terça-feira, 28 de abril de 2015

Eu quero a minha cidade de volta



No miradoiro de Santa Luzia, quase não consigo ver a cidade, por entre as cabeleiras loiras ou grizalhas quase brancas.
As escadas para o rio estão super-iluminadas por flashs ininterruptos, sem fito ou utilidade.
Ganho espaço em Santa Apolónia. No cais, na zona molhada, hotéis lacustres, a que dão o nome genérico de barcos, que jorram turbas de curiosos, todos mais velhos que eu, que ocupam todos os lugares do autocarro.
Desembarco na praça do Comércio. O seu contorno repleto de esplanadas e vendedores de recuerdos, nem umas nem outras para a minha bolsa de alfacinha.
Subo a rua Augusta e só muito a custo encontro um comércio atendido por um lusitano, quase parecendo estar numa qualquer filial das Nações Unidas, versão oriental.
Atravesso o Rossio e quase que tenho que recorrer a intérpretes para perceber alguma coisa das múltiplas e divertidas conversas que por ali acontecem.
Junto ao Teatro Nacional, os Tuc-tuc atrapalham trânsito rodoviário e pedonal, falsificando turismos e transportes tradicionais.


Quero a minha cidade de volta!

By me

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