quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Trincheira



É uma daquelas peças de vestuário que já vai sendo rara de ver em uso. E, consequentemente, difícil de encontrar no mercado.
Mas, sendo certo que eu uso o que quero não aquilo que os fabricantes entendem que devo usar, fartei-me de procurar até dar com ela. Há anos que a tenho e houve algum bom sendo da minha parte, na altura, para a comprar “um furo acima”. O aumento da barriga e do resto não impede a sua utilização.
Falo de uma gabardine estilo “trincheira”.
Comprida a ponto de ficar abaixo dos joelhos, tecido fino que não aquece em demasia, ombros duplos por via da chuva… é o ideal para usar em momentos de muita chuva e vento, garantindo que o único que ficará encharcado da roupa a usar debaixo de telha serão as pontas das calças e o calçado.
Este estilo de roupa caiu em desuso. Fácil de entender. Acabaram as longas marchas a pé, o estar horas a fio à chuva, o seu comprimento não se compadece com o sentar nos baixos assentos dos carros e autocarros… a modernidade das deslocações e as compras feitas em centros comerciais levam a que cada vez menos gente as procure ou use. E os fabricantes e vendedores a reduzirem o que se negoceia.
Mas sou eu da velha guarda e, como disse, uso o que quero. E não andar de carro faz-me sorrir perante o encharcado da cintura p’ra baixo que vou vendo nalguns concidadãos.

E, já que falo em concidadãos e mau tempo:

Alguém pode dar um recadinho ao São Cristóvão, padroeiro dos viajantes e automobilistas? É que em tempo de chuva torrencial e com as valetas transformadas em ribeiros, nem sempre de pequeno caudal, conduzir rápido e perto do passeio é garantir um banho não muito limpo aos peões que nele caminham. O terem um “sobretudo de lata” não lhes dá o direito de assim tratarem quem não o tem, por opção ou com condição.

By me

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