Consultando
rapidamente um dicionário, encontro a seguinte definição:
“Analogia – relação
de semelhança entre objectos diferentes”
“Análogo – que tem
analogia, equivalente, idêntico, semelhante”
“Analógico – 1-relativo
a analogia, 2-que tem ou se baseia na analogia”
Leio isto e
apercebo-me que todas as fotografias têm analogia com o que foi fotografado.
Olhando para uma
fotografia ao calhas, constato que nela vejo as árvores que eu vi, a casa que
eu vi, o céu que eu vi, a pessoa que eu vi… e consigo na fotografia que vejo
reconhecer todas e cada uma das coisas que agora vejo e que então vi.
Claro que não são
iguais.
Não têm o mesmo
tamanho, a profundidade é uma aparência, não oiço o que ouvi, não cheiro o que
cheirei, não palpo o que palpei… mas olhando para esta fotografia encontro
muitas semelhanças com o que vi.
Esta fotografia é
análoga ao que vi.
Pode-se então perguntar:
Mas… e as fotografias analógicas são semelhantes ao que vimos e as digitais não
são?
Ambas são e ambas
não são.
Em ambas
encontramos semelhanças ou analogias; em ambas necessitamos de intervir depois
da obturação para podermos constatar essas semelhanças; umas terão que ser
objecto de tratamento electrónico para serem vistas num ecrã, outras terão que
ser objecto de tratamento químico para que as possamos ver na mão; ambas terão
que passar por um processo de impressão para que as possamos guardar na
carteira; ambas terão que ser codificadas e descodificadas para que as possamos
ver num dispositivo digital.
Posso assim
afirmar, sem margem para erro, que:
todas as
fotografias são analógicas enquanto tiverem semelhanças com o fotografado;
todas as
fotografias necessitam de tratamento para poderem ser vistas;
todas as
fotografias são passíveis de serem vistas num suporte inanimado;
todas as
fotografias são passíveis de serem vistas num suporte electrónico.
Tenho então a
partir daqui que chamarem a algumas formas de fotografia “analógica”, por
oposição a outras, é um disparate.
Prefiro, obviamente,
chamar às fotografias feitas em suporte fotoquímico (ou rolo, ou chapa) “fotografias
fotoquímicas”.
Claro que lhes
podem chamar de “batata frita”, “australopiteco” ou ainda “penico”. É
completamente indiferente, desde que nos entendamos.
Agora se pensarmos
seriamente no significado dos termos e naquilo a que se referem ou bem que não
há analogia na fotografia (tão tremida, escura ou desfocada que nem se consegue
reconhecer o que lá consta) ou bem que são todas analógicas.
Bons “penicos”
para todos!
By me
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