“Para que é que há
eleições?”, perguntou-me ele em tom de provocação. “Quando não é o A a ganhar é
o B, quando não é o B é o A. Faziam um acordo em que mudavam de quatro em
quatro anos e poupava-se dinheiro e trabalho. O pessoal escusava de lá ir.”
A conversa foi
provocatória, mas ele mesmo admitiu que não ía votar porque era inútil.
O grave desta
conversa não foi o ele dizer isto. O sarcasmo e a ironia fazem parte da sua
forma de viver.
O grave mesmo é
que esta conversa reflecte, com muita precisão, aquilo que muitos cidadãos, mas
muitos mesmo, pensam. E agem em conformidade.
É garantido que
está mais que na hora de mudar a legislação eleitoral. E é mais que garantido
que os intervenientes nos processos políticos têm que mudar de atitude. De
raiz!
Infelizmente, há
quem pense que a liderança de uma país, na política, na economia, na gestão, se
faz a partir das escolas. E escolas e grupos há que se propagandeiam como sendo
dali que virão os futuros “donos” de Portugal, nas suas diversas facetas.
Está mais que na
hora de aqueles que fazem o país (os cidadãos anónimos, que produzem e
trabalham, que fazem crescer o que comemos e constroem o que usamos e onde habitamos)
dizerem “Basta!” e tomarem nas mãos as rédeas da sua vida.
Porque de que
adianta alguém mandar, se ninguém obedecer?
By me
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