Ao
contrário do que muitos afirmam, entendo que tudo o que o ser humano faz é
natural, faz parte da natureza.
Isto
porque, queiramo-lo ou não, o próprio ser humano é natural, é parte integrante
da natureza. Ou, se quisermos ser mais exactos, faz parte da natureza deste
planeta.
Mesmo
o esgotar de recursos – minerais, vegetais ou animais -, sendo praticado por
uma parte da natureza, é natural. Podemos ou não gostar do que fazemos, mas que
é natural, lá isso é.
Outra
coisa se pode dizer daquilo que o ser humano faz (ou poderá fazer) em qualquer
outro planeta que não o seu, já que ali será um estranho.
Acontece
que a natureza, incluindo o ser humano, é mais que avarenta em situações de
simetria.
A
simetria é coisa que quase não se encontra em nenhum dos três “reinos”. Mesmo o
movimento dos astros nada tem de simétrico ou de equilíbrio.
Apesar
disso nós, os humanos, entendemos a simetria e o equilíbrio como que um
expoente de beleza e perfeição. Há quem afirme que alguém com feições simétricas
é belo, há quem afirme que uma balança de pratos iguais em equilíbrio é
perfeito… O facto de ser raro é entendido por excelso.
Por
isso mesmo, o próprio ser humano procura fazer coisas belas, recorrendo à
simetria. Usando das ferramentas que produz e dos cálculos que elabora, tenta a
perfeição usando a simetria como modelo.
Tamanha
arrogância incomoda-me!
Nós,
os humanos, pouco mais que nada somos no universo. Sabemos que este nada tem de
simétrico. E, ainda assim, entendemo-nos como superiores no criar a perfeição
quando ela não existe.
Ora
se fossemos plantar batatas (que nada têm de simétrico) e se prestássemos o
nosso respeito pelo universo (que também nada tem de simétrico e do qual quase
nada sabemos) não fazíamos bem melhor?
By me
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