei com outra
objectiva, moderna esta, e tudo trabalhava. Testei com outra antiga e não
trabalhava. Parte da questão identificada: a retro-compatibilidade.
Definido isto,
parar para pensar o que poderia ter deixado de funcionar. Com calma e já com o
manual por perto.
Até que, de súbito,
dei com a coisa. Com um grito de raiva e um suspiro de alívio. Alívio porque
tinha descoberto a coisa, raiva porque eu já sabia a origem e solução do
problema e havia-se-me escapado de todo. Agi e tudo estava no lugar, como
sempre.
Trata-se daquilo
que muito raramente uso: o sistema automático de focagem.
As objectivas
antigas, não sendo autofocus, não aceitam o veio de transmissão da câmara. E se
esta estiver com o sistema actuante e o veio não puder sair para trabalhar, não
há disparos p’ra ninguém.
Algures, entre as
minhas mãos e as do compincha com quem conversei, esse comando, meramente mecânico,
fora comutado de manual para automático.
E não me passou
pela cabeça verificar o bendito botanito.
Dizem que a
sabedoria advém da experiência e que esta é resultado de muitos falhanços e
alguns sucessos.
Nesse dia fiquei
muito mais sábio!
By me
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