Desculpem lá qualquer coisinha, mas…
Que se não saiba que uma fina e leve agulha de aço ou ferro,
depois de estar uns dias encostada a um imã de media ou grande potência, indica
o norte e o sul quando colocada a flutuar sobre uma pequena folha de papel…
Ainda admito.
Que se não saiba que a introdução de um nível de bolha foi o que
permitiu a Gago Coutinho e Sacadura Cabral fazerem a navegação aérea aquando da
sua travessia do Atlântico Sul e que isso veio revolucionar todos os sextantes existentes
e que se usa até aos dias de hoje… Enfim, não é grave.
Agora que se não saiba trabalhar com o que se vê na imagem, regra
geral chamado de peclise e cujo nome correcto é craveira ou paquímetro e que a
invenção que permite o calculo rigoroso de medidas mínimas se chama nónio e que
foi inventado por Pedro Nunes no séc. XVI… Isso eu não aceito!
Para já, é uma das figuras gradas da ciência portuguesa. Depois a
sua invenção é usada em todo o mundo e arredores, nos mais variados
instrumentos. E, como se tudo isto não bastasse, é conteúdo das disciplinas de
matemática ou física desde sempre.
É extraordinário o constatar a quantidade de gente que não o sabe,
que não sabe usar a conjugação das duas escalas. Tanto entre gente dita “culta”
como mesmo entre gente que trabalha em lojas e grandes superfícies de ferragens
e ferramentas.
Qualquer oficina que se preze tem um instrumento destes, tal como
um parafuso micrométrico. E são guardados com todo o cuidado em estojos próprios
para que não apanhem humidade e enferrujem.
Que foi o que aconteceu ao meu, pelo que me vi na contingência,
num momento de aperto, de comprar este, em plástico.
Mas valha-me a santa padroeira da ignorância! Que há tanta por aí!
By me
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