quinta-feira, 31 de outubro de 2013

As bagas



Esta é uma entrada fofinha para os que não gostam de outras bem mais sérias como a anterior.

O Outono é a meia estação. Belo nas suas manhãs bem frescas mas dias tépidos, na sua luz baixa com tons lindos, antecipando as nuvens invernosas que as não deixarão ver, o cheiro da terra molhada com as primeiras chuvas… creio que todos gostam do Outono e eu não sou excepção.
E uma das coisas de que gosto nele são estas bagas.
Existem em variados matizes e os seus tamanhos oscilam, mas não muito, do que aqui se vêm.
As cores, fortes, vão compensando os castanhos e amarelos próprios da estação mas não enganando os insectos, que nunca os vi rondando-as.
Agora que eu as rondava quando pirralho, isso é um facto. Que o assalto que fazia (fazíamos), apesar dos espinhos, era implacável. Estas bagas tinham o tamanho certo para, inseridas nos brancos tubos das instalações eléctricas (também eles obtidos por via de por via de pilhagens), serem as munições certeiras para terríficas e sangrentas batalhas campais. Ou “aulais”, que nem dentro das salas de aulas as vítimas preferidas escapavam.
Ficam as memórias e fica alguma tristeza ao constatar que as bagas ali ficam durante tantas semanas. Ainda que nos alegrem a vista, a sua permanência é indiciadora que as batalhas de hoje se travam na virtualidade dos ecrãs, ficando de fora a sã convivência infanto-juvenil, mesmo que em campos opostos.
E que farão estes, quando adultos, se a não viveram quando crianças?

Desculpem o enviesar das ideias e o transformar um texto e imagem que se previam fofinhos para assuntos pesados, mas os tempos não estão tão simpáticos como gostaríamos.


By me

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