quinta-feira, 3 de outubro de 2013

De que adianta?



“Para que é que há eleições?”, perguntou-me ele em tom de provocação. “Quando não é o A a ganhar é o B, quando não é o B é o A. Faziam um acordo em que mudavam de quatro em quatro anos e poupava-se dinheiro e trabalho. O pessoal escusava de lá ir.”
A conversa foi provocatória, mas ele mesmo admitiu que não ía votar porque era inútil.
O grave desta conversa não foi o ele dizer isto. O sarcasmo e a ironia fazem parte da sua forma de viver.
O grave mesmo é que esta conversa reflecte, com muita precisão, aquilo que muitos cidadãos, mas muitos mesmo, pensam. E agem em conformidade.
É garantido que está mais que na hora de mudar a legislação eleitoral. E é mais que garantido que os intervenientes nos processos políticos têm que mudar de atitude. De raiz!
Infelizmente, há quem pense que a liderança de uma país, na política, na economia, na gestão, se faz a partir das escolas. E escolas e grupos há que se propagandeiam como sendo dali que virão os futuros “donos” de Portugal, nas suas diversas facetas.
Está mais que na hora de aqueles que fazem o país (os cidadãos anónimos, que produzem e trabalham, que fazem crescer o que comemos e constroem o que usamos e onde habitamos) dizerem “Basta!” e tomarem nas mãos as rédeas da sua vida.

Porque de que adianta alguém mandar, se ninguém obedecer?

By me

Sem comentários: